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sábado, 14 de mayo de 2016

Discurso do Presidente da UNITA aos membros do Comité Permanente

Fonte :Unitaangola

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Distintos membros do comité Permanente
Caros companheiros,
Minhas senhoras e meus senhores,

Começo por apresentar os meus sinceros cumprimentos a todos os companheiros membros do Comité Permanente da C omissão Política e convidados aqui presentes e exprimir os meus agradecimentos por terem anuído à nossa convocatória.

Depois da realização do nosso XII Congresso Ordinário esta é a primeira reunião ordinária do nosso Comité Permanente, órgão que, de acordo com os estatutos do nosso partido, tem como competências, entre outras, “ impulsionar quer a execução da estratégia, quer o programa do Partido, dimanados e aprovados no Congresso e definir o ponto de vista do Partido perante os problemas políticos nacionais, tendo em conta os objectivos e a estratégia aprovados no Congresso.


Ao contrário do que gostaríamos de ver, os problemas políticos nacionais mantêm-se inalteráveis, alguns por razões aceitáveis por fazerem parte do leque daqueles que resultam da vida normal do país e outros, por razões inaceitáveis por resultarem da falta de vontade política e da mentalidade monolítica dos que ainda ignoram a necessidade de cultivar uma boa convivência entre irmãos e compatriotas, apesar das diferenças existentes nas opções políticas de cada um.

Quarenta anos depois de adquirida a independência nacional e 14 anos depois do fim da guerra que nos manteve divididos, enquanto filhos da mesma mãe Angola, não faz sentido nem se pode explicar que ainda haja angolanos com vidas em risco ou com ferimentos graves e com suas propriedades destruídas só por pertencerem à uma formação política diferente daqueles que se julgam detentores do poder e do direito de impor aos demais, as suas opções políticas mesmo aos que as acham caducas ou contrárias à sua vontade.

Os actos de intolerância que começam a fazer-se sentir de novo um pouco por todo o país, devem merecer a nossa atenção e devem ser denunciados pontualmente e com vigor pois, se dum lado visam intimidar o eleitorado, numa altura em que o país caminha velozmente para as eleições, do outro lado configuram também negação e, consequentemente, violação dos direitos, liberdades e garantias fundamentais consagrados na Constituição da República de Angola.

Sabemos, do outro lado, que os problemas que o País vive não são apenas políticos. Eles abrangem praticamente todos os sectores da vida nacional. Aliás, diz-se agora, com frequência, que o país está em crise. A crise que o país vive foi provocada pelas políticas públicas que desvalorizam a vida humana e promovem falsos valores

Por outro lado, a má governação tornou-se uma prática incorrigível do Executivo, que persiste em aprofundar as desigualdades.
São políticas que foram concebidas para enriquecer ilicitamente uma minoria e empobrecer a maioria dos angolanos. Ao invés de os angolanos sentirem o alívio da pobreza, vêm todos os dias o aumento da corrupção que alimenta a riqueza ilícita.

Minhas senhoras e meus senhores:

Se estivéssemos de facto numa democracia com vários poderes efectivos, Angola e o mundo estariam a ver na televisão, em língua portuguesa, dois processos de impeachment e não apenas um.

O povo soberano de Angola irá exercer em breve o poder político, nos termos da Constituição da República, através da escolha de novos representantes, quer para o poder legislativo quer para o poder executivo do Estado. Este será o momento para os angolanos fazerem o seu impeachment.
Vamos, pois, companheiros, examinar os factos que envolvem a situação do País, com frieza para sairmos desta reunião com programas claros sobre o que nos levará à vitória de 2017.-
Precisamos de transmitir a todos angolanos a mensagem de esperança e fé no futuro. Já o dissemos várias vezes. Com a UNITA no Poder, ninguém vai perder o seu emprego que andam a insinuar por aí. A UNITA não vai tirar os bens de ninguém. Angola é grande e tem espaço e recursos para todos. Vamos respeitar a construção que já está feita e os construtores que a fizeram. Vamos respeitar a

propriedade alheia. Entendemos ser este o significado da reconciliação nacional. Do outro lado, a UNITA não vai cair no erro dos que pensam que têm o monopólio de quadros, pois para nós, não há quadros do MPLA, nem da UNITA nem de quem quer que seja. Os quadros que Angola tem, são quadros angolanos. Estão para servir o País e não o partido A ou o partido B.
Nós vamos implementar a verdadeira reconciliação nacional. A reconciliação é ter nova atitude para com o nosso irmão, é aceitá-lo como diferente, mas com direitos iguais. É promover uma mudança de cultura política.Esta mudança interior tem de se operar em cada um de nós. O processo de construção de uma nova cultura política envolve também uma reconciliação de memórias.

O perdão passa pela descoberta de uma forma de coabitação entre todos. A prioridade deve ser dada à reconciliação, e não à retribuição. Deve ser dada à justiça restauradora, e não à justiça punitiva.

Com estas palavras, declaro aberta a primeira reunião ordinária do Comité Permanente da Comissão Política do nosso partido.

Muito obrigado pela vossa atenção.