Palancas negras gigantes perseguidas por caçadores furtivos
As queimadas e a implantação de armadilhas
constituem outros perigos para as pelancas negras gigantes que quase
coabitam com a população.
Um cidadão foi detido recentemente pela Policia Nacional no município
de Cangandala, a 30 quilómetros a sudeste de Malanje, quando
transportava numa motorizada carne fresca de palanca vermelha.
O administrador do Parque Nacional da Cangandala Cardoso Raimundo
Bebeca disse que o indivíduo identificado apenas por Mateus tem 39 anos
de idade. O caso está sob responsabilidade da Direcção Provincial de
Investigação Criminal.
“Fizeram um patrulhamento à noite em que detectaram um motoqueiro que
fez transportar uma bagagem e depois dos procedimentos das averiguações
foi detectado, que tal motoqueiro fazia-se transportar de carne de
caça”, esclareceu.
O projecto de protecção da palanca negra gigante iniciado em 2009
permitiu até ao momento confinar cinco manadas da espécie no Parque
Nacional da Cangandala e na Reserva Natural e Integral do Luando, onde a
segurança, no entanto, deixa muito a desejar.
“Iniciamos com nove fêmeas e um macho mas agora, depois de quatro
anos temos mais de 30 cabeças, e como uma manada de palancas é
constituída entre cinco, seis cabeças para 31 cabeças estima-se por seis
manadas”, precisou Cardoso Raimundo Bebeca.
Os ministérios do Ambiente e da Agricultura e Desenvolvimento Rural, o
Governo de Malanje, as Forças Armadas Angolanas, as universidades
Agostinho Neto e Católica de Angola assinaram em Junho de 2010 em
Cangandala o memorando de entendimento para a protecção do referido
antílope e a reabilitação das infra-estruturas em parceira com as
empresas petrolíferas estrangeiras Esso Angola e Total Angola.
As queimadas e a implantação de armadilhas constituem outros perigos
para as pelancas negras gigantes que quase coabitam com a população.
“Nós até aqui não temos uma área delimitada por falta de alguns meios
técnicos e mesmo aquela política financeira para podermos adquirir
alguns equipamentos para abrir picadas”, lamentou aquele responsável,
reforçando que “dentro dos seus limites naturais existe capim e as
comunidades circunvizinhas têm tentado a todo o custo atear fogo que
depois se alastra e tem consumido quase todo o parque”, lamentou Bebeca.
Ainda “as armadilhas são um facto na Cangandala, os laços na via por
onde passa os animais ainda é uma realidade”, concluiu o administrador
do Parque Nacional da Cangandala.