Comandante da Polícia Nacional da Ilha de Luanda acusado de torturar manifestantes
Comandante Geral da PN diz que caso seja identidicado o acusado será responsabilizado.
O comandante da Polícia Nacional na Ilha de Luanda é acusado de
torturar a activista Laurinda Gouveia e mais um companheiro, Óscar
Fernandes, com barras de ferros e ameaça-los de morte caso voltem a se
manifestar.
Segundo a activista os efectivos encontraram-na ontem, domingo, 23, a
filmar jovens no largo Primeiro de Maio quando se manifestavam a exigir
a demissão de José Eduardo dos Santos no poder há 35 anos. De imediato
foi detida e levada até a uma escola onde mais sete oficiais superiores
da Policia Nacional começaram a lhe bater com barras de ferros e cabos
eléctricos.
“Começaram a dizer que já tinham raiva de mim porque eu é que agito
os miúdos para se manifestarem e perguntavam quanto é que me pagam para
manifestar, eu dizia que nada, mesmo assim continuaram a bater e entre
eles consigo reconhecer o comandante da ilha porque já nos tinha
prendido e eu lhe reconheço bem”, Laurinda Gouveia.
A activista disse que foi mesmo ameaçada de morte caso volte a se manifestar.
A VOA contactou o Comissário-Chefe Ambrósio de Lemos, Comandante
Geral da Policia Nacional que, sem gravar entrevista, disse não ser de
bom grado que um policia recorra a esta prática e que caso seja
identificado será severamente responsabilizado.
De recordar que até ao momento apenas o Bloco Democrático
manifestou-se contra o espancamento da activista Laurinda Gouveia e de
Óscar Fernandes.
As duas manifestações convocadas pelo Governo de Luanda e pela
Juventude do MPLA foram realizadas sem qualquer acidente, tal como a
marcha da Casa-CE.
Entretanto, os jovens do Conselho dos Activistas Revolucionários que
exigem a demissão de José Eduardo dos Santos no poder há 35 anos, foram
agredidos pela polícia nacional e agentes dos serviços secretos de
Angola.