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Discurso da Presidente da LIMA por ocasião do 18 de Junho de 2014 |
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Excelência Sr. Secretário-geral do Partido Engº Vitorino Nhany Deputado Digníssimos Membros da Direcção do Partido Ilustres Deputados e Deputadas Exª Sr. Secretário Provincial do Kuando Kubangu Caríssimos membros do Secretariado Provincial Queridas Mamãs da LIMA Prezados membros da JURA Dignos representantes das organizações da Sociedade Civil Representantes das Igrejas Autoridades Tradicionais Minhas Senhoras e meus Senhores
Em
primeiro lugar gostaria de saudar a todos quantos se dignaram aceder ao
nosso convite para que juntos possamos celebrar a data da criação da
Liga da Mulher Angolana (LIMA) a 18 de Junho de 1972, na Conferência
anual do Partido no Kutaho, Província do Moxico. Eis-nos aqui para
rendermos homenagem merecida ao Presidente Fundador do Partido e
promotor da Dignidade e Valorização da Mulher Angolana.
No
percurso de 42 anos a Liga da Mulher Angolana, constitui-se como uma
organização que trabalha em prol da defesa dos Direitos das Mulheres e
procura contribuir para que as mesmas sejam um factor determinante no
desenvolvimento do nosso País.
A LIMA ontem participe na luta
anti-colonial para o alcance da Independência Nacional contribuiu para
que se quebrassem muitos dos obstáculos que colocavam as mulheres numa
posição subalterna, de submissão e preconceitos tradicionais e
culturais, que davam primazia aos homens em todos os domínios. Hoje as
mulheres estão lutando para a conquista de iguais direitos e
oportunidades.
Se recordarmos nas sociedades tradicionais o papel
da Mulher era apenas para servir o Homem e o seu lugar era na cozinha e
na lavoura. Só os rapazes iam à escola mesmo no seio das famílias
dava-se prioridade aos rapazes.
À medida que as sociedades foram
evoluindo de tradicionais para a modernização foram-se dando passos de
forma a permitir que as mulheres e raparigas aceitassem o desafio da
vida na escola, no trabalho e fora de casa. Desta feita, as mulheres vêm
conquistando o seu lugar em diversos sectores da sociedade.
O 42º aniversário da LIMA é celebrado sob o LEMA: LIMA – Rumo aos Desafios e Conquistas para o Desenvolvimento das Mulheres.
A
igualdade de género é uma aprendizagem de cidadania e sem ela as
pessoas não conhecem a liberdade e as sociedades não conhecem a Paz.
É
importante salientar que esteve sempre presente na agenda da UNITA a
questão da necessidade da igualdade de direitos e de oportunidades entre
Homens e Mulheres para uma efectiva promoção da Dignificação e
Valorização.
Desde a sua fundação, a UNITA tomou grandes
iniciativas velando pelo acesso à educação e formação dos jovens, quer
do sexo masculino, quer do sexo feminino, que frequentavam as escolas
das zonas libertadas de então. Destacamos de igual modo os programas de
educação para adultos, muitos deles ministrados nas línguas nacionais,
envolviam de forma especial a participação efectiva das mulheres.
Na formação de quadros para o sector da saúde, quadros para o ensino e
até na formação de quadros políticos e militares é de destacar a
presença feminina o que de facto contribuiu imenso para se criar uma
atitude diferente em relação à mulher.
Minhas senhoras e meus senhores, Excelências,
Cabe-nos
realçar que o Dr. Savimbi consciencializou as mulheres de que nos
vários domínios de actividade elas eram capazes de realizar acções tal
qual os Homens. Nos seus pronunciamentos dizia, citamos: “Mulheres do
nosso País, a vossa emancipação não pode ser uma dádiva dos Homens mas a
vossa conquista nas fileiras do Combate”.
Esta era uma
exortação para que as Mulheres estivessem presentes e dessem o seu
contributo valioso em todos os sectores da sociedade. Abria-se assim o
horizonte para que elas assumissem cargos de Direcção no seio do Partido
e das Forças armadas de Libertação de Angola (FALA) daí destacarmos a
criação do Batalhão 89 que deu provas do seu envolvimento na luta para a
conquista da Paz e da Democracia.
Ao longo do seu percurso
histórico a LIMA tem-se empenhado na mobilização e consciencialização da
mulher para uma melhor materialização dos Objectivos de Desenvolvimento
do Milénio bem como para uma melhor participação da Mulher
Angolana na consolidação da Paz, Reconciliação Nacional,
Democracia Participativa.
42 anos após a criação da LIMA,
constatamos que as mulheres ainda têm grandes desafios à sua frente. As
Mulheres conquistaram o direito ao voto, porém devem ter poderes a todos
os níveis para melhor contribuírem para o desenvolvimento económico do
País. Não obstante, alguns passos dados no sentido da promoção da Mulher
Angolana, através da sua participação no Governo, no Parlamento na
Magistratura, nas Instituições do Estado, na Direcção de algumas
empresas, na Diplomacia constatamos que elas ainda estão na periferia da
tomada de decisão pois a sua representatividade é sempre inferior em
relação aos homens.
As políticas de desenvolvimento do País
devem ser mais ousadas para que as mulheres possam singrar em áreas que
tradicionalmente têm sido reservadas aos homens: na indústria
petrolífera, nos recursos minerais, na energia, nas finanças, nos
transportes, negócios estrangeiros entre outros.
As estatísticas
mostram que a mulher tem uma presença reduzida no emprego formal,
assalariado, ela está mais presente na agricultura, no trabalho
informal, no comércio, ou a cuidar do lar como dona de casa.
Sobre o desenvolvimento da mulher rural:
A UNITA,
desde a sua Fundação em 1966 que consagrou no seu Projecto de Sociedade,
os Princípios de Muangai, a agricultura como a alavanca da economia, e
acrescenta que na busca de soluções económicas priorizar o campo para
desenvolver a cidade.
Hoje constatamos que as zonas rurais estão
completamente desfavorecidas. Diz-se mesmo que a pobreza tem rosto
feminino, pois é na mulher do campo onde se registam índices elevados de
pobreza e de miséria. Como a economia do país assenta sobretudo no
sector petrolífero, durante muito tempo o campo foi votado para segundo
plano, daí os índices elevados de pobreza e fome agravado pelas
condições de seca que se verifica nalgumas regiões. A mulher rural que
muito tem contribuído para economia nacional com a sua produção agrícola
familiar praticada com meios rudimentares tem sido marginalizada,
injustiçada excluída socialmente, não tem grandes recursos. Um dos
problemas que assolam a mulher do campo, é mesmo o direito à posse de
terra bem como o direito à herança.
O analfabetismo, o
obscurantismo, o índice de mortalidade infantil cujas taxas são bastante
elevadas, a saúde materno-infantil, o HIV/SIDA, as doenças sexualmente
transmissíveis as ITS, a malária a tuberculose, são problemas que
afligem a mulher rural e que devem merecer a atenção de quem governa o
País.
A aposta na agricultura vai criar empregos, vai combater a
fome, por outro lado, é preciso desenvolver o sector dos transportes
para permitir o escoamento dos produtos do campo para a cidade, e
consequentemente desenvolver a indústria.
As assimetrias
regionais penalizam sobremaneira as mulheres rurais, as migrações
internas ou seja, o êxodo do campo para as cidades, de jovens e
mulheres, na busca de recursos contribuem para o empobrecimento das
mulheres nos centros urbanos, por falta de qualificação não têm emprego,
muitas dedicam-se à venda ambulante como forma de sobrevivência,
correndo vários riscos quer, assaltos, atropelamentos, ou ainda vítimas
de violência por parte dos fiscais dos governos provinciais.
Esperamos
que o programa de auscultação da mulher rural ora lançado pelo
Executivo angolano, que não seja um mero exercício mediático mas que
represente, que promova um diálogo profundo e sincero nas comunidades e
que se faça o diagnóstico dos verdadeiros problemas que afligem as
mulheres rurais, para se encontrarem soluções que permitam a melhoria
das condições de vida das mulheres bem como a elevação do seu nível
social e cultural.
A LIMA Liga da Mulher Angolana, porta-voz das
mulheres que não têm voz estará sempre presente em defesa das mulheres
mais carenciadas e que a distribuição justa das riquezas do país sirvam
para o benefício de toda a sociedade.
Como Organização de massas
da UNITA pensamos que temos de continuar a lutar por um quadro legal em
matéria de igualdade de Direitos. - Por Programas de acção exequíveis para a capacitação e superação Técnico-Profissional das Mulheres; - Combater a fome a pobreza e o analfabetismo; -
programas de acção realistas para um maior aproveitamento no sector das
capacidades produtivas das mulheres, que se perdem na informalidade dos
mercados paralelos - Exigir o cumprimento escrupuloso e fiscalizar, a
implementação das promessas feitas pelo em relação à mulher Zungueira e
a Mulher Rural; - Indignar-se e manifestar sempre que os direitos fundamentais das Mulheres forem flagrantemente violados.
Para
terminar, quero agradecer o Sr. Secretário-geral que veio presidir o
Acto Central das Comemorações do dia da LIMA, os Mais Velhos General
Chiwale e Antonino Chiyulo, nossos combatentes da Liberdade, os
Secretários Provinciais do Kuando Kubango, do Bié e do Huambo por todo
apoio moral e material proporcionados à LIMA, para que o 10º acampamento
decorresse com sucesso e alcançasse os objectivos almejados. Agradecer
as mamãs da LIMA que com o seu talento e sabedoria animaram os debates
dos temas do nosso acampamento.
Desejo a todas as Mulheres angolanas solidariedade e coesão na garantia da Paz, Reconciliação Nacional Democracia.
Angola
dos nossos sonhos, Angola que queremos construir, para as gerações
vindouras é a Angola da Democracia. Minhas Irmãs a Angola em que vigora o
respeito pelas leis e os Direitos Humanos, em que existe alternância
Pacífica no poder. Em que os cidadãos não têm medo de expressar as suas
opiniões e onde a imprensa é livre para fiscalizar o Governo.
Apelamos
a todos os membros da LIMA a cerrar fileiras em torno dos ideais da
UNITA que garantem a mudança do regime no nosso País. reiterar o nosso
voto de confiança e apoiar total e incondicionalmente o Sr. Presidente
Isaías Henrique Ngola Samakuva, garante da unidade e coesão no seio do
Partido. Viva a UNITA Viva o Povo do Kuando Kubangu Viva o 18 de Junho LIMA PATRIA LIMA UNIDADE Cuando Cubango, aos 21 de Junho de 2014
Miraldina Olga Marcos Jamba _________________________ Presidente Nacional da LIMA |
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