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jueves, 26 de febrero de 2015

 Savimbi chegou a pensar em Bock e    Salupeto para liderança da UNITA

Lisboa – Pelo menos em três conhecidas ocasiões diferentes, o líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi,  chamou,  os seus colaboradores mais direitos para falar sobre a “sucessão presidencial” no  partido por ele fundado em Muangai.  Savimbi, segundo conclusões fazia tais abordagens quando se sentisse  adoentado ou encurralado por força de alguma situação militar.
Fonte: Club-k.net

De acordo com testemunhas, cuja fiabilidade,  é considerável,  o falecido presidente da UNITA, Jonas Savimbi, em data imprecisa (véspera dos acordos de Bicesse ou a posterior)  teria partilhado com os seus colaboradores de que se um dia já não vivesse, que “entregassem” o partido ao então Vice-Presidente,  Jeremias Chitunda, ou ao seu então Secretário da Agricultura, Elias  Salupeto Pena, ou ao general Altino Sapalalo “Bock”, antigo Chefe do Estado Maior das FALA e mais tarde chefe da Inteligência militar.

Savimbi, segundo testemunhas reconhecia inteligência invulgar  e sentido de moderação na figura de  Chitunda. Porem era em Salupeto Pena e ao general “Bock” que ele  identificava  traços semelhantes ao seu, sobretudo na   forma de trabalho e organização.

Certo dia, a margem do congresso do Bailundo, o falecido Presidente da UNITA, Jonas Savimbi, teria se sentido mal. Com receio que algo viesse acontecer, Savimbi convocou uma reunião com o seu circulo restrito tendo determinado que se algo lhe acontecesse, deveriam aceitar  respeitar o Vice-Presidente, António Dembo, como   novo líder do partido, o então SG Lukamba Gato como Vice-Presidente, Abel Chivukuvuku como Secretário Geral, e que deveriam também chamar o embaixador Isaías Samakuva que na altura  cuidava  das finanças do partido.

Numa terceira ocasião, já, no município do Andulo seu então bastião, Jonas Savimbi, convocou  desta vez  as chefias da inteligência militar do partido.  Junto dos mesmos   (cerca de sete oficiais), o líder político pressagiou que quem ganhasse a guerra sobre os dois bastiões (Bailundo e Andulo), teria ganho a guerra e que dai em diante estaria também ditado o seu fim, que segundo dizia, “teria uma morte  violenta”.

Calculando que António Dembo estaria com problemas de saúde (diabetes), e numa fase que ele próprio (Savimbi) estava em desentendimento com Abel Chivukuvuku, o então  Presidente da UNITA, disse aos militares que caso ele morresse deveriam chamar o seu então embaixador em Nova Iorque, Marcos Samondo (já falecido) para liderar o partido. Em caso de indisponibilidade deste, deveriam chamar, o chefe da missão Externa, Isaías Samakuva e como terceira opção o representante em Washington,  Jardo Muekalia.

Paulo Lukamba “Gato”, então SG da UNITA teria, ficado  de fora dos cálculos de Savimbi nesta altura, em função de razões que invocou aos seus interlocutor.  A esta altura, Savimbi, já  achava que se recuasse seria o embaixador Alcides Sakala para Secretário Geral do partido, no oitavo congresso.

O presságio de Savimbi, veio acontecer. Ele  perdeu  os dois antigos e principais bastiões,  foi encurralado pelas sanções internacionais tendo o fim “violento” pelas mãos das forças governamentais.  Dando-se a morte do seu Vice, António Dembo, vitima de doença, liderança do partido ficou sob alçada de uma  comissão de gestão chefiada pelo general Lukamba Paulo “Gato”,  que seria substituído, por via do congresso, por Isaías Samakuva, actual líder do partido.
Maus antecedentes sobre os potenciais sucessores do passado
De acordo com factos, Jonas Savimbi, revelou-se desde os últimos trinta anos apontar unicamente um nome sempre que falasse da sua sucessão.  Há apreciações de que o fazia assim de forma a proteger os “indicados” das intrigas  ou de outras ratoeiras politicas.

Em finais da década de 70, era  George Ornelas Sangumba, o então  responsável pela campanha de aceitação da UNITA na OUA que  chegava a ter protagonismo semelhante a um “Presidente em exercício”, nas ausências de Savimbi. Não tardou muito começou a ter problemas de intrigas e vitima dos excessos da segurança em 1981.
O outro é Pedro “Tito” Chingunji (na foto ao lado)  que chegou a ser terceira figura do movimento. Quando Savimbi decide trazer a figura de “Vice Presidente”, apenas dois nomes estavam no centro das atenções, o de Tito e o de Jeremias Chitunda. A escolha de Savimbi recai para o ultimo. A partir de ai, algumas vozes insinuavam um alegado inconformismo de Tito adicionados a um intrigado processo que resultou ao seu afastamento e colocado sob vigia com a sua família. A 5 de Julho de 1991, segundo Fred Bridland, a segurança da UNITA desfez-se dele.

Desde então, foi verificado que  Jonas Savimbe deixou de apontar em nomes exactos, salvo, como anunciado atrás, quando se encontra em situações de “cerco militar” ou  se sentido “mal”.
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