COMUNICADO
A UNITA condena, nos termos mais enérgicos, as declarações proferidas por João Manuel Gonçalves Lourenço, candidato do MPLA às eleições de Agosto de 2017, por ocasião da sua visita à Moçambique.
A UNITA considera que o
candidato do MPLA pode estabelecer e reforçar as suas relações entre o seu
partido e quem quer que seja, mas não tem o direito de
tratar de “MALANDROS” as forças políticas credíveis que, em Angola e em
Moçambique, concorram legitimamente para o exercício do poder político.
Tentando agradar aos seus
aliados, João Manuel Gonçalves Lourenço foi infeliz. Reveloua
sua mesquinhez política, bem como o seu espírito arruaceiro, ao
pronunciar-se nos termos em que o fez. Ainda bem que assim tenha sido, pois
mostrou que não está à altura de dirigir os destinos de Angola e dos angolanos.
A UNITA relembraao cabeça de lista do partido que
sustenta actualmente o poderque,
nos termos da Constituição da República de Angola, (artigo 17º) “os Partidos
Políticos concorrem em torno de um projecto de sociedade e de programa político
para a organização e para a expressão da vontade dos cidadãos, participando na
vida política e na expressão do sufrágio universal, por meios democráticos e
pacíficos com respeito pelos princípios da independência, da unidade nacional e
da democracia política”.
Os membros do MPLA foram
muito mal representados em Moçambique, por um João Lourenço intolerante que
quis, sem pejo, transmitir esse vírus de discórdia aos irmãos do Índico.
A UNITA reconhece e agradece
a pronta e pontual reação dos Parlamentares Moçambicanos, que repudiaram as
insinuações do MPLA, considerando-as perniciosas aos esforços e processos de
paz e reconciliação em curso tanto em Angola como em Moçambique, recordando que
nem o MPLA é Angola, nem a FRELIMO é Moçambique.
Por conseguinte, a UNITA
entende que os dirigentes do MPLA, incluindo João Lourenço, não têm moral para
se arvorarem “legítimos representantes do Povo angolano”, porque, recorda-nos a
História, tomaram o poder pela força das armas, em 1975, com a ajuda das forças
comunistas e reacionárias de Portugal, do corpo expedicionário cubano e dos
imperialistas da ex-União Soviética, e têm-se mantido no poder graças às
sucessivas fraudes eleitorais.
Manda
a verdade histórica dizer que, as únicas batalhas relevantes contra a presença
colonial portuguesa, foram realizadas pela Frente Nacional de Libertação de
Angola (FNLA) e pela União Nacional pela Independência Total de Angola (UNITA),
o que justifica, aliás, que o MPLA nada realce relativamente às batalhas da
luta de libertação nacional.
Angola precisa de dirigentes
íntegros, credíveis e sem envolvimentos em escândalos financeiros, nem de
corrupção. Para a sua liderança, Angola precisa de dirigentes de grandeza moral
inquestionável e, sobretudo, congregadores, cuja conduta tenha como base o
respeito pelas normas de convivência pacífica. João Lourenço está muito longe
de ser isso.
Ao mesmo tempo que
compreende o desespero que se apossou daqueles que constituíram as suas as
riquezas, roubando o erário público de Angola, a UNITA não pode entender que
quem pretende ser Presidente de um país como Angola, divida os angolanos entre
supostos “bons” e “malandros”. Essa posição é demonstrativa do total desprezo
que os dirigentes do MPLA dão à reconciliação nacional genuína.
A UNITA aconselha os
moçambicanos da FRELIMO, a ficarem sozinhos com o seu saudosismo
monopartidário, e recorda que apenas aos angolanos cabe o direito de escolher
quem deve conduzir os seus destinos. Angola não é Moçambique e o inverso também
é válido.
A UNITA recorda que a
Mudança em Angola tornou-se um facto inevitável e reitera o seu empenho numa
governação virada para todos os angolanos, sem distinção, incluindo aqueles
que, como João Lourenço, participaram e ainda participam na delapidação do
erário público.
Luanda,
aos 23 de Março de 2017.
O
Secretariado Executivo do Comité Permanente