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martes, 17 de noviembre de 2015

Linhas força do Candidato Isaías Samakuva

Fonte :Unitaangola
Isaías Samakuva apresenta as linhas força de sua candidatura à Presidente da UNITA
Candidatura.jpg
REPÚBLICA DE ANGOLA
UNIÃO NACIONAL PARA A INDEPENDÊNCIA TOTAL DE ANGOLA
UNITA

LINHAS DE FORÇA DA CANDIDATURA DE ISAÍAS SAMAKUVA


UM CONTRIBUTO PARA ORIENTAR A ELABORAÇÃO DA MOÇÃO DE ESTRATÉGIA DA UNITA ÀS ELEIÇOES GERAIS DE 2017

UNITA



LUANDA

12 DE NOVEMBRO DE 2015



Aos veteranos da luta pela independência e pela democracia
A todos os mais velhos
Aos membros da Direcção do nosso glorioso Partido, a UNITA
A todos os militantes e simpatizantes do Partido
A todos os delegados ao XII Congresso da UNITA
Angolanas e angolanos:


Com o presente documento pretendo tornar público algumas linhas de força com as quais pretendo orientar a acção da UNITA, preparando-a para responder aos desafios actuais e futuros e para disputar a vitória nas eleições gerais de 2017. Não se trata de um documento estanque, fechado à crítica e à dinâmica do Partido e da sociedade. Pelo contrário, trata-se de um documento aberto à sugestões e à participação de todos, para melhorar a acção da UNITA e para servir cada vez melhor o interesse dos angolanos.

As linhas de força que ora apresento pretendem ser um contributo para a Moção de Estratégia de uma UNITA fiel aos seus princípios e valores, à memória do seu Presidente Fundador, o saudoso Dr. Jonas Malheiro Savimbi, fiel à sua história e às suas melhores tradições republicanas.

Porém, permitam-me em primeiro lugar saudar a todos os companheiros aqui presentes. Do Mais Velho Samuel Chiwale, passando pelo Deputado Demóstenes Chilinguila, Deputado Raul Danda, pela Deputada Miraldina Jamba e pelos companheiros mais jovens como o Dr. Aly Mango, a Deputada Navita Ngolo, o Dr. Agostinho Kamuango, o Dr. Àlvaro Chikuamanga, a deputada Mihaela Webba e todos os outros aqui presentes. Muito obrigado pela vossa presença, pois ela empresta a este acto uma solenidade ímpar e transforma-o num compromisso colectivo com a causa da povo. Ela é uma confirmação colectiva de que a mesma equipa que travou nos últimos mandatos as batalhas silenciosas que aos olhos do eleitorado, colocaram a UNITA acima do MPLA, está pronta para concluir o trabalho de preparação da UNITA para disputar a vitória nas eleições gerais de 2017.

Costuma-se dizer que equipa vencedora não se muda. Também não se muda o capitão nem o treinador que coloca a equipa no topo da classificação. De facto, nos últimos anos, travamos batalhas silenciosas cujo desfecho alterou decididamente tanto a natureza do conflito como os sujeitos em conflito. Como já afirmei recentemente, hoje, as partes em conflito já não são mais o MPLA e a UNITA. Mas o MPLA e o povo soberano de Angola.

A nossa estratégia está a triunfar. Engolimos sapos? É verdade. Mas despertamos a consciência do povo. Fomos humilhados pelo regime? É verdade. Mas fomos enaltecidos pelo povo. Ontem o MPLA estava em cima e a UNITA estava em baixo. Hoje o povo colocou a UNITA em cima. O MPLA está em queda livre e o povo já nao quer levantá-lo. Se calhar é por isso que tem maus sonhos todos os dias, e vê fantasmas em todos os cantos. Fantasmas de golpes de estado, fantasmas de
conluios internacionais para o derrubar, fantasmas nas finanças públicas.
Já agora a propósito das equipes, permitam-me recordar que no nosso último encontro, logo nos primeiros momentos da minha intervenção eu disse que – passo a citar – “…todos juntos e unidos poderemos concluir a missão de preparar a UNITA para disputar a vitória nas eleições gerais de 2017”. Pouco depois e a seguir esta afirmação, eu também dizia que – passo a citar de novo- “como a mudança está a chegar, o trabalho de preparação da UNITA para disputar a vitória nas eleições gerais de 2017 precisa de ser concluído pela mesma equipa que o iniciou; aquela que causou a mudança”.

Quando em 2003 fui eleito pela primeira vez como presidente da UNITA, eu disse que seria apenas um capitão da equipe. Houve companheiros que me disseram que deveria ser mais do que capitão de equipe. Eu insisti que me encontrava na situação de um capitão de equipe. Porquê? Porque na UNITA, ao contrário do que acontece em alguns partidos, não temos a moção de estratégia do líder. Nós temos um programa concebido e elaborado pelo Comité Permanente, debatido e aprovado no Congresso e que é implementado sob a direcção do capitão da equipe. Ora, quem compõe a equipe, são todos os quadros da UNITA. Os que votam no capitão da equipe e os que votam contra o capitão da equipe, incluindo os que concorrem contra o capitão da equipe.
De 2003 para cá, só não participaram na equipe do capitão aqueles que se mostraram indisponíveis. Mas todos foram sendo convidados para participarem, duma forma ou de outra, na equipe do capitão. Ao longo

desses anos todos fomos, sempre que se revelou necessário, transferindo os jogadores médios para as laterais ou os avançados para a defesa e os da defesa para outras posições mas os componentes da equipa, foram sempre os quadros da UNITA, tivessem ou não votado no capitão. É que, afinal, os quadros da UNITA somos todos nós. Votemos ou não no capitão. Da mesma forma que para governar o nosso País vamos trabalhar com todos os quadros angolanos, - para nós não existem quadros da UNITA, do MPLA, da FNLA, mas sim quadros angolanos - também na UNITA só temos quadros da UNITA e não quadros do candidato 1, do candidato 2 ou do candidato 3. O que será importante, é apenas a competência de exercer a função para a qual for indicado.

PORQUÊ NÓS DE NOVO?

Porque ao longo dos mandatos anteriores, convencemos os angolanos e o mundo que investimos de facto na democracia e na paz. Congregamos multidões para protestar contra as políticas erradas do regime e colocamos o MPLA na posição em que até os seus aliados mais atentos acreditam que o conflito angolano entre o povo e o MPLA chegou a um ponto nunca antes visto. Todos os sinais indicam este ponto de saturação. Angola está cansada e a UNITA saiu-se bem em mostrar que o regime de 40 anos já não tem nada mais para dar à Angola.

Tanto assim é que companheiros que antes já não acreditavam e tinham deixado o Partido, agora estão a regressar. Aqueles que tinham

congelado a sua militância, descongelaram-na. Aqueles que tinham deixado de fazer política activa no Partido, em defesa do Partido e que tinham temporariamente abandonado o Partido para se dedicarem aos seus interesses particulares, estão a voltar.

Aqueles que por medo, desespero ou fraqueza advogavam a refundação da UNITA, a mudança dos seus símbolos e o silêncio sobre o seu Presidente Fundador, descobriram a futilidade dessa tese e pararam a prática de desmobilizar os mais jovens e outros menos preparados. Aqueles que diziam “Isto agora acabou”, também mudaram. Hoje, todos nos orgulhamos do nosso projecto político, o projecto de Muangai. Todos afirmamos e reafirmamos com orgulho a identidade política da UNITA. Somos todos UNITA, acreditamos na UNITA, queremos continuar a ser UNITA, sem necessidade de refundações.

O POVO PERDEU O MEDO

O povo perdeu o medo. Costumo dizer que hoje a vontade de mudar tornou-se mais forte do que o medo da mudança. A UNITA aumentou a sua base social de apoio, e tornou-se o principal factor de estabilidade, a única alternativa segura e uma força incontornável na equação do futuro.

Perante estes resultados, e perante apelos de numeros membros da UNITA e não só, e se todo o esforço vale pelos seus resultados que


estão à vista de todos; se o Partido cresceu exponencialmente; se os angolanos sentem-se agora mais seguros com a UNITA e estão finalmente preparados para dar à UNITA a oportunidade de governar Angola; e se os estatutos da UNITA não o impedem, será mesmo no interesse da UNITA mudar a sua liderança agora, quando falta cerca de um ano e meio para o início da campanha eleitoral? Caberá, certamente e em última instância aos membros da UNITA decidir em Congresso.

Prezados companheiros:

Até lá, quanto a mim, desejo e proponho-me a continuar a defender a linha política e ideológica da UNITA, porque só ela nos conduz à vitória. Só com ela e fiel aos princípios que a norteiam, marcharemos seguros rumo à realização dos nossos objectivos. Por isso, sempre fiéis aos princípios de Muangai e tendo os ensinamentos do nosso Presidente Fundador, Dr. Jonas Malheiro Savimbi como a luz que ilumina os nossos caminhos, continuaremos na defesa dos interesses dos angolanos, contando sempre e acima de tudo com as nossas próprias forças.

REFORÇO E PRESERVAÇÃO DA UNIDADE E COESÃO DO PARTIDO

A UNITA, a nossa querida UNITA, nasceu sob o signo da unidade. Ela tem a unidade na sua génese. A UNITA é um projecto de unidade; unidade do território, unidade do Estado, unidade de propósito. A UNITA é em si mesmo uma união de povos, de tradições e de culturas.
É uma frente unida em torno de um desafio secular que é a construção da Nação Angolana. Sendo a unidade a nossa génese, ela deve ser também a nossa marca. Devemos continuar a lutar unidos. Isto significa que em tempos como estes em que temos de debater teses e disputar eleições, vamos divergir, mas sem perder a oportunidade de nos unir. Podemos divergir em unidade para construir a unidade. O importante é respeitar as regras da democracia, porque a democracia é o único regime político que nos permite divergir sem perder a capacidade de nos unir. Unidos, estaremos em condições de juntos trabalharmos para vencermos desafios como:

ELEIÇÕES E CONTROLO DO VOTO
O nosso Partido estudou e já aprendeu que os resultados eleitorais que costumam ser anunciados não correspondem aos resultados produzidos nas respectivas assembleias de voto. Aprendeu que quem controla a eleição não é de facto a Comissão Nacional Eleitoral. Quem controla a eleição e preordena os seus resultados são outros órgãos, normalmente dirigidos pelos Serviços de Segurança do Senhor Presidente da República.
O que aprendemos é suficiente para concluirmos que precisamos de trabalhar seriamente e tomar medidas preventivas que se impõem para evitarmos que em 2017 voltem a acontecer as irregularidades verificadas nos pleitos eleitorais anteriores. Teremos de submeter à Assembleia Nacional propostas de medidas que garantam a integridade de processos eleitorais e acabem com o ciclo de fraudes eleitorais.

GRUPO PARLAMENTAR COMO PRINCIPAL
DINAMIZADOR DA MUDANÇA
A Assembleia Nacional é, por excelência, o palco de luta política para a defesa dos interesses do nosso Povo. No quadro da implementação do Programa do Partido a aprovar no XII Congresso, o nosso Grupo Parlamentar será solicitado a desempenhar a função de principal dinamizador da mudança. Caberá a ele não só tomar as iniciativas legislativas para implementar acções de fiscalização e controlo da execução orçamental e da efectiva implementação das medidas que o Partido vai adoptar para garantir a concretização dos direitos fundamentais dos cidadãos.

Enquanto órgão executivo do Partido que aplica a política e as estratégias da UNITA na Assembleia Nacional, o Grupo Parlamentar será levado a aumentar o nível da sua intervenção na sociedade, trabalhando dentro e fora do Parlamento.

AUTO-SUFICIÊNCIA FINANCEIRA
E APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO

Estou convencido que, se todos compreendermos que o Partido somos nós mesmos, e houver disciplina, plena entrega e espírito de missão, o Partido terá os meios necessários para minimizar os efeitos da exclusão económica e melhorar a sua situação financeira sem macular a sua integridade política nem sucumbir aos desígnios do adversário.
É de reconhecer e louvar muitos que já o têm. Temos edifícios construídos com as contribuições generosas dos membros do Partido; viaturas compradas com as quotas dos membros e programas políticos financiados em grande medida pelas estruturas locais. Para além do desenvolvimento de projectos comerciais já em curso para a auto-sustentação, propomo-nos a estabelecer um novo sistema de gestão orçamental para garantir o aperfeiçoamento da gestão e a sustentabilidade das finanças do Partido. Vamos estabelecer mecanismos que garantam o controlo permanente da cobrança regular da quota ordinária dos membros. Esta passará a ser um dos principais elementos de avaliação do desempenho dos núcleos, dos quadros e dos responsáveis do Partido a todos os níveis.
A norma que permite a retenção de 80% nas estruturas provinciais, continuará como incentivo para estas estruturas.
O objectivo é garantir o financiamento e a gestão eficaz e eficiente dos programas de trabalho do Partido, porque para o triunfo da causa do povo devemos contar essencialmente com as nossas próprias forças.

COMUNICAÇÃO E MARKETING

A UNITA já teve períodos áureos na comunicação e promoção da sua imagem. Dominar os meios e os métodos de comunicação tornou-se vital no nosso mundo em constante e rápido desenvolvimento. Hoje, podemos comunicar rapidamente para o Mundo inteiro, transmitindo as nossas ideias, as nossas actividades e fazendo-nos conhecer cada vez mais e melhor. Vamos, pois, continuar a trabalhar no sentido de melhorar as nossas realizações neste campo, massificando a formação
dos nossos quadros e o uso das novas tecnologias de informação e comunicação.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS DIRIGENTES DO PARTIDO

Vamos melhorar mecanismos de controlo interno e sistemas de avaliação de desempenho dos responsáveis do Partido a todos os níveis, dos núcleos aos secretariados executivos para garantir uma melhor avaliação das competências dos nossos quadros e determinar a necessidade da sua capacitação.

GABINETE DE ESTUDOS

Proponho-me a melhorar o desempenho do gabinete de estudos para que sirva como assessor principal de todo o Partido com o duplo objectivo de preparar documentos de apoio para a definição de políticas a implementar nas diversas situações criadas pela dinâmica imparável dos acontecimentos do País e do Mundo. Esta estrutura criará as pontes necessárias com outras instituições e entidades, incluindo cidadãos independentes tradicionalmente afastados da vida dos partidos e com os quais a UNITA deseja dialogar e aprender.

FORMAÇÃO DE QUADROS

Este programa tem como objectivo dotar os órgãos nacionais e os responsáveis políticos de ferramentas e conhecimentos académicos e
científicos que consubstanciam as propostas políticas da UNITA e apoiar no processo formativo dos militantes. Ele irá garantir, também, a preparação do material didáctico e a formação dos formadores que irão organizar e ministrar cursos em cascata com o objectivo de dotar os núcleos de formação com conhecimentos sólidos.

É necessário continuar a preparar política e civicamente os militantes e simpatizantes, na medida em que uma democracia mais qualificada exige mais e melhores agentes políticos.
Vamos formar quadros para estimular a participação, garantir a perenidade do Partidos e preparar os cidadãos e quadros do Partido para uma democracia que queremos cada vez mais participativa.

RECUPERAÇÃO E REGULARIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO

Apesar dos Acordos de Paz estabelecerem que o Estado deve compensar a UNITA e regularizar os efeitos desta situação, o facto é que o Governo não deu nenhum passo no sentido de materialização desta cláusula dos acordos e o Partido continua privado de potenciar o seu património.

Além disso, o Partido-Estado apostou em “secar a UNITA”. Não facilita nenhuma iniciativa da UNITA. Ainda assim, tomamos algumas iniciativas audazes que nos permitiram contornar a situação e recuperar já uma parte do nosso património. Propomo-nos a prosseguir tais iniciativas intensificando as medidas em curso de recuperação e regularização do património do Partido.

PROMOÇÃO DA MULHER E PAPEL DA LIMA

A LIMA sempre jogou um papel estratégico na mobilização do povo para a resistência e no apoio logístico à luta militar. Hoje, a LIMA deve reflectir sobre o seu papel estratégico na fase actual de defesa da democracia.

Acho que, ao seu papel eminentemente político, a LIMA deve associar a componente cívica e social. A LIMA deve, não só apoiar a UNITA, mas também contribuir directamente para o desenvolvimento da consciência cívica, social, comunitária dos cidadãos para os fazer participar mais na resolução dos problemas sociais.

Ela deve tomar iniciativas concretas para promover a inclusão social e o desenvolvimento comunitário. Deve procurar parcerias estratégicas com outras organizações nacionais e internacionais para ajudar na formulação e adopção de políticas alternativas de desenvolvimento rural que respeitem as especificidades regionais e promovam a igualdade entre homens e mulheres.

A LIMA deve participar de forma ousada e original num movimento amplo de mobilização do eleitorado feminino para que todas as mulheres adultas em todos os cantos do país possam obter o bilhete de identidade para poderem votar.
A LIMA também deve apoiar o combate ao uso de drogas, ao alcoolismo e à violência doméstica mediante a criação e organização de centros de assistência social no seio das comunidades.


APOIO À CRIANÇA

Relativamente ao apoio à criança, defendo ser necessário respeitar a evolução dos tempos: é preciso estabelecer associações infantis de
protecção e assistência à infância no quadro da Convenção das Nações Unidas sobre os direitos da criança e nos termos da Constituição da República de Angola. A Alvorada pode ser a primeira dessas associações que a LIMA deve estabelecer.
As políticas públicas no domínio da família, da educação e da saúde devem salvaguardar o princípio do superior interesse da criança como forma de garantir o seu pleno desenvolvimento físico, psíquico, social e cultural.
Para que as mulheres enquadradas na LIMA possam materializar este programa todo, o nosso partido terá de executar com rigor a norma que estabelece a atribuição de 20% do seu orçamento à LIMA.

JUVENTUDE

A junventude enquadrada na JURA deve, igualmente, associar ao trabalho político a componente cívica e social. A JURA deve promover planos de formação que sirvam transversalmente tanto os interesses profissionais da juventude como as necessidades de formação ideológica e autárquica.
Não haverá correcção de assimetrias nem desenvolvimento harmonioso do país sem a criação das autarquias locais. O autarca

assume-se hoje como mediador e empreendedor na promoção do desenvolvimento local, na criação de parcerias entre cidadãos organizados e o setor empresarial, procurando privilegiar a
valorização dos espaços existentes, apostando na inovação e na co-responsabilização de parcerias estratégicas.

A JURA é instrumental para libertar, enquadrar e dar voz à juventude angolana. É fundamental introduzir novas ideias e novas formas de estar na política, tão importantes para desafiar o tempo presente. Neste contexto, proponho-me a garantir que a estratégia nacional autárquica da UNITA contemple a participação activa da JURA, em todos os níveis de acção e decisão. A grande maioria dos autarcas terão de ser os jovens. Jovens angolanos, que a JURA deverá identificar e convidar. São eles que serão incumbidos de estruturar a definição das propostas do Partido no âmbito das políticas de juventude. E são eles que serão treinados para as implementar.

Estes desafios exigem da JURA uma mobilização à altura do seu papel histórico; uma mobilização que se sinta em cada aldeia e comuna do país. Uma mobilização em prol da juventude e em prol de Angola, sim, mas acima de tudo uma mobilização consciente e preparada.

Nesse sentido, proponho-me ainda a materializar um plano de formação autárquica, de modo a estarmos em condições de preparar a primeira geração de autarcas que já estará em condições de integrar as listas da UNITA logo a partir das primeiras eleições autárquicas. Temos
amigos e instituições internacionais vocacionadas para o efeito prontas para ajudar no plano de formação.

A concepção e implementação de estratégias para o desenvolvimento de um amplo movimento nacional em prol das autarquias locais é uma prioridade absoluta da minha candidatura!

Assim, espero criar um novo pelouro, na nossa estrutura orgânica. Este pelouro, que poderá ser um Secretariado ou um Gabinete especial, é a resposta mais imediata a essa necessidade e à concretização dessa ambição.
Tal como a LIMA, a JURA deve participar também de forma ousada e original no amplo movimento de mobilização do eleitorado para que todos os jovens com mais de quinze anos, em todos os cantos do país, possam obter já o seu bilhete de identidade.

Defendo IGUALMENTE que a JURA deve apoiar, PELO EXEMPLO, o combate nacional ao uso de drogas, ao alcoolismo e à violência doméstica mediante a criação e organização de estruturas que, no quadro das actividades da JURA, possam prestar assistência social no seio das comunidades.

A JURA deve criar também novas plataformas para passar no seio da juventude a mensagem da mudança. Todos os eixos que sustentam o progresso e criam valor cultural, artístico ou económico devem ser explorados. A JURA deve estar presente em todos o fóruns culturais,

artísticos e económicos para fazer passar a sua mensagem com cortesia e dignidade.

A JURA actuará no sentido de sensibilizar os diversos agentes políticos, culturais e educativos a partilharem espaços e valências para a produção e edição artística e produção, bem como para a cedência de espaços para empresas, organizações e grupos de jovens que pretendam desenvolver projectos no âmbito artístico e cultural.

Para que a JURA possa levar estas actividades teremos, de igual forma, garantir que a norma, já aprovada, que prevê a atribuição dos 20 % do nosso orçamento, seja rigorosamente cumprida.

DESMOBILIZADOS E VETERANOS DA PÁTRIA

Nenhum país será respeitado e terá paz efectiva se não respeitar e honrar os seus fundadores, os veteranos da Pátria. Honrar e dignificar os veteranos da Pátria é uma tarefa fundamental do Estado angolano.
Logo que a UNITA for chamada a exercer o poder do Estado, a estruturação dos apoios aos antigos combatentes e aos veteranos da Pátria será minha prioridade absoluta. Todos os desmobilizados serão cuidados. Todos, sem excepção.
O Governo veio dizer há poucas semanas que não vai conseguir fazer isso, mas quando a UNITA assumir o controlo do Estado, o Estado vai conseguir, porque a UNITA tem sensibilidade para com o povo.
Mas a UNITA não poderá, antes de estar no governo, resolver de forma sustentável, justa e definitiva os problemas dos desmobilizados, porque a UNITA não tem meios nem são estas as suas competências legais. Só o Estado tem. E se alguém aparecer e vos dizer que vai resolver os problemas dos desmobilizados se for eleito presidente da UNITA e enquanto presidente da UNITA, está a enganar. Por enquanto, tudoo o poderemos fazer, é contribuir com ideias e esforços tendentes a criar projectos que permitam produzir meios para uma sobrevivência sem grandes dificuldades.

RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Os nossos esforços na arena internacional produziram frutos. O mundo já não tem dúvidas que Angola tem um governo que governa contra o seu próprio povo e usurpa a soberania do povo. O mundo já não tem receios de criticar as violações dos direitos humanos praticadas pelo regime do MPLA. Já não tem receio de criticar a corrupção institucionalizada e de condenar o nepotismo e a má governação.

O mundo começa a dar sinais de que pode mudar de campo e posicionar-se ao lado do povo, como aliado do povo angolano, e não mais do regime angolano. O mundo reconhece que a explosão social só não acontece, porque a UNITA mantém uma postura de contenção e de controlo dos justos impulsos reivindicativos dos cidadãos. Por tudo isso, o mundo reconheceu já oficialmente que a UNITA é o principal fator de estabilidade em Angola.
Nós vamos continuar a denunciar a corrupção que rouba o futuro das crianças angolanas e a incompetência que compromete o

desenvolvimento e a justiça social. Vamos continuar a cooperar com as organizações de defesa dos direitos humanos que promovem a justiça, a democracia e a liberdade.

RESPEITO E DIGNIDADE PARA AS CANDIDATURAS

Todos devemos respeitar as candidaturas adversárias. Podemos discordar das suas ideias, mas não ofendamos ninguém. Vamos debater as ideias e combater os comportamentos desviantes. Vamos divergir, sim, mas sem perder a capacidade de nos unir.


UNIDADE E COESÃO AGORA E DEPOIS DO CONGRESSO

Depois do Congresso temos de esquecer as querelas do processo eleitoral interno para nos concentrarmos no combate eleitoral de 2017. Depois do Congresso, não há mais apoiantes desta ou daquela candidatura. Só há membros e dirigentes da UNITA. Todos somos UNITA. Vamos todos trabalhar para a UNITA, erguer a bandeira da UNITA e defender o Programa da UNITA. Vamos todos trabalhar com o Presidente eleito, sem receios nem preconceitos.

E o Presidente eleito não deve afastar ninguém, nem discriminar alguém só porque esteve associado a uma outra candidatura. Todas as candidaturas são candidaturas da UNITA. E só há uma UNITA, que é
esta, fundada pelo saudoso Presidente Fundador, Dr. Jonas Malheiro Savimbi.

Os adversários da UNITA, que querem ver a UNITA dividida nas eleições gerais, talvez incentivem até a criação de focos de tensão e de cisão, para depois dispersar o voto natural da UNITA. Eles também vão
procurar entrar nessa campanha, de uma maneira ou de outra. Mas só para dividir ou para fazer confusão. Mas o militante da UNITA é maduro e já sabe que o Presidente da UNITA é a primeira e última linha de defesa do Partido. Deve ser, por isso, alguém com autoridade política e moral capaz de combater os desvios e a corrupção. Alguém capaz de criticar abertamente o adversário, sem tibiezas, porque não tem qualquer tipo de compromisso com ele.
Não aceitem que sejam as pessoas de fora a vos dizer em quem devem votar. O militante da UNITA é maduro e deve ficar muito desconfiado quando é alguém de fora do partido a lhe dizer em quem deve votar.

Maninhas e maninhos:

Avancemos unidos rumo à mudança em 2017.
Unidade e Acção para a Vitória em 2017.
Viva a UNITA.
Viva Angola

Muito obrigado.

LUANDA, 12 DE NOVEMBRO DE 2015