Suposto filho do PR exige teste de DNA
- 23 junho 2014
Lisboa
- O sentido de embaraço que inicialmente se verificou nos
magistrados do Ministério Público que acompanham o dossier do suposto
falso filho do Presidente José Eduardo Dos Santos, terá sido, em
função da posição do jovem - na fase de instrução - de exigir a
realização de um teste de DNA, para por o assunto a limpo.
Fonte: Club-k.net
Questionado
sobre quem era o seu pai, Paulo Denílson Feijó Luís teria transmitido
aos instrutores do processo que o seu progenitor era o que estava no
Bilhete de Identidade que se fazia apresentar. Fez também crer que a
sua mãe Maria Beatriz de Carvalho Feijó, sabe de quem ele é filho mas
que se manteve em silencio estes anos todos por alegados sentimentos de
“cobardia”.
Em
circunstâncias normais, segundo pareceres, o Tribunal Provincial de
Luanda teria de enviar uma equipa de técnicos da saúde acompanhado de
um oficial judicial ao palácio presidencial a fim de recolher as
amostras de sangue de José Eduardo dos Santos, para de seguida comparar
ao DNA, de Paulo Anderson Feijó Luís que reclama a suposta
paternidade.
A
insistência de Paulo Anderson Feijó Luís em desafiar a realização de
um teste de DNA, e o facto de os instrutores do processo terem notado
que o mesmo tinha de facto ligações com pessoas próximas ou do convívio
da família do Presidente da República, fez com que o rumo do processo
fosse alterado naquilo que alguns observadores passaram a designar de
“vícios”. Ou seja os Procuradores adoptaram uma postura que se alega
ter sido em função do pedido de DNA do jovem.
Factos que denotam que o processo foi alterado em função das ameaças de exames de DNA :
- Em Março passado, o Tribunal Provincial de Luanda mandou devolver o processo por insuficiência de provas
- O Procurador Deodato de Jesus que inicialmente tinha o processo em mão, foi afastado e substituído por uma magistrada.
- Nos
autos datado de 13 de Maio, o jovem Paulo Anderson Feijó foi
apresentado como se tivesse sido vitima de uma rede de empresários que o
usaram para fins de vantagens comerciais junto aos bancos.
-
A PGR excluiu da lista de testemunhas, José António Sebastião Luís, o
verdadeiro pai de Paulo Feijó Luís. Apenas chamou para testemunhar a
mãe, Maria Beatriz de Carvalho Feijó e os tios Manuel Pedro Pacavira
(Veterano do MPLA) e Alberto Correia Neto (General e actual embaixador
na Alemanha).
- A
PGR não cita nos autos que o empréstimo milionário que o BPC concedeu
a rede de Paulo Feijó Luís, foi facilitado em nome de uma empresa
TEC-DREAM, na qual figura Avelino Eduardo dos Santos, o irmão mais velho
do PR, como administrador. Os documentos relacionados este assunto,
desapareceram do processo.
-
Escusaram-se de citar no processo que Joel Guilherme Muxinda, o
empresário que esteve a apoiar o “falso filho de JES” é próximo a
família presidencial por via do casamento com Madalena dos Santos
Victoriano, uma neta do patriarca Avelino Eduardo dos Santos.
JES quer julgamento
De
acordo com conhecimento a PGR teria informado ao Presidente da
República sobre o caso do falso filho, Paulo Feijó tendo este
manifestado em ver o caso a prosseguir em Tribunal para as devidas
responsabilidades.