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viernes, 17 de junio de 2016

RAÚL DANDA CONSIDERA INSULTO À POPULAÇAO ANGOLANA QUE SOFRE TODOS OS DIAS



O Vice-Presidente da UNITA, Raúl Danda lamentou os acontecimentos de Kapupa e disse que o país não pode continuar a viver nessa situação.

“Toda a sociedade está preocupada com estes actos. Nós olhamos para estes actos, como actos criminosos. Pensamos que são coisas que têm que acabar, tantos anos depois do final da guerra os angolanos já não deviam morrer por coisas absolutamente absurdas. É aquilo que estão a acontecer”, afirmou, avançando que para o seu Partido, o que se registou em Kapupa não somente actos de intolerância política, mas criminosos.


“Não é apenas intolerância política, são actos criminosos, porque quando uma delegação de Deputados vai para uma localidade qualquer e depois os Deputados são atacados por pessoas devidamente organizados, pessoas que foram mobilizadas de diferentes pontos, não só do Cubal, mas de diferentes pontos e que foram para lá esconderam-se na plantação de Massambala, para atacar as pessoas, quando isso ocorre sem que haja uma mão forte para defender, porque como sabeis a policia foi a primeira a por se em fuga, isso é muito grave”, afirmou Raúl Danda.

O responsável refutou os argumentos que tentam justificar a acção com a vingança das populações contra eventuais atitudes da UNITA no passado de guerra.
“Nós já não podemos ter um país onde se vive assim, sobretudo quando ouvimos declarações segundo as quais, as populações estariam a vingar-se por eventuais atitudes tomadas do passado pela UNITA, nós temos que lamentar, porque a paz tem que significar qualquer coisa à mais do que meras declarações irresponsáveis”.
O número dois da hierarquia da UNITA disse mais:

“Eu devo recordar que a UNITA nunca fez acção nenhuma contra população nenhuma, contra quem quer que seja em Cabinda, a FNLA também não. Portanto, o único partido responsável pelas mortes, detenções, etc., tec., em Cabinda é o MPLA. Não me ocorre até hoje e eu conheço Cabinda há 58 anos, não me ocorre uma situação em que as populações tenham morto alguém, tenham atacado alguém do MPLA por causa disso. Não pode ser”, avançou.
Raúl Danda convidou o MPLA a encarar a sua descida com calma.

“Eu ainda hoje ouvi numa rádio aqui da capital, um cidadão que foi FAPLA, portanto das Ex.FAPLA que dizia, claramente ele ter participado do ataque ao comboio do Zenza do Itombe, a dizer que aquilo era para incriminar a UNITA, a dizer, por exemplo que em Nambuangongo ele própria teria participado numa acção onde foram mortas mais de 200 mulheres com crianças, etc. Isto agora as populações de Nambuangongo também têm que atacar e matar as pessoas do MPLA? Eu julgo que não é por aí que se resolvem os problemas. Quaisquer que sejam, alguns desesperos que alguma força política possa ter, na eminência de perder o poder, tem que aceitá-lo com alguma serenidade, porque normalmente é assim. Quem sobe depois tem que descer, não há nada que fique pendurado lá em cima. Subiu chegou a altura de descer desça com calma”, continuou o político.
Segundo Raúl Danda a reunião com o Fórum Cristão Angolano abordou outras situações que afligem as populações e convidaram a igreja a ajudar ara que Angola volte a sorrir um dia.

“Estivemos a trocar impressões sobre o andamento do país em termos, não apenas dessa questão da intolerância, mas sobretudo da crise que se abateu no país. Uma crise de natureza económica de natureza financeira, uma crise de natureza cultural, uma crise de valores, uma crise de muita coisa, uma crise que não se pode atribuir apenas, como paternidade, à baixa do preço do barril do petróleo nos mercados internacionais. Mas isso é sobretudo fruto da delapidação do erário público, é fruto da desgovernação que o país foi conhecendo é fruto da
vontade e da arrogância”, sublinhou, apontando ausência de “vontade política tendente a diversificação das fontes de receitas, para as pessoas ficarem apenas limitadas ao petróleo.

Para Raúl Danda, não faz sentido os angolanos importarem tudo quando deviam produzir os seus produtos para o seu próprio consumo. Considera de insulto às populações sofredoras de Angola o que se passa no país.

“Hoje quando nós olhamos para Angola, uma Angola que acumulou muito dinheiro com a venda de petróleo durante estes anos todos não faz sentido nenhum que os angolanos importem tomate, cebola, ovo, franco, açúcar, etc, etc, quando isso podia ser produzido aqui. Portanto, porque é que nós não temos uma produção de conserva de pescado, por exemplo e temos que recorrer à Europa pra comprar lata de atum e conserva de sardinha. Não faz sentido, nós temos espaço para o Turismo, quem governa não fez nada durante este tempo todo e sobretudo ficamos aqui em meio de uma situação em que falta tudo, falta agulha, falta aspirina, faltam as luvas, falta tudo, menos o lixo, porque aqui ´lixo é que cresce, enquanto outros ligados à oligarquia exibe todos os dias. Todos os dias temos notícias de que se comprou um banco, de que se fez mais aquilo, de que se comprou o diamante mais caro…
Eu acho que isso é um insulto à população angolana que sofre todos os dias porque não tem rigorosamente nada para comer”, disse acrescentando que partilharam com a delegação do FCA, ideias para ver como é que a igreja pode ajudar também a levar o país ao bom porto, para que esse país possa conhecer bons dias.