.

.

lunes, 28 de marzo de 2016

Amnistia diz que ativistas condenados em Angola são "prisioneiros de consciência"

Fonte :Lusa

AI lisboa.jpg
Lisboa - A organização de direitos humanos Amnistia Internacional reagiu à condenação dos 17 ativistas angolanos acusados de rebelião, conhecida esta segunda-feira, insistindo que se trata de "prisioneiros de consciência".


Em declarações à Lusa, Ana Monteiro, porta-voz e coordenadora de campanhas da secção portuguesa da AI, comentou a decisão do tribunal de Luanda, frisando que "nenhum dos ativistas devia ter sido julgado, quanto mais condenado".

Os 17 ativistas, acusados de rebelião e associação criminosa, foram condenados a penas entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses de prisão efetiva.

"Todo este julgamento, desde o início, tem sido marcado por uma série de irregularidades", denunciou Ana Monteiro, recordando que se trata de "cidadãos angolanos que estavam reunidos a falar sobre democracia, sobre liberdade, que estavam a ler um livro" e foram "levados a julgamento por causa disso".

Perante isso, a Amnistia considera-os "prisioneiros de consciência" e recorda a tomada de posição "muito forte" das Nações Unidas e do Parlamento Europeu face à detenção dos ativistas, em junho do ano passado.

"Se Angola quer ser um ator de relevo" nos palcos internacionais -- a AI recorda que o país africano lusófono assume este mês a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas - e "se quer ser um líder" regional africano, "esse compromisso tem de ser acompanhado com um compromisso de respeito pelos direitos humanos".

A AI "vai continuar a relembrar estes casos nos fóruns internacionais próprios (...), continuar o diálogo com as autoridades angolanas (...), continuar a sensibilizar as pessoas para o que acontece em Angola", assegura Ana Monteiro, adiantando que a secção portuguesa da organização vai juntar-se à concentração marcada pelo grupo LAPA (Liberdade aos Ativistas Presos em Angola), antes de ser conhecida a sentença, para as 18:00 de hoje, no Rossio, em Lisboa, e em frente ao Consulado de Angola, no Porto.

A AI acrescenta ainda que está "muito preocupada com o estado de saúde crítico de Nito Alves" e "com a greve de fome que está a ser levada a cabo por Nuno Dala há mais de duas semanas", alertando para "o risco de vida" que os dois ativistas correm