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jueves, 21 de febrero de 2019

UNITA aborda crise de falta de Água e Corrupção

UNITA aborda crise de falta de Água e Corrupção
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O Governo Sombra da UNITA, instou esta quarta-feira, 20 de Fevereiro de 2019, o Executivo a dizer como pensa resolver o mais rapidamente possível a problemática de abastecimento de água às populações.

Falando a jornalistas, Raúl Manuel Danda denunciou o que chamou de gritante escassez de água na cidade de Luanda, dando lugar à comercialização de água imprópria para o consumo, com consequências na saúde pública.

Outro facto de assinalar, que é uma amostra do que ocorre em muitas partes do país, é o caso da Vila do Dondo – Município de Cambambe, que, estando na berma do maior rio de Angola – o Rio Kuanza, não possui água canalizada, muito menos água potável, sendo a água fornecida por meio de camiões-cisternas e em bidões em mau estado de conservação, colocados em motociclos, cuja desinfestação é feita pelos comerciantes, sem respeitar o doseamento recomendável no processo, pelo facto de ser feito de forma empírica.

“Só em Luanda, na zona periférica que abrange o perímetro entre a comuna do Ramiro e a Cidade do Kilamba, no Município de Belas, de 27 fontenários visitados, apenas 5 funcionam. As populações à volta, consomem água dos tanques, comercializada pelos seus utentes”, apontou, sublinhando que o quadro constitui um atentado à saúde pública e à dignidade das famílias angolanas.

Segundo Raúl Danda, o governo do MPLA diz ter gastado nos últimos 5 anos cerca de 9 mil 735 milhões, 382 mil e 691 dólares americanos, para o fornecimento da água, só em termos de Programas de Investimentos Públicos.

“Se se gasta tanto dinheiro para levar água aos angolanos, como é que se pode explicar o pesadelo que os cidadãos continuam a viver nesse domínio, com consequência de morte de milhares de angolanos por causa de doenças diarreicas agudas?”, questiona o político e primeiro-ministro do governo sombra.

A abordagem do Governo Sombra não se limitou à água, estendeu-se à Habitação, constatando a UNITA que em várias centralidades e urbanizações, as habitações concluídas ainda não estão habitadas.

“Noutros casos, os habitantes estão a abandonar as casas. Temos alguns exemplos como sendo os casos da Ecunha e Mungo, na província do Huambo. Estes factos têm estimulado a invasão e a vandalização, o que leva à existência de inquilinos sem contratos (casos do Sequele, Kilamba e KK5000, aqui em Luanda); casas vandalizadas, casas concluídas há mais de 5, 7 anos sem serem habitadas – exemplos do que se passa no Icolo e Bengo, onde se encontra um projecto habitacional que há muito tempo se encontra desabitado e as casas chegam a ser envolvidas pelo capim, o que está a levar á sua degradação”, denunciou, sugerindo que o governo devia ir-se embora, pois mostrou que não serve.

Na abordagem do Governo Sombra foi inclusa a apreciação da política creditícia do sistema Bancário que produziu, como resultado, um quadro desolador da economia nacional, que se resume em muitas empresas falidas, jogando ao desemprego milhares de angolanos, para desgraça de milhares de famílias, mais de 10 mil milhões de dólares de crédito malparado, milhares de empresários e agricultores empobrecidos, um escasso número de cidadãos nacionais nas vestes de gestores públicos e seus próximos enriquecidos ilicitamente, contas públicas vazias, porque saqueadas de forma vergonhosa, contas privadas “gordas”, maioritariamente domiciliadas no exterior do país e bancos privados e públicos, que dão golpes bilionários, a serem socorridos com dinheiro do Estado e outros que, por não terem sido capazes de responder a uma decisão administrativa do BNA de aumento de capital, são encerrados sob alegação de não possuírem requisitos.

Raúl Danda criticou o que chamou de astúcia política de traduzir o saque praticado em dois convenientes conceitos, “crédito malparado “e outro de “perda do rasto de clientes”, este último entendido como desconhecimento da pessoa a quem se emprestou dinheiro.

“Como saída,o Executivo suportado pelo MPLA simulou solucionar o caso com a emissão de garantias soberanas, mentindo tratar-se de recapitalização desses bancos, quando, na verdade, tratou-se de usar o sistema bancário como viaduto para canalizar dinheiros públicos directamente para os bolsos de pessoas previamente seleccionadas, e juridicamente vestidas na pele de “devedores” que, em muitos casos, são os próprios accionistas de alguns dos Bancos falidos ou condenados à falência”, afirmou, questionando como pode o Banco de Poupança e Crédito – BPC – declarar 80% do seu crédito como sendo “crédito malparado”?

Para o vice-presidente da UNITA e primeiro-ministro do Governo Sombra, não é aceitável que cada mil Kwanzas que o BPC foi emprestando aos seus clientes devedores, oitocentos são declarados irrecuperáveis.

“Qualquer banco sabe, que, ao conceder um crédito, precisa de se assegura de que quem recebe emprestado o seu dinheiro tem de apresentar, como garantia, um bem que permita, em caso de incapacidade de reembolso, a recuperação, por parte do banco, do dinheiro emprestado”, precisou.

Por outro lado, o Governo Sombra da UNITA mostrou-se preocupado com os níveis de Corrupção no país, transversais aos todos os sectores.
www.unitaangola.org