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martes, 9 de diciembre de 2014

09.12.2014 - NOTICIAS DE ANGOLA

Comandante nega ter ordenado morte de Alvés Kamulingue

08 dezembro 2014
Luanda -  O comissário da polícia Nacional  Dias do Nascimento Fernando Costa refutou  em tribunal, na passada quinta-feira (4) que tenha baixado ordens para a  execução do activista   Alvés Kamulingue, morto pelas forças de segurança (Polícia Nacional e SINSE), a 27 de Maio de 2012.
Fonte: Club-k.net
Dias do Nascimento que a data dos factos (das mortes de Alves Kamulingue e Isaías Kassule), estava como  comandante em exercício da PN em Luanda, está arrolado no processo como declarante uma vez que foi ele a quem o SINSE recorreu para disponibilizar os agentes da polícia  que assassinaram o malogrado activista.
Durante a  audição que   começou às 14 e terminou as 21 horas, o  comissário Dias do Nascimento revelou  que neste dia  ordenou as forças policias caracterizadas (Polícias normais) e as descaracterizadas (oficiais da DPIC) a deslocarem-se ao “terreno”,  em função de uma comunicação do então delegado do SINSE de Luanda, António Gamboa Vieira Lopes.  
Disse ainda que após ter disponibilizados os oficiais recebeu retorno (relatórios dos resultados da operação) dos agentes  da ordem pública mas  não dos operativos da DPIC – Direção Provincial de Investigação Criminal de Luanda. 
Porém, ao ser questionado em Tribunal  se era normal o Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE), mandar na Policia Nacional, o declarante Dias do Nascimento  respondeu que não explicando que ambas as instituições têm  comandos diferentes.

O agora nomeado comandante da PN na província do  Moxico, esclareceu  que mesmo sendo as supostas  “ordens superiores” que muito se propala, o polícia tem por obrigação avaliar primeiro a ordem e cumpri-la de seguida.  Segundo o mesmo, aquelas ordens que ferem ou que sejam 
susceptíveis de irregularidade devem ser rejeitadas, recorrendo em caso de insistência do “chefe”,  aos regulamentos policias que assim estabelece. 
De realçar que na véspera do anuncio da manifestação encabeçada por Alves Kamulingue e Isaías Cassule, o SINSE , o então delegado do SINSE, Vieira Lopes, ao corrente da informação, tratou de a repassar para o comandante provincial em exercício Dias do Nascimento, solicitando que o activistas Alvés Kamulingue  em causa fosse capturado e entregue às autoridades competentes. 
Kamulingue foi por sua vez levado por agentes da investigação criminal da Maianga para a zona do KM 23, onde seria executado por dois disparos efectuados pelo Francisco Pimentel “Kiko” ladeado por Manuel Miranda, o então Chefe de Departamento da Investigação  na ingombota.