O Presidente da UNITA afirmou que a economia angolana está prostituída, não atende as necessidades básicas das populações e carece de reestruturação.
Falando para milhares de cidadãos que assistiram as celebrações do 51º aniversário do Partido, o Presidente Isaías Samakuva afirmou que a crise actual do país resulta da má governação e da má utilização de recursos públicos.
“A guerra terminou há quinze anos e a vida dos angolanos piorou. A UNITA e o Dr. Jonas Savimbi eram o pretexto para tudo o que corresse mal [em Angola]. Quando faltasse luz elétrica, era UNITA, quando faltasse água, diziam que era UNITA, mas a guerra acabou há quinze anos e o Dr. Jonas Savimbi morreu há quinze anos, os problemas aumentaram e estenderam-se a outros sectores da vida. Na educação, na saúde, na habitação tudo piorou”, indicou Isaías Samakuva.
O Presidente da UNITA descartou qualquer responsabilidade do seu Partido nos problemas actuais do país.
“A UNITA nunca tomou conta do poder, mas a soberania está cada vez mais ameaçada, o angolano já não tem terra, não tem direitos, não tem futuro, não beneficia da independência e da paz que conquistou com seu sangue, não vive nas casas que constrói com o seu suor, é agredido, defraudado e vilipendiado pelo governo que lhe devia proteger”, apontou, acusando o MPLA de má governação.
Segundo Isaías Samakuva, a crise econômica actual, é o resultado dos erros acumulados, de gestão danosa dos recursos públicos, ao longo dos anos. É parte da crise estrutural e sistêmica que assola o país, resulta da crise de valores que sustenta a corrupção ancorada na cidade alta.
“O país só está em crise, porque os governantes tornaram-se comerciantes e maus comerciantes, que não dominam tecnologias, têm fraca capacidade de gestão, não pagam dívidas que contraem e ainda assim, continuam a ser financiados pelo saco azul de um estado predador, que é dirigido por eles mesmos”, afirmou o Presidente da UNITA, que defende profundas transformações na estrutura da sua economia política, nas estruturas e sistemas de produção, na cultura de dispêndios de recursos públicos, na cultura de gestão e responsabilização, profundas transformações na natureza dos indicadores que definem e medem os objectivos do desenvolvimento.
“Quem quiser ser comerciante, não devia ser mais político e detentor de cargo público”, sentenciou Isaías Samakuva, que defende o crescimento econômico assente no desenvolvimento humano, na descentralização política, na diversificação das exportações, na prioridade dada aos investimentos massivos, na educação de qualidade, para a criação massiva de empregos no sector primário e secundário da economia.
“Nós, ao sermos eleitos por vós [angolanos] para governar Angola, uma das primeiras coisas que faremos é convocar os melhores cérebros do país, para apresentarem aos decisores políticos, um programa de longo prazo que mereça o mais amplo consenso nacional, para a reestruturação da economia”, garantiu, reconhecendo que o “êxito de um programa dessa magnitude requer o compromisso das várias forças políticas, porque não pode ser programa de um só governo e de uma só legislatura, envolve o concurso de vários governos e o engajamento de todo o povo durante algumas décadas”.
|
