Fiscais em Luanda queimam e apoderam-se dos bens de revendedeira, que sobrevivem do negócio, sem nenhuma satisfação plausível. O facto ocorrido no início desta semana, 25 de Janeiro de 2016, deixou também os roboteiros sem os seus carros de mão, consumidos pelo fogo atirado sobre as chamadas casas de processo.
As comerciantes que se queixam da falta de emprego, lamentam a atitude dos fiscais que realizaram tal acto.
"Nós não estamos a ver emprego, que estão a trabalhar não estão a lhes dar salário. Não estão a pagar três meses 2 meses".
Aquelas mamãs que fazem do negócio o seu ganha pão, revelam que os fiscais distribuíram entre si as coisas mais importantes, deitando fogo para o resto considerado menos importante. De acordo com as negociantes, os fiscais apoderaram-se dos bens das revendedeira, porque não são assalariados, o que leva estes agentes a enveredarem para tais práticas, como auto pagamento.
"Que não tem valor, o negócio que não é de valor estão a meter fogo, de valor estão a levar. A vida vai como? Queimaram muita coisa. Disseram que eles quando estão a vir vocês têm que fugir, porque ninguém lhes paga. Se pagam a eles próprios. Quando apanham negócio se está bom levam. O que não está bom metem fogo. Dizem que os são jovens são retaguarda do país. O marido já morreu na guerra, quem provocou a guerra não somos nós, nós também somos descendentes da nação. Hoje ela é viúva tem quatro filhos. E, hoje em dia para a família te ajudar tem que saber o que é que você faz. Por isso é que as pessoas que tem dinheiro não vivem próximo dos pobres, porque sabem a qualquer hora e momento vão bater a porta. Nós como já somos mesmo coitadas, somos já como dente do fundo, lhe vejam só quando tem alegria ou tristeza, por isso é que não estão a olhar pelo nosso lado".
Vários carros de mão dos roboteiros que se encontravam no local foram igualmente engolidas pelo lume, deixando os homens, na sua maioria provenientes da região Centro e Sul de Angola, a falta dos seus meios de trabalho.
"São muitos mesmo não dá para contar. Estamos a levar na cabeça. Aparece um saco, calha com quem te manda um saco, levas na cabeça. Estamos mesmo a trabalhar assim normalmente. Só talvez se a pessoa consegue a passagem de regressar ou como é que é. Se não está mesmo mal. Não estamos a conseguir fazer nada. Eles mesmos estão aqui em qualquer beco. Estão destacados. Encontramos fogo mesmo. Encontramos tudo incendiado nos processos mesmo. Entraram sem as donas, sem esperar as donas, sem nada. Chegam, tiram, metem fogo. Ninguém fala".
Essas comerciantes afirmam que sempre que é nomeado Novo Governador na província de Luanda, acabam sendo dispersadas, queimando e roubando os seus produtos. | |