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viernes, 8 de agosto de 2014

8/08/2014 - ANGOLA: PRESIDENTE DA UNITA Dr ISAIAS SAMAKUVA TERMINA VISITA AO BIÉ COM SENTIMENTO




















Fonte :Unitaangola




Presidente Samakuva termina visita ao Bié com sentimento de dever cumprido



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Avaliação do trabalho do Partido no Bié

De facto tive o prazer de fazer esta viagem pelas terras bienas e devo dizer que em primeiro lugar fiquei bastante sensibilizado com a adesão das populações do Bié à UNITA. Dois anos depois das eleições, eu sou levado a pensar o seguinte: ou a população ficou completamente desiludida depois das eleições e então a tirar a sua adesão ao MPLA para a UNITA, ou então como é o nosso ponto de vista, as eleições aqui foram uma fraude completa, porque pelo nível de adesão que estamos a encontrar a UNITA poderia ter muito mais votos. Portanto, aqui tiramos duas conclusões. Ou houve fraude que é nosso ponto de vista que houve fraude, ou então o governo está a decepcionar completamente as populações e estas estão a virar-se para a UNITA.
O nosso trabalho correu muito bem, sobretudo porque o nosso trabalho é direcionado às massas populares. Se essas massas populares, se esses cidadãos que compõem a população da província do Bié está satisfeita com a nossa mensagem, recebe com muita ânsia e vê-se nos olhos que eles precisam de ver a UNITA governar o país, então podemos dizer que estamos satisfeitos, partimos com sentimento de que valeu a pena virmos até ao Bié, porque essa constatação que acabamos de fazer vai nos ajudar também a planificar as nossas acções e priorizar aquilo que temos de fazer no país.

Situação social das populações do Bié

Eu tenho, pela minha experiência, por aquilo que eu vejo no país, uma ideia de que a situação social no nosso país está muito mal, nunca pensei que estivesse tão mal como encontrei no Bié. Do que eu ouvi, das intervenções dos anciãos, dos cidadãos que eu escutei, daquilo que eu ouvi do povo, eu fiquei sinceramente muito chocado. O país tem recursos e o MPLA apresentou-nos um programa que dois anos depois das eleições teria feito diferença, mas aquilo que nós constatamos é que o programa não está a ser aplicado. Se estivesse a ser aplicado nós estaríamos a ver outra situação como também não pareceu haver indicações de nos próximos três anos que restam para o mandato acabar haja alguma melhoria, pelo contrário. De modo que a situação social aqui é muito má. A população queixou-se da falta de medicamentos, lamentou, porque não tem água potável, não tem uma educação para as crianças aprenderem a ler e a escrever, falaram-nos de professores que vêm transferidos de tão longe de tal formas que ficam no local de trabalho dois dias por semana e como consequência as crianças não sabem ler, falaram-nos de mortes assustadoras de mortes no município da Catabola, falaram-nos de quatro a cinco mortes por semana. Essa taxa de mortalidade é muito elevada. Portanto, a situação social não está boa.

Posição da UNITA sobre Eleições Autárquicas

A posição da UNITA em relação às eleições autárquicas é a posição dos cidadãos. Foram os próprios cidadãos que nos perguntaram quando é que acontecem as eleições autárquicas, estão ansiosos verem as eleições autárquicas acontecerem. Também essa é a nossa posição. Estamos ansiosos em ver as eleições autárquica acontecerem. Infelizmente não há sinais. Ora nos dizem que é nos anos que vêm, ora nos deixam a entender que podem acontecer paralelamente com as eleições gerais, ora nos deixam a entender que não há, no tempo, um horizonte que nos possa nos dar indicações de sua realização. É preocupante. Mas eu fiquei agradavelmente surpreendido, porque afinal as populações, os cidadãos comuns da aldeia já falam das autárquicas e eles sabem que com as autárquicas estariam em situação melhor, por conseguinte esperamos que as autoridades competentes escutem esse clamor do povo.

Desempenho das estruturas do Partido no Bié

Eu devo dizer que fiquei satisfeito pela adesão popular. Ora, o povo não adere só, é porque há trabalho e por conseguinte esse trabalho deu os seus resultado e os resultados são aqueles que traduziram em muitas multidões que esperaram por nós e escutaram a nossa mensagem. Naturalmente, nós precisaremos de trabalhar muito mais. Nos precisamos de assegurar desde já que se em 2017 houver eleições transparentes e limpas, a UNITA vai, certamente, no Bié, ganhar essas eleições. Precisamos trabalhar mais, o que vimos é uma parte da província do Bié. Estivemos aqui o ano passado, já vimos outra parte da província, onde também vimos bom trabalho a ser feito. A esse respeito, eu parto satisfeito, contaram-nos as intimidações que existem, a discriminação que os militantes da UNITA sofrem em relação aquilo que é de direito, mas apesar disso as populações acham que é com a UNITA que podem encontrar a melhoria das suas vidas e por conseguinte, estão a aderir e isto é fruto do trabalho que se está a fazer.

Intolerância Politica no Bié

Estamos a vir do Cutato e aquilo que nos contaram os mais velhos é que há intimidação. Durante esses dias, agentes do sinfo, sobas instruídos pelas autoridades administrativas andaram pelas aldeias a intimidar as populações para que não viessem ao comício da UNITA. Outros passaram pelas aldeias a distorcer as datas, a deturpar a história real, disseram-lhes que nós passaríamos ali só amanhã sábado, quando toda a gente sabia que nós iríamos passar hoje 1 de Agosto. Portanto, houve vários actos de intimidação que se traduzem em intolerância politica. Nós vimos sobas concentrados num local para onde foram levados para não virem escutar a mensagem da UNITA. Esses actos são deploráveis.
Nós pensamos que no nosso país devíamos ter a liberdade que a constituição nos confere. Do outro lado as populações deviam ser deixadas livres para fazerem as suas próprias opções, porque são adultos e sabem o querem.
Felizmente a população está madura já não concorda com alguns procedimentos e pelo contrário, essa maneira de proceder do nosso adversário principal está a levar as populações a perceberem que só têm liberdade aderindo à UNITA.

A Igreja e a política

Os responsáveis da UNITA no Cutato levantaram as questões relacionadas com as igrejas que estão a deixar de fazer o seu trabalho e a meter-se em politica. Estavam a dizer que igrejas instrumentalizadas pelos dirigentes do MPLA estão a fugir da sua função principal que é pregar a palavra de Deus, estão a fazer interferência na vida dos Partidos políticos. Não é esse papel da igreja.

Balanço da digressão

Apresentamos aqui o balanço da nossa visita à província do Bié. Nós partimos com o sentimento de dever cumprido, partimos com o prazer de termos encontrado multidões e termos tido a oportunidade de passarmos a nossa mensagem para as populações. Partimos satisfeitos porque ouvimos o sofrimento da boca dos próprios cidadãos, daqueles que vivem esse sofrimento no seu dia-a-dia. Também estamos satisfeitos, porque se de um lado ouvimos escutamos as lamentações das populações, do outro lado nós vimos essas populações com a esperança de um dia ver uma Angola melhor dirigida pela UNITA.