Professores voltam à greve no
final de abril
Os
sindicalistas disseram que os professores perderam o medo e estão dispostos a
nova paralisação já no final deste mês, caso os seus problemas não sejam
resolvidos.,
O Sindicato
dos Professores (Sinprof) denunciou detenções e coações sobre os docentes,
durante os três dias de greve que decorreram em todo o país desde quarta-feira
até sexta-feira da semana finda, prometendo desde já nova paralisação no
final do mês.
O presidente
do Sinprof, Guilherme Silva, no balanço desta greve de três dias em todo o
país, mas, que se fez sentir, sobretudo na cidade capital, onde houve uma
adesão de 90%, dos grevistas.
“É um recado
para o patronato, que no começo dizia que a greve não teria adesão superior a
10 porcento. A adesão supera os 90 por cento e isso revela a desmotivação dos
professores”, disse o sindicalista.
Guilherme Silva
exortou o governo a fazer uma “leitura” desta greve, porque os professores
“são profissionais que formam outras profissões” e que precisam “maior
valorização”, recordando mesmo que estará à vista nova paralisação caso as
inquietações da classe docente não sejam respondidas, como aumentos salariais
ou progressão nas carreiras.
“É este o
recado que os professores dão ao governo e se insistirem na arrogância, então
os professores voltarão à carga no intervalo de 24 de Abril a 5 de Maio,
podendo haver uma nova paralisação”, sublinhou.
O Sinprof diz
aguardar desde 2013 por respostas do Ministério da Educação e das direcções
provinciais de Educação ao caderno reivindicativo, nomeadamente sobre o
aumento do salário, a promoção de categoria e a redução da carga horária, mas
“nem sequer 10 por cento das reclamações foram atendidas”.
No decurso da
greve dois professores foram detidos pela polícia.
“Tivemos
detenções na província do Kwanza Norte, onde uma colega nossa foi detida e
solta no mesmo dia. Tivemos igualmente detenções no município de
Cacuaco, em
Luanda, onde de seguida o nosso colega foi solto. São formas de
pressões e
ameaças que violam a lei da greve”, precisou.
O presidente
daquele sindicato acrescentou que professores do quadro probatório, contratados
em regime eventual, “foram coagidos” neste processo, a fim de não aderirem à
greve.
“É chantagem
e jogo baixo dos dirigentes do Ministério da Educação. Ninguém será despedido
e se eles tentarem fazer isso, nós vamos recorrer ao tribunal para resolver a
questão”, advertiu.
Houve recurso
ilegal a professores estagiários para leccionar em províncias do interior do
país durante a paralisação que os professores levaram a cabo.
Hoje , os
professores retomam o curso normal das aulas, esperando por verem
solucionadas pelo menos a actualização de categorias e o pagamento “na
totalidade” dos subsídios já aprovados, sob pena de voltarem à greve a 24 de
Abril.
O
sindicalista refere por outro lado que os professores continuam dispostos a
dialogar e aguardam por algum “sinal” do governo.
“O medo está
vencido, estamos abertos ao diálogo antes, durante ou depois da greve”,
concluiu.
|