Bispos católicos criticam postura partidária do padre Apolónio
Luanda - Os bispos
católicos criticaram o Governo angolano por investirem em obras não
duradouras. A crítica foi feita no final da segunda plenária da
Conferência Episcopal de África e São Tomé que terminou no passado dia,
29 de Outubro.
Fonte: VOA
Na
conferência de imprensa, os bispos começaram por aplaudir a realização
do Censo Geral da população e, a propósito, sublinharam a assimetria que
se regista entre ricos e pobres.
Na ocasião os líderes católicos
criticaram o Governo angolano por aplicar recursos financeiros em obras
de qualidade duvidosa e muitas vezes não concluídas, segundo o porta-voz
da conferência, Dom Manuel Imbamba.
A conferência “contudo, lamenta os
recursos financeiros que vão se aplicando em obras de qualidade
duvidosa, muitas vezes nem concluídas”, disse Imbamba.
Os bispos angolanos também criticaram o
cónego Apolónio Graciano pela sua postura de participar constantemente
em actividades do MPLA, contrariando os postulados do Vaticano que
desaconselham os padres a se envolverem directamente na política activa.
Apolónio Graciano foi recentemente
integrado na caravana do chamado movimento nacional espontâneo, que tem
desenvolvido inúmeras actividades de promoção da imagem do presidente
angolano. Graciano chegou a ser um dos oradores numa cerimónia de
exaltação e divulgação dos feitos de José Eduardo dos Santos em
Benguela.
“A participação de um dos nossos
sacerdotes de Luanda na campanha do movimento espontâneo criou algum
embaraço, recebemos muitas cartas e muitos telefonemas por isso fizemos
essa nota para esclarecer a opinião publica que não é essa a missão do
sacerdote”, disse Dom José Manuel Imbamba porta-voz da Conferência
Episcopal de Angola e São Tomé, CEAST.
A segunda plenária anual dos bispos
reconduziu o padre Quintino Candanji como director da Emissora Católica
de Angola, a rádio Ecclésia.