Pelo menos 6 activistas do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe são dados como desaparecidos no sector de Kafunfo, município do Kuango, província da Lunda Norte, depois terem sido perseguidos, alegadamente por elementos afectos aos Serviços de Investigação Criminal (SIC) .
Uma fonte deste Movimento disse à imprensa, no passado domingo, 16, que a acção atribuída SIC não é a única realizada este ano. Enquanto o decorria o registo eleitoral, dezenas de activistas foram perseguidos, detidos e torturados pela Polícia Nacional por a terem estado a desencorajar a população de se registar.
Apesar de o registo ter já terminado, as perseguições e prisões continuam, e muitos activistas refugiam-se nas matas.
“Houve uma espécie de caça ao homem protagonizada pela Polícia Nacional, no sentido de prender todos os dirigentes do Movimento do Protectorado”, refere a fonte que não descarta a possibilidade de tratar-se, mais uma vez, de “ordens superiores”, já que o que se pretendia é prender todos aqueles que desencorajavam a população de se registar.
Para nós, acrescenta, permitir que o cidadão proceda ao seu registo eleitoral é deixar que o regime do MPLA se perpetue no poder e “continue a maltratar o povo Lunda Tchokwe”.
Disse ainda que o Secretário-geral do referido movimento, Fernando Muaku, escapou, no mês de Março, de uma tentativa de assassinato, quando alguns efectivos da polícia introduziram-se na sua residência, anunciando que o matariam sem deixar rasto. Este conseguiu escapar, encontrando-se em parte incerta.
As acções de mobilização do movimento que luta para a sua autodeterminação, intensificaram-se, sobretudo a partir de 2015, tendo realizado várias manifestações pacíficas na região das Lundas, que no entender do seu presidente, Mateus Zeca Mutchima, mostraram ao mundo que “o movimento existe e tem muitos militantes”.
Com 10 anos de existência, o Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe, segundo o seu presidente, vai continuar a desenvolver acções tendentes a pressionar as autoridades angolanas a negociarem para o estabelecimento da autonomia para regiões leste e sudeste de Angola.
O governo angolano, reiteradas vezes, descartou a possibilidade de diálogo com o referido movimento, acusando-o de desordeiro e com a missão de subverter a ordem, a tranquilidade e incentivar a divisão entre angolanos.
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