Estudante no exterior teme voltar a morar em Angola
Florindo Chivucute, tem 35 anos, mora nos Estados Unidos e está a
terminar o mestrado em Conflito, Análises e Resoluções, na Universidade
George Mason, Estado da Virginia.
Em Abril deste ano, ele fundou a organização não-governamental Friends of Angola
com a finalidade de apoiar a sociedade civil do seu país e aumentar a
consciência da comunidade internacional sobre os desafios de Angola.
No momento, Chivucute está a elaborar um programa para ajudar jovens
angolanos a virem para os Estados Unidos a fim de estudarem sobre
direitos humanos e democracia.
“Acreditamos que o processo de paz levará tempo, mas é importante que as
pessoas entendam e possam participar, e nós podemos ter uma paz que
dure, e não uma paz superficial. Este é o contributo no que toca a
sociedade civil”, explica.
Chivucute está a tentar conseguir uma parceria com o Departamento de Estado americano. Ele tem uma ideia parecida com a do programa Yali,
uma bolsa de estudos criada pelo presidente Barack Obama, para
potenciar as competências dos jovens líderes africanos e dar-lhes a
oportunidade de aprender nas melhores instituições dos Estados Unidos.
“Se o Departamento de Estado americano estiver interessado nos nossos
objectivos e missão, vamos formar uma parceria para que os nossos
objectivos sejam concretizados”, diz.
Sobre o futuro, diz que gostaria de voltar para Angola, mas reconhece ser difícil.
“Infelizmente, o Governo que nós temos não é tolerante. É difícil porque
pessoas que têm uma opinião diferente acabam por ter muitos problemas e
até correm riscos, não só de serem maltratados, mas como de ir para
prisão ou perder a vida como aconteceu com os jovens activistas Cassule a
Kamulingue”, lamenta Florindo Chivucute.