Falso filho do PR conseguiu acumular 14 milhões de dólares
- Categoria Preto & Branco
- 11 junho 2014
Lisboa - Paulo Anderson Feijó Luís, o jovem que fazia passar-se por filho do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, conseguiu entre Outubro de 2013 até a data que foi detido este ano, acumular cerca de 14 milhões de dólares líquidos através de arrecadações/empréstimos e ofertas de empresários.
Fonte: Club-k.net
De acordo com um levantamento, Paulo Feijó durante ao período que viveu na pele de “filho do presidente”, abriu contas bancarias em vários bancos com a nova identidade de Paulo Anderson dos Santos tendo depositado os seguintes valores: a) Sete milhões de dólares no BFA; b) Quatro milhões de dólares no Banco BIC; c) Três milhões de dólares no Banco Keve;
No dia primeiro de Setembro de 2013, Paulo Feijó abriu uma outra conta bancaria no BPC (0013-J08298-011), com valores por se saber. De igual modo e com ajuda de um amigo Edson Carlos da Silva Veloso, o mesmo abriu uma outra conta no banco BAI cujos valores se desconhecem. Edson Veloso, é filho de um alto responsável da Sonangol, Orlando Veloso.
Origem do dinheiro e os empréstimos bancários
Parte da fortuna do jovem foi adquirida através de empréstimos que os bancos conceberam ao se apresentar como filho do Presidente da República.
Paulo Feijó estava associado a um empresário local, Joel Guilherme Mendes Muxinda, 33 anos de idade que por sua vez apresentou-lhe, em Outubro de 2013, ao director da área de pequenas e medias empresas junto do BPC, Nataniel Patrício Mesquita Francisco. Para além de ter sido apresentado como filho do Presidente da República, Paulo Feijó foi também identificado, no encontro, como Vice-Presidente de uma empresa OIL - Dream Grupo, S. A, a quem o BPC viria a conceder um crédito milionário.
Em encontros, posteriores com o director do BPC, o team do “falso filho de JES” solicitou um financiamento de 29 milhões de dólares que foi dado em parcelas, em nome da empresa Tec-Dream. O empréstimo segundo a solicitação dos mesmos seria para construção de uma fabrica de garrafas de plásticos que se situaria na zona do Bom Jesus, arredores de Luanda.
A Tec-Dream, empresa beneficiaria do empréstimo bancário faz parte do grupo empresarial OIL - Dream Grupo, S. A, constituído, em Fevereiro de 2013, por Joel Muxinde, por conseguinte seu Presidente do Conselho de Administração. No âmbito da parceria com o falso filho de JES, o empresário em forma de agradar aquele, ofereceu a Paulo Denílson Feijó, o posto de Vice- Presidente da OIL - Dream Grupo, S. A.
Antes disto, o empresário pretendia oferecer cerca de 50% das acções da sua empresa ao falso filho do Presidente, mas não deu porque na altura, Paulo Feijó alegou que estava sem documentos e que aguardava a vinda do suposto pai, José Eduardo dos Santos, que se encontrava em Espanha, em gozo de férias. Paulo teria então com ajuda de um cúmplice Casimiro André tratado um falso BI na qual constava JES como seu pai.
Para além do empréstimo de 29 milhões de dólares, a empresa de Joel Muxinde terá recebido outros empréstimos. Paulo Feijó, beneficiou entretanto, de uma certa quantia pelos seus bons préstimos e outras ofertas a saber:
- O empresário Joel Muxinda gastou cerca de 20 mil dólares para compra de vinte fatos executivos personalizados para Paulo Feijó na Loja Milano, em Luanda. Constava na encomenda cinco pares de sapatos e assessores de moda.
- Ficou instalado de 29 Novembro de 2013, no quatro 328 do Hotel Centro de Convenções de Talatona (HCCT) até 16 de Janeiro de 2014. Os pagamentos foram efectuados a 5 de Dezembro de 2013 pela OIL - Dream Grupo, S. A do empresário Joel Muxinda.
- Voltaram a ter um empréstimo de 800 a um milhão de dólares do BPC, em nome da empresa OIL - Dream Grupo, S. A.
- Foi facultada para Paulo Feijó, uma viatura de marca Mercedes Benz-GC Class orçada em 340 mil dólares. A viatura foi comprada a 5 de Dezembro de 2013, na standard Asmanza, em Luanda e ficou registada em nome da OIL - Dream Grupo, S. A., de Joel Muxinda.
A 12 de Maio do corrente ano, a Procuradoria Geral da República (7a Secção da sala dos crimes seletivos do Tribunal Provincial de Luanda), acusou Paulo Anderson Feijó e seus respectivos cúmplices, de entre os quais o empresário Joel Muxinda, de crimes de burla, falsificação de documentos e associação de malfeitores.
De acordo com investigações, Paulo Feijó é um jovem com famílias próximas ao regime do MPLA. É sobrinho da embaixadora de Angola na Grécia, Isabel Mercedes da Silva Feijó e do ex- chefe da Casa Civil da PR, Carlos Maria Feijó.
Cresceu em casa do veterano do MPLA, Manuel Pedro Pacavira, e mais tarde esteve em casa do general Alberto Correia Neto, actual embaixador de Angola na Alemanha cujas esposas são tias de Paulo Feijó.
