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domingo, 27 de diciembre de 2015

25 de Dezembro, um marco na historia da luta da UNITA

Fonte :Unitaangola
Início da luta armada pela UNITA contra o poder colonial em Angola foi há 49 anos
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A 4 de Dezembro de 1966, o Dr. Savimbi fez o seu baptismo de fogo no ataque ao posto colonial no interior do Moxico, oito meses depois da proclamação da UNITA, a 13 de Março de 1966, no Muangai. Impelido pela vontade de participar na luta anti-colonial, Jonas Savimbi e os seus companheiros estiveram na origem de feitos que marcaram definitivamente a história da luta de libertação de Angola.


A adopção do princípio filosófico “Direcção no interior do país ao lado do povo e dos soldados”, estabelecia a diferença entre a UNITA e os dois primeiros Movimentos de Libertação já existentes, a FNLA e o MPLA. Além de instituir princípios, o Dr. Jonas Savimbi passava em frente na implementação prática dos mesmos, ariscando a sua própria vida.

“Quando nós pensamos naqueles dias de incerteza e de dúvida, em que éramos todos inexperientes - inexperientes na mobilização do Povo, inexperientes no combate - ocorre-nos à memória, a bravura, a técnica de David Jonatão Chingunji, mais conhecido no Leste por Samwimbila. Num ataque que fizemos ao posto de Cassamba, no Dia 4 de Dezembro de 1966, quando ainda éramos todos «verdes», foi ele quem mais resistiu e quem menos ficou perturbado com a derrota que sofremos”, explica o Dr. Jonas Savimbi ao discursar por ocasião do nono aniversário da fundação da UNITA. “Nesta hora, quando celebramos o 9º aniversário da UNITA, ocorrem-me outros nomes como o de Samako, vítima desse ataque do 4 de Dezembro”, acrescenta.


Depois de Cassamba, a UNITA protagonizou outro feito heróico que marcou o início da sua luta armada contra o poder colonial em Angola, ao realizar o ataque à Teixeira de Sousa, no dia 25 de Dezembro de 1966.

“Esta data é o MARCO principal que o povo de Angola traçou em Teixeira de Sousa com o seu próprio sangue, na madrugada de 25 de Dezembro de 1966”, viria a escrever mais tarde, o Dr. Jonas Savimbi, no seu livro Angola Resistência em busca de uma nova Nação, atribuindo “toda a honra desta accão positiva ao povo de Angola e ao seu comandante Gamboa Chivala que tombou heroicamente em combate, na zona de Lumai, em Julho de 1967”.

Segundo a publicação do Dr. Jonas Savimbi, “o ataque à Teixeira de Sousa correspondeu a uma estratégia que teve por finalidade evitar que os colonialistas portugueses construíssem mais bases militar ao longo da fronteira do Congo com Angola e em paralelo com Teixeira de Sousa”.

O referido ataque que foi cobiçado e reivindicado pela UPA, mas menosprezado pelo MPLA, depois de anunciado em numerosos "comunicados de guerra " de então, publicados pela imprensa Latina, foi descrito pelo presidente português Américo de Deus Tomaz, na sua mensagem de ano novo, como segue:

"Temos hoje em dia duas datas memoráveis na Nação. Uma é o 15 marco de 1961, que já aprendemos a esquecer e a outra o 25 de Dezembro de 1966 que estamos agora experimentando "

A envergadura e o impacto do ataque foram tão grandes que pela primeira vez, o Governador-geral de Angola, Rebocho Vaz, foi pessoalmente ao local do ataque para acalmar os apavorados colonialistas.

“Para aqueles que estão servindo os interesses de poderes estrangeiros, este ataque foi um massacre de população angolana não armada manobrada pela UNITA. Mas os factos contradizem-no, mostrando que estes lacaios representam interesses bem diferentes daqueles do povo angolano”, escreve Jonas Savimbi, transcrevendo um artigo do jornal "O Comércio" de 29 de Dezembro de 1966 que dizia:

"Temos que esclarecer que o número de 494 mencionado na correspondência vinda de Nova Lisboa para Luanda, deve ter derivado de uma ambiguidade. Contudo, o número de terroristas – mortos e capturados – foi dado por aproximação no comunicado das forças armadas. A confusão deve ter nascido no facto de os residentes das aldeias e subúrbios terem vindo procurar refúgio em Teixeira de Sousa, o que levou os observadores precipitados a suporem que dizia também respeito à população capturada "

A publicação do Dr. Savimbi prossegue afirmando que “não há paralelo que permita comparar os 3.000 angolanos que morreram em Luanda no 4 de Fevereiro de 1961, nem as centenas de milhares de angolanos que morreram entre o 15 e o 31 de Março de 1961, resultante da acção organizada pela UPA. Também não é verdade que a UNITA tenha massacrado indiscriminadamente a população civil de Teixeira de Sousa. No artigo do jornal "a Província", de 28 de Dezembro de 1966 publicava uma entrevista com o Governador-geral, Rebocho Vaz, sobre os acontecimentos do dia, dizendo.

"Praticamente a nossa primeira vítima foi o chefe local da PIDE (Policia Secreta Portuguesa) que morreu lutando e vendeu a vida muito cara".
Finalmente e sobre a morte do agente da PIDE, Jonas Savimbi afirma no seu artigo que “o chefe da PIDE em Teixeira de Sousa foi na verdade responsável por muitos massacres de militantes da UNITA, durante o período de 1966. Ele não foi uma vítima inocente, como nunca o serão os agentes da PIDE”!

De Teixeira de Sousa aos dias de hoje, a UNITA enfrentou enormes dificuldades impostas por aquelas forças que admitiam a sua existência. Depois de tantas dificuldades e de tantos obstáculos vencidos, a UNITA percorreu já parte do seu caminho. O povo angolano testemunha da contribuição e esforça da UNITA pode dizer quão valeu a pena a criação da UNITA no mosaico político do nosso país, como também a sua participação na luta que corrigiu o rumo da história de Angola.

É oportuno homenagear todos quantos munidos apenas de sua boa vontade, da sua juventude, para, de peito descoberto, fazer frente as balas do inimigo, sem experiência político-militar, entraram para Angola, para as matas do Leste, com o Dr Savimbi e com uma única determinação de vencer. Bem Haja a todos eles, conhecidos e desconhecidos.
Bom Natal e Próspero Ano Novo para todos!