Angola Fala Só - João Guerra: "Só não vê progressos em Angola quem não quer"
Actualizado em: 13.06.2014 18:53
Num animado e ás vezes “quente” Angola Fala Só, gravado na cidade do Namibe, Guerra defendeu acerrimamente o governo do MPLA afirmando que o estado angolano “está a criar condições sociais para todas as pessoas sem olhar para o seu credo religioso, os seus pontos de visita políticos, o seu estatuto social ou económico”.
“O governo de Angola trabalha para todos os angolanos,” disse aquele dirigente local do MPLA que é também membro do Comité Central deste partido.
A gravação do programa foi feita num hotel da cidade do Namibe perante uma audiência de cidadãos locais e em certas ocasiões resultou numa troca animada de opiniões sobre responsabilidade pela destruição durante a guerra civil em Angola.
“Alguém lembrou-se de partir Angola, de ´somalizar´ Angola de reduzir Angola a pó,” disse João Guerra que acusou também indirectamente a Voz da América de não ser imparcial perante a situação no país.
“ A Voz da América tem que por os pontos nos i e os traços nos T, de forma a que quem ouve a Voz da América possa ouvir aquilo que nós dizemos,” disse.
“Eu quero que aquilo que estou a dizer passe na Voz da América,” acrescentou.
Pressionado por um dos membros da audiência sobre a responsabilidade das destruições e mortes durante a guerra, o dirigente local do MPLA disse contudo “ que isso tudo está encerrado desde 2002”.
“Não sonhem mais com o diabo, esses problemas acabaram,” disse.
Um outro ouvinte recordou que tinha sido o próprio presidente Eduardo dos Santos que tinha afirmado que na guerra em Angola não houve “nem vencedores nem vencidos”, enquanto um outro membro da audiência disse quem embora fosse jovem e não soubesse os pormenores da guerra “ o mais importante é que as pessoas esqueçam daquilo que aconteceu”.
“Se continuarmos com isto não vamos longe,” disse o ouvinte no que foi aplaudido por João Guerra.
O militante do MPLA defendeu o papel da China no desenvolvimento de Angola afirmando que após a guerra quando Angola precisava de financiamento “ o único que nos deu a mão foi a China”
João Guerra recordou que Angola tinha sido destruída pela guerra pelo que o governo “não tinha outra alternativa senão contactar um país que nos pudesse ajudar.
Outro problema abordado durante o encontro foi o da situação dos veteranos das diversas forças armadas, muitos dos quais afirmam continuar a não receber qualquer compensação monetária como previsto nos acordos de paz.
O primeiro secretário do comité municipal do MPLA disse o governo tem demonstrado “uma grande abertura pra tentar resolver este problema”.
“Tenho a certeza que este problema não ser resolvido na Voz da América,” disse, afirmando ainda que um dos problemas com que as autoridades se debatem é a fraude de pessoas que reivindicam o estatuto de veterano quando não o são.
“É preciso dizer também que nós devemos ser o país no mundo onde os antigos combatentes aumentam todos os dias,” disse afirmando que “o problema dos veteranos resolve-se falando com o Sr. Ministro, com o ser director provincial e não na Voz da América”.
Interrogado sobre recentes deserções na Namibia de elementos de partidos da oposição para o MPLA disse que isso acontece “porque todos sabem que o MPLA é o partido da independência, é o partido da democracia, é o partido das liberdades”.
Para João Guerra outra razão é que os partidos da oposição não têm uma visão claro da realidade angolana.
“Como é que as pessoas se vão rever em membros de umpartido que vê a ponte, atravessa ponte e depois diz que o governo nºão construiu a ponte?” interrogou.
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