Savimbi chegou a pensar em Bock e Salupeto para liderança da UNITA
- Categoria Preto & Branco
- 25 fevereiro 2015
Lisboa
– Pelo menos em três conhecidas ocasiões diferentes, o líder fundador
da UNITA, Jonas Savimbi, chamou, os seus colaboradores mais direitos
para falar sobre a “sucessão presidencial” no partido por ele fundado
em Muangai. Savimbi, segundo conclusões fazia tais abordagens quando se
sentisse adoentado ou encurralado por força de alguma situação
militar.
Fonte: Club-k.net
De acordo com testemunhas, cuja fiabilidade, é considerável, o falecido presidente da UNITA, Jonas Savimbi, em data imprecisa (véspera dos acordos de Bicesse ou a posterior) teria partilhado com os seus colaboradores de que se um dia já não vivesse, que “entregassem” o partido ao então Vice-Presidente, Jeremias Chitunda, ou ao seu então Secretário da Agricultura, Elias Salupeto Pena, ou ao general Altino Sapalalo “Bock”, antigo Chefe do Estado Maior das FALA e mais tarde chefe da Inteligência militar.
Savimbi, segundo testemunhas reconhecia
inteligência invulgar e sentido de moderação na figura de Chitunda.
Porem era em Salupeto Pena e ao general “Bock” que ele identificava
traços semelhantes ao seu, sobretudo na forma de trabalho e
organização.
Certo dia, a margem do congresso do
Bailundo, o falecido Presidente da UNITA, Jonas Savimbi, teria se
sentido mal. Com receio que algo viesse acontecer, Savimbi convocou uma
reunião com o seu circulo restrito tendo determinado que se algo lhe
acontecesse, deveriam aceitar respeitar o Vice-Presidente, António
Dembo, como novo líder do partido, o então SG Lukamba Gato como
Vice-Presidente, Abel Chivukuvuku como Secretário Geral, e que deveriam
também chamar o embaixador Isaías Samakuva que na altura cuidava das
finanças do partido.
Numa terceira ocasião, já, no município
do Andulo seu então bastião, Jonas Savimbi, convocou desta vez as
chefias da inteligência militar do partido. Junto dos mesmos (cerca
de sete oficiais), o líder político pressagiou que quem ganhasse a
guerra sobre os dois bastiões (Bailundo e Andulo), teria ganho a guerra e
que dai em diante estaria também ditado o seu fim, que segundo dizia,
“teria uma morte violenta”.
Calculando
que António Dembo estaria com problemas de saúde (diabetes), e numa
fase que ele próprio (Savimbi) estava em desentendimento com Abel
Chivukuvuku, o então Presidente da UNITA, disse aos militares que caso
ele morresse deveriam chamar o seu então embaixador em Nova Iorque,
Marcos Samondo (já falecido) para liderar o partido. Em caso de
indisponibilidade deste, deveriam chamar, o chefe da missão Externa,
Isaías Samakuva e como terceira opção o representante em Washington,
Jardo Muekalia.
Paulo Lukamba “Gato”, então SG da UNITA
teria, ficado de fora dos cálculos de Savimbi nesta altura, em função
de razões que invocou aos seus interlocutor. A esta altura, Savimbi,
já achava que se recuasse seria o embaixador Alcides Sakala para
Secretário Geral do partido, no oitavo congresso.
O presságio de Savimbi, veio acontecer.
Ele perdeu os dois antigos e principais bastiões, foi encurralado
pelas sanções internacionais tendo o fim “violento” pelas mãos das
forças governamentais. Dando-se a morte do seu Vice, António Dembo,
vitima de doença, liderança do partido ficou sob alçada de uma comissão
de gestão chefiada pelo general Lukamba Paulo “Gato”, que seria
substituído, por via do congresso, por Isaías Samakuva, actual líder do
partido.
Maus antecedentes sobre os potenciais sucessores do passado
De acordo com factos, Jonas Savimbi,
revelou-se desde os últimos trinta anos apontar unicamente um nome
sempre que falasse da sua sucessão. Há apreciações de que o fazia assim
de forma a proteger os “indicados” das intrigas ou de outras ratoeiras
politicas.
Em
finais da década de 70, era George Ornelas Sangumba, o então
responsável pela campanha de aceitação da UNITA na OUA que chegava a
ter protagonismo semelhante a um “Presidente em exercício”, nas
ausências de Savimbi. Não tardou muito começou a ter problemas de
intrigas e vitima dos excessos da segurança em 1981.
O outro é Pedro “Tito” Chingunji (na
foto ao lado) que chegou a ser terceira figura do movimento. Quando
Savimbi decide trazer a figura de “Vice Presidente”, apenas dois nomes
estavam no centro das atenções, o de Tito e o de Jeremias Chitunda. A
escolha de Savimbi recai para o ultimo. A partir de ai, algumas vozes
insinuavam um alegado inconformismo de Tito adicionados a um intrigado
processo que resultou ao seu afastamento e colocado sob vigia com a sua
família. A 5 de Julho de 1991, segundo Fred Bridland, a segurança da
UNITA desfez-se dele.
Desde então, foi verificado que Jonas
Savimbe deixou de apontar em nomes exactos, salvo, como anunciado atrás,
quando se encontra em situações de “cerco militar” ou se sentido
“mal”.
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