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martes, 28 de junio de 2016

Balanço dos 100 de trabalho de Adriano Sapiñala no Kuando Kubango


Fonte :Unitaangola

Adriano Sapinala 2.jpg
Ilustres Jornalistas aqui presentes
Digníssimos Membros do Executivo Provincial do nosso Partido
Minhas Senhoras e meus Senhores

É com bastante satisfação que nos apresentamos hoje diante de vós, para podermos fazer o balanço dos primeiros 100 dias que marcaram o nosso mandato, iniciado a 11 de Março do ano em curso, quando nesta nossa sala magna tomamos posse para o cargo de Secretário Provincial da UNITA aqui no Cuando Cubango.

Naquele dia eu notei a nossa sala ser tomada por um misto de sentimentos por parte dos meus companheiros que se de um lado, alguns viam aquele momento com reticencias por não nos conhecerem bem, por outro lado senti firmeza, determinação, satisfação e até mesmo sede de realizar por parte da maioria, que euforicamente reagia a nossa vinda para esta martirizada Província do Cuando Cubango, situação esta que galvanizou a nossa prontidão para o desafio ora assumido, cientes de que estávamos proibidos de defraudar a confiança que nos foi depositada pela Direcção do nosso glorioso Partido UNITA, na pessoa do seu Presidente Dr Isaias Henrique Ngola Samakuva.


Entretanto apesar deste misto de sentimentos, não nos coibimos de partilhar com os quadros do nosso Partido, os objectivos da nossa vinda aqui e começamos a trabalhar, dando a entender a todos que o contributo de todos e de cada um é necessário para o engrandecimento da nossa UNITA.

Assim sendo passamos a teorizar menos e praticarmos mais já que, como dissemos na UNITA, a Prática é o critério da verdade.

Depois de ouvirmos várias sensibilidades entendemos que o contacto com as populações se tinha revelado num imperativo e foi assim que decidimos optar por uma postura de maior proximidade com as populações e, no dia 18 de Março trabalhamos aqui no Município sede com os responsáveis a todos os níveis que movimentam a máquina Partidária em Menongue.

Na mesma optica no dia 02 de Abril deslocamo-nos para o Município do Cuchi onde constatamos a vida dos seus Munícipes e a situação partidária naquela Municipalidade, tendo terminado a nossa deslocação com um acto de massas que serviu para medir a pulsação do nosso Partido ali.

No dia 09 de Abril nos movimentamos para o Sector Dumbo de onde saímos animados dada demonstração de força da UNITA ali nos apresentada.

Chegados cá em Menongue, entendemos que precisávamos de fazer uma jornada patriótica que nos levaria a todos outros Municípios em que estamos implantados política e fisicamente com o fim de constatarmos a vida politica, social, económica das populações assim como a nossa vida partidária; Daí que decidimos em começar a referida jornada no dia 14 de Abril.

Como mandam as boas maneiras, informamos as autoridades Governativas e Policiais da nossa pretensão; e para o nosso espanto, no dia marcado vimos a nossa viagem a ser dificultada pela Polícia Nacional com o impedimento do avanço de uma das viaturas que fazia parte da nossa caravana sob pretexto de uma presumível superlotação da mesma, factor este que já nos chamou atenção uma vez que as autoridades policiais tiveram conhecimento antecipado do nosso movimento.

Ainda assim já que a Polícia Nacional alegava motivos de segurança do nosso pessoal que se fazia transportar naquela viatura, preferimos não colocar resistência as atitudes da Polícia que viria a ordenar o regresso da mesma para a unidade operativa de Menongue de onde já no dia seguinte viríamos a ter informações de que se tinham encontrado duas armas AKM 47 de fabrico soviético embrulhadas numa bandeira da UNITA e amarradas em dois colchões…….

Enquanto tudo indicava para a Polícia uma atitude voluntária da nossa parte, em nós já demonstrava claramente que havia intenções de manchar o bom nome da UNITA como sempre o nosso adversário fez com manipulações de vária ordem. Entretanto, seguidas as tramitações legais, S.Excia Sr Governador Provincial decidiu a favor da continuação da nossa viagem que viria a acontecer apenas um dia depois da data inicialmente marcada, isto é, no dia 15 de Abril.

Dadas as dificuldades de locomoção derivadas da inexistência da rede viária em tapete asfáltico que liga o Município do Cuito Cuanavale à Mavinga, atingimos aquele município 22 horas depois de termos deixado a cidade de Menongue num trajecto caracterizado por enormes dificuldades.

Valeram a pena as 22 horas de marcha porque encontramos o povo a vibrar com danças e cânticos demonstrando assim a alegria contagiante e constante, sempre que a UNITA faz a sua festa naquele histórico Município de Mavinga.

No dia 18 de Abril partimos de Mavinga para Rivungo num percurso que nos levou 16 horas de marcha e que nos serviu também para contactarmos as populações instaladas ao longo da via que liga os dois Municípios e ali no Rivungo constatamos os primeiros actos de intolerância política perpetrados pelos militantes do MPLA sob orientações do Sr Júlio Vidigal que é também o Administrador Municipal ( portanto representante do Executivo Angolano ali), cuja sua postura tendia mais para chefe de uma milícia do que para autoridade governamental de um País Democrático e de Direito. Para a triste memória, no dia 19 de Abril assistimos a invasão dos efectivos da Casa Militar do Presidente da República sob o Comando do Administrador Municipal do Rivungo ao local do nosso acto de massas que acontecia de fronte ao Secretariado Municipal do nosso Partido no Rivungo, com arremessos de pedras as populações ali concentradas no intuito de as dispersar, numa manifesta atitude ciumenta e até mesmo criminosa e, outros materiais contundentes tendo como resultado desta invasão 6 angolanos feridos.

No dia 21 de Abril rumamos do Rivungo para a denominada Comuna do Luyana que para nós é e sempre será a Jamba (Bastião da resistência contra a invasão Russo-Cubana em Angola), onde trabalhamos durante 3 dias. Foi doloroso encontrar a Jamba como está hoje, porque ficou patente a destruição das suas infraestruturas, através dos seus vestígios, numa clara demostração de ódio por tudo quanto a UNITA construiu ali e foi devastado tão logo que a Administração do Estado chegou lá. Ademais, esta situação prevalece agora com a comunicação feita pela Administração local as populações em como, vão ser desalojadas da Jamba para uma zona por se identificar, porque aquela localidade se vai transformar num parque de animais selvagens com maior incidência aos elefantes; isso tudo só prova que o objectivo principal do Governo de Angola é apagar a Jamba da história contemporânea do nosso País, facto este que condenamos veementemente porque, a Jamba é uma parte importante de Angola e foi a partir de lá que se impos ao Governo Angolano o Multipartidarismo e consequentemente a Democracia e o Estado de Direito que hoje o País vive.

Ao se tratar dos destinos da Jamba não se pode faze-lo unilateralmente sob pena de a história vir a julgar os autores desta pretensa intenção, que é a de a destruir definitivamente.

Alias em vez desta pretensão, somos a sugerir que se erga um Museu de História Contemporânea de Angola na Jamba por ser mesmo o lugar de onde se escreveram várias páginas da mesma história e por feliz coincidência muitos dos seus autores ainda vivem e podem contribuir grandemente para se contar verdadeiramente a história de Angola, que está hoje numa versão totalmente deturpada.

Mas, voltando para o nosso balanço que se impõe, no dia 22 de Abril partimos da Jamba para a Comuna do Mucusso, onde atingimos no dia seguinte e encontramos o povo concentrado a nossa espera e por conta disso, decidimos falar para a população da referida Comuna no mesmo dia. Entretanto marcamos o acto de massas para as 15 horas do dia 23 de Abril e assim aconteceu. Infelizmente o acto não aconteceu como prevíamos porque uma vez mais os agentes do mal, comandados pelo Sr Jonas Kapoyoyo (Administrador Comunal) invadiram o nosso acto de massas tal como tivera acontecido no Rivungo, com arremessos de pedras, agressões físicas contra os componentes da nossa caravana e até que o cúmulo aconteceu, que foram os disparos de uma arma de fogo tendo por ironia do destino aquela acção provocado outros 6 angolanos feridos em pleno, num acto bárbaro de intolerância política energicamente condenável.

Catorze anos depois de alcançada a paz e o país a viver de um processo de reconciliação nacional nada, mas absolutamente nada justifica tamanhas atrocidades, muito menos quando se trata de motivações políticas, porque afinal de contas a política também subordina-se a ética e ninguém tem o direito eticamente de sabotar qualquer acto de um partido concorrente já que vivemos em um País que abraçou a democracia como seu sistema político e a democracia assenta-se no respeito pelas diferenças de opiniões.

Por outro lado, a UNITA afirmou-se e enraizou-se na memória colectiva dos angolanos como Partido político democrático, pacífico e tolerante, pelo que todos intentos contra ela neste sentido cairão sempre em saco roto porque, a UNITA está seriamente engajada na conquista da estabilidade social do país, com a promoção do desenvolvimento económico e com a missão histórica de realizar Angola e os angolanos a partir das eleições que vão acontecer já no próximo ano e para isso temos como maior aliado o povo angolano de Cabinda ao Cunene e do Lobito ao Luau.
Prosseguindo:

No dia 25 de Abril continuamos com o nosso movimento e desta feita rumamos para o Município do Calai onde nos desdobramos durante 2 dias em contactos com vários extractos da sociedade naquela Municipalidade e tudo tendo corrido na normalidade ficamos com a sensação de que Rivungo e Mucusso pertenciam a uma outra Angola….

No dia 27 de Abril partimos do Calai para o Município do Cuangar, onde uma vez mais fomos recebidos calorosamente pela população local numa demostração clara de que a UNITA goza de boa saúde em todo território da Província do Cuando Cubango, já que chegados ali estávamos a fechar um ciclo que nos levou a todos Municípios da nossa Província em que estamos implantados. Entretanto importa referir que o termino da nossa Jornada Patriótica aconteceu na Comuna do Caiundo num acto de massas memorável.

Terminada esta jornada, recolhemo-nos para o Menongue em balanço, do qual salientamos o seguinte, fruto das constatações feitas:

A nossa Província carece de maior atenção por parte dos Executivos Nacional e Provincial, a medida em que quase tudo falta as populações, começando mesmo pelo que comer, o que vestir, medicamentos, escolas, saneamento básico, estradas que liguem os Municípios entre si, água potável, energia elétrica, etc, etc. A extrema pobreza se transformou na maior marca da nossa Província, situação esta, que pode nos levar assistir brevemente se não se tomarem as medidas necessárias, a uma grande e grave hecatombe social cujas consequências serão incalculáveis.

Há quem diga que o que vivemos hoje na Província do Cuando Cubango é consequência da crise económica e financeira que o País vive mas, não; não porque o Cuando Cubango chega a ser a única Província de Angola que beneficiou em quase nada nestes 14 anos de paz se considerarmos as suas potencialidades hídricas, de recursos minerais, turísticas, agrícolas e humanas. Se as tivessem em conta estaríamos hoje no sentido inverso da situação que vivemos, com um taxa de desemprego razoável, um verdadeiro combate a pobreza e não um combate contra os pobres, como temos assistido ate hoje, um plano claro e exequível de promoção do turismo a nível da nossa província tal como acontece com os países vizinhos a exemplo da Namíbia, Botswana, e porque não referenciarmo-nos mesmo a África do Sul também, a exploração racional e cuidada da madeira nos marcos do que a lei ambiental do nosso País recomenda, a pesca, a apicultura e tantos outros elementos transformáveis que a natureza fez questão de nos brindar com eles mas que hoje em dia andam adormecidos feitos reféns das más políticas governativas do partido da situação…..

Ainda voltando as grandes potencialidades turísticas da nossa Província, o Cuando Cubango tem tudo ao seu alcance para se transformar na capital do turismo em Angola, bastando para isso, o Executivo angolano acabar com as assimetrias regionais, investir mais em acções atractivas reais e realizáveis para o fomento ao turismo e veremos que transformaremos esta bela província adormecida na mais desejada paragem turística do nosso País e quiçá mesmo da região Austral.

Já que estamos aqui diante de um desafio muito ambicioso, eu ponho a prova o Governo da nossa Província a declarar mesmo o Cuando Cubango como a Capital do Turismo em Angola e transformar este Slogan numa realidade concreta e este factor vir a ajudar na busca de soluções para os variadíssimos problemas que hoje a nossa Província enfrenta.

De contrário, os factos nos revelarão que os Governantes da nossa Província demitiram-se das suas responsabilidades de servir o povo, reservando-se a satisfação dos interesses pessoais em detrimento da colectividade o que é muito grave.

Voltando ao nosso balanço, em Maio, tivemos também várias actividades a nível da nossa Província que se consubstanciaram em dar respostas a questões organizacionais de ordem interna do nosso Partido cujos resultados já são visíveis e o ponto mais alto ficou marcado com a marcha pelas artérias da cidade de Menongue no dia 28 de Maio por milhares de Angolanos que culminou com um acto de massas na campo do Bairro Paz na presença da delegação dos Deputados à Assembleia Nacional do Grupo Parlamentar da UNITA que cá estiveram em mais uma missão de Deputação.

Neste mês de Junho tivemos a felicidade de realizar a primeira reunião ordinária do Comité Provincial do nosso Partido que congregou todos os seus membros espalhados por todo território da Província e abordou as linhas mestras para implementação das orientações saídas do XII Congresso realizado de 3 à 5 de Dezembro de 2015.

Sobre o crescimento do Partido: Importa salientar que o que podemos constatar, é extremamente positivo no que tange ao crescimento da UNITA a nível da nossa Província porque, do balanço feito nestes 100 dias do nosso mandato, temos estado a receber vários cartões de membros vindos de cidadãos outrora filiados em outros

Partidos com maior destaque do MPLA que se juntam a UNITA e só para exemplificar temos aqui como amostras 1437 cartões dos quais 1431 são de cidadãos vindos do MPLA para a UNITA nestes últimos 3 meses. Entretanto abrindo um parêntesis neste particular, vimos na semana passada pela TPA um cidadão que responde pelo nome de Pio Chissingui a se pronunciar em como saía da UNITA para o MPLA no Cuando Cubango e a nós saltou-nos logo a vista o facto de que o cidadão em causa não o conhecemos, não é membro da UNITA aqui no Cuando Cubango e por isso mesmo aquela acção não passou de mais uma tentativa de manipulação do MPLA através da TPA, para tentar contrapor a força da UNITA aqui na Província que passa por esta amostra que trouxemos aqui hoje e se tem caracterizado pelos falhanços constantes do MPLA nas suas actividades, onde colhem a cada uma delas maior rejeição por parte da população do Cuando Cubango .

Alias, a UNITA hoje por hoje transformou-se no estuário dos angolanos que almejam a mudança em 2017 e que não poupam esforços para concretização deste desiderato.

Não há nada nem ninguém que travará este movimento da mudança que os angolanos preconizam para 2017 através da UNITA.

Pelo que aconselhamos prudência por parte do MPLA para que a alternância em Angola aconteça sem mais banho de sangue e que a vontade soberana do povo seja respeitada. o povo angolano deseja efectivar essa alternância já no próximo ano com a UNITA na vanguarda, porque volvidos 40 anos de governação do MPLA, este partido, perdeu todo seu capital político e já ninguém acredita mais nele, então se quisermos ver esses aspecto como no desporto, o MPLA chegou mesmo na sua fase de substituição porque já não aguenta mais em campo e o seu treinador está mesmo cansado precisa de um repouso.

Para terminar importa referir que o nosso Partido continua a festejar o seu cinquentenário que decorre sob o lema: UNITA – 50 anos por Angola e pelos Angolanos; assim sendo é com esse espírito que enfrentaremos os próximos desafios com esta grande equipa de quadros que temos aqui no Cuando Cubango, cujo capitão da equipa é quem vos fala.

Outrossim, posta esta situação toda que aqui descrevemos e com toda humildade e modéstia que o momento carece, já que estamos praticamente numa auto-examinação, pensamos considerar de positivo os cem primeiros dias do nosso mandato e deixamos o repto de que ainda assim precisamos triplicar a nossa dinâmica rumo a vitória da UNITA em 2017.

Muito obrigado!
Menongue, 28 de Junho de 2016