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domingo, 4 de junio de 2017

UNITA Apresenta Programa de Governo

Fonte :Unitaangola
UNITA apresenta seu Programa de Governo para eleições de 23 de Agosto
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Chama-se Angola 2030 – Agenda da Mudança, o programa de governo, apresentado aos angolanos pelo Presidente do Partido e Candidato a Presidente da República, Isaías Samakuva, na tarde de Quinta-feira, 1 de Junho de 2017, no Royal Plaza Hotel, perante a assistência de diplomatas, líderes políticos, académicos, estudantes, jornalistas, militantes e simpatizantes da UNITA.

Trata-se de uma proposta da UNITA para os angolanos tirarem o país da crise generalizada em que se encontra e capitalizarem o momento histórico presente, para estabelecer os fundamentos de um novo contrato social que vincule os poderes públicos futuros, nas próximas décadas.

“Angola 2030 é mais do que um programa eleitoral. É uma visão, um convite a todos os patriotas, uma plataforma para se resolver, de forma consensual e como comunidade política, as grandes questões que se nos colocam, como o resgate da cidadania, a afirmação da nacionalidade angolana, seu sistema de valores, o sistema político, a reestruturação da economia, a construção do futuro e a integração de Angola na economia global”, defendeu o Presidente Samakuva, avançando que é um convite à concórdia, ao progresso social e ao desenvolvimento económico, dirigido aos anciãos de todos os povos de Angola, aos patriotas de todos os partidos, às mulheres e homens de cultura, aos oficiais e agentes das forças de defesa e segurança, a todos os cidadãos.

Samakuva entende que o programa de governo da UNITA é uma luz para a juventude martirizada, um ramo de oliveira estendido às autoridades do actual regime, um convite à parceria com as lideranças eclesiásticas, um manancial de oportunidades para os investidores e uma mensagem de hospitalidade e fraternidade a todos os que pretendem tornar Angola a sua segunda Pátria.

A UNITA se propõe a concretizar de forma pacífica a mudança histórica que o País reclama, e propõe os princípios orientadores da reforma do Estado, os valores subjacentes aos programas que concretizarão a afirmação da nacionalidade angolana, a diversificação especializada da economia e a construção do futuro, na sequência do exercício, pelo povo soberano de Angola, de um novo poder constituinte, rumo à construção de uma nova nação, uma verdadeira República.

O programa de governo da UNITA, que vai ser apresentado nas eleições de 23 de Agosto de 2017, preconiza para Angola uma solução republicana e democrática, uma nova cultura política, que poderá libertar-nos do nosso passado e dos nossos temores e orientar-nos para a construção da prosperidade e do progresso, num ambiente de liberdade, competitividade, confiança, respeito e estabilidade.

“Só a democracia nos permitirá resgatar os valores da angolanidade e afirmar Angola como país africano multicultural, sólido, de dimensão atlântica”, insistiu Isaías Samakuva.

Ao caracterizar o estado actual do país, o líder da UNITA apontou que Angola vive nos dias de hoje uma crise de identidade, que está na base da falencia moral do país, da opacidade do sistema financeiro, da mediocridade do sistema de educação, do desmoronamento do sistema de saúde, da prostituição da economia, da ineficácia do sistema de justiça e da subversão do papel e das estruturas do Estado.

“Angola é governada por uma oligarquia que instalou no país um poder autoritário que controla os recursos económicos e funciona como força de bloqueio ao triunfo do ideal democrático e ao funcionamento de suas instituições”, disse Samakuva, fazendo o diagnóstico do estado actual de Angola.

Acrescentou que a estrutura prostituída da economia política angolana, a institucionalização efectiva dos crimes de suborno, peculato, branqueamento de capitais e corrupção, pelos poderes públicos, e a não responsabilização dos agentes públicos envolvidos agravaram os níveis de pobreza e colocaram o nosso país no topo dos países mais mal governados do mundo.

Isaías Samakuva lembra no documento que os índices de desenvolvimento são fracos, registando Angola a oitava maior do mundo da mortalidade infantil, com 161 mortes em 1000 crianças por ano.

“As perspectivas de crescimento da economia foram revistas em baixa, com o sector petrolífero a crescer 0,8% e o sector não petrolífero 1,2%. A agricultura está adormecida, o sector diamantífero registou um desempenho negativo de 0,6% e o sector da Indústria transformadora registou igualmente um desempenho negativo de 3,9%”, constatou o líder da UNITA, que voltou a rebater a tese segundo a qual, a crise actual é o resultado da incompetência governativa e dos erros acumulados da gestão danosa dos recursos públicos ao longo dos anos.

Prosseguindo, o Presidente da UNITA e candidato a presidência da República, disse que durante os últimos anos os salários perderam mais de 50% do seu poder de compra, o governo aumentou a dívida pública para mais de 60% do PIB, os consumidores perderam a confiança no sistema bancário, as reservas internacionais baixaram significativamente, enquanto o país assiste aos actos mais evidentes de nepotismo, impunidade, corrupção e improbidade pública.

“A má governação crónica, a insustentabilidade da dívida pública e a incapacidade generalizada do Estado de prestar serviços básicos à população e de cumprir satisfatoriamente as tarefas fundamentais do Estado estabelecidas pela Constituição comprometem irremediavelmente o futuro da juventude e a viabilidade do país no curto e médio prazo”, sublinhou, defendendo que as maiorias já não aguentam o sofrimento e clamam por uma mudança agora.

Na caracterização da situação actual, Isaías Samakuva trás à memória dos angolanos a corrupção generalizada, que aprofunda a crise social e institucional que assola o país, assassinatos políticos, prisões arbitrárias, repressão da liberdade de imprensa, tentativas abertas de corrupção e cooptação políticas e sanções económicas, que se tornaram a punição oficial e oficiosa contra todos aqueles que se recusam a alinhar com a agenda da exclusão e do autoritarismo do regime.

“Por tudo isso, Angola precisa de um novo rumo. Angola precisa de novas políticas, novos valores e novas lideranças. Precisa de um novo contrato social, uma nova economia e nova cultura de governação”, afirmou.