Analistas angolanos dizem que ofensiva chinesa "acordou" EUA para a África
"Sombra" da China despertou Washington para o continente, dizem analistas
O governo angolano saudou a administração Obama por ter organizado a cimeira Estados Unidos-Africa.
Analistas angolanos de política internacional e economistas, embora
divididos sobre alguns aspectos da cimeira, afirmam que a crescente
presença da China em África foi o que “acordou” Washington para a
importância do continente.
Alguns afirmam mesmo que o objectivo desta cimeira foi o de abrandar o avanço dos investimentos chineses em África.
Manuel Tomás, analista de política internacional, diz que os Estados
Unidos sentiram-se “um tanto ou quanto ultrapassados porque a China
estaria a ocupar um espaço e a reverter o quadro da influência dos
Estados Unidos no continente”.
Tomás disse que o encontro serviu para os africanos sublinharem a
necessidade “de se olhar para África com outros olhos e a necessidade de
se respeitar a África”.
Os dirigentes africanos e os Estados Unidos encontraram nessa cimeira “o meio termo”.
“Os Estados Unidos não abdicaram dos seus princípios sobre o respeito
dos direitos humanos e a democratização, e os países africanos não
abdicaram dos seus esforços da sua própria democratização”, disse.
Já Paulo Cristóvão, especialista de assuntos económicos, disse que a
cimeira permite que os Estados Unidos consolidem mais a sua posição no
mercado africano enquanto o continente ganha investimentos de peso.
Ouça o debate aqui: