Discurso da Presidente Nacional da LIMA no acto central do 18 de Junho de 2015 no Moxico | ||||||||||||||
EXCELÊNCIA SR. SECRETÁRIO PROVINCIAL MUZAZA DIGNÍSSIMA VICE-PRESIDENTE DA LIMA DEP. HELENA B. DISTINTOS MEMBROS DO COMITÉ NACIONAL DA LIMA CAROS MEMBROS DO SECRETARIADO PROVINCIAL DO MOXICO ILUSTRES CONVIDADOS MEMBROS DAS AUTORIDADES TRADICIONAIS E RELIGIOSAS PREZADOS MEMBROS DA LIMA E DA JURA MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES EXCELÊNCIAS; |
Saudamos calorosamente todos os presentes que vieram para se associarem à LIMA nas celebrações do seu grande dia 18 de Junho. Apresentamos igualmente as saudações da Direcção do Partido na pessoa do seu Presidente Dr. Isaías Henrique Ngola Samakuva.
Neste momento sublime inclinamo-nos perante a memória do saudoso Presidente Fundador Dr. Jonas Malheiro Savimbi, Promotor da Dignidade e valorização da Mulher Angolana. O Dr. Savimbi dizia e nós citamos: ”Mulheres do nosso País a vossa emancipação não pode ser uma dádiva dos homens mas a vossa conquista nas fileiras do combate”.
O 18 de Junho de 2015 realiza-se sob o LEMA: POR ANGOLA E PELOS ANGOLANOS A LIMA MARCHA FIRME EM TORNO DOS IDEAIS DE MUANGAI PARA A MUDANÇA EM 2017.
Este LEMA reflecte bem o percurso Histórico da LIMA que desde Muangai em 1966, as Mulheres Angolanas, aderiram à causa de Libertação da Pátria juntando-se aos combatentes da Liberdade na luta contra o colonialismo Português que se, por um lado oprimia e explorava os homens, por outro subjugava as mulheres Angolanas subalternizando-as e escravizando-as. Foi esta condição social injusta que fez despertar a consciência das Mulheres e levou-as a aderir à causa da luta de Libertação Nacional logo no seu início enquadrando-se nas fileiras da UNITA.
Temos a honra de ter no nosso meio as nossas mamãs antigas combatentes que são o nosso orgulho e exemplo de coragem, abnegação e dedicação.
APRESENTAÇÃO da lista:
Estas mamãs e muitas outras que já não estão no nosso meio, deram o seu contributo valioso duma maneira multiforme: na mobilização e organização do Povo. À partir de 1968 na diáspora: Zâmbia, Kinshas, Estados Unidos da América destacaram-se no apoio aos combatentes: a mãe Valeriana Sapi, Maria Etossi Chinhama, Natália Kussia, e a Dra. Maria Chela Tchikweka.
1970 as senhoras em todas as bases militares centrais, de zona e de sector começaram a participar activamente nos serviços auxiliares de tropas, administração e logística e intendência.
A seguir passaram a fazer serviços de manutenção militar: faziam os trabalhos de sargento dia, ronda, oficial dia prevenção, patrulhamento das bases num raio de um quilómetro, instrução içar e arrear a bandeira, demonstrações militares: ginástica educativa, luta corpo a corpo, baioneta, pista de obstáculos, salto em altura, e em cumprimento, saltos mortais enfim enfim todos os exercícios que antes eram reservados apenas aos homens.
O envolvimento das mulheres nas células clandestinas dos meios urbanos para a difusão do ideário da UNITA fez com que muitas delas fossem presas pela PIDE-DGS, a polícia política do regime Português. Alguns nomes podem ser relembrados aqui com todo orgulho e reconhecimento, pela coragem e dedicação demonstradas: Amélia Edite Epalanga, Melita Tita Malaquias, Celestina Jamba, Cecília Moreira Teresa Numanaua Kakunda e muitas outra heroínas anónimas.
A participação da UNITA na luta de libertação Nacional e o consequente envolvimento das mulheres enquadradas na LIMA fez com que Angola conquistasse a Independência do jugo colonial Português. A 11 de Novembro de 1975. O País conseguiu firmar a sua soberania quer no Plano nacional, quer no Internacional.
A UNITA deu uma contribuição incontestável para que em Angola se consagrasse uma democracia multipartidária e realçamos que a LIMA esteve sempre presente assumindo duma forma decidida e criativa as suas responsabilidades.
Minhas Senhoras e meus Senhores.
Volvidos 40 anos após a Independência o País tem conhecido momentos bastante difíceis, fruto da má governação de um Presidente que está no poder há mais de 36 anos. Constatamos carências de vária ordem a pobreza extrema no seio das populações, o desemprego, a falta de água potável, a falta de electricidade, falta de água potável habitação condigna, para a maioria dos cidadãos, o deficiente saneamento do meio, fazendo com algumas cidades como Luanda se estejam afogar no lixo, constituindo uma grande ameaça para a saúde pública, doenças como a malária, o HIV/SIDA, a tuberculose continuam a vitimar os cidadãos.
A situação social no País, torna-se cada vez mais explosiva com o crescente descontentamento da população, fruto da má gestão da coisa pública; da corrupção, da crise económica resultante, ao que o governo diz da queda drástica do barril de petróleo nos mercados internacionais, do desvio escandaloso, do erário público por parte do regime no poder, a subida constante do preço dos produtos do petrolíferos a falta de um sistema educacional aceitável, a falta de um sistema de saúde digno deste nome, a falta de quase tudo para a maioria esmagadora dos Angolanos, a ausência total de processos eleitorais livres, justos e transparentes, com manobras constantes de fraudes eleitorais por parte dos que controlam o poder desde a independência em 1975.
A intolerância política caracterizada por actos de agressão e violência contra os militantes da UNITA, a intimidação, a instauração do medo no seio do povo, as violações dos Direitos Humanos têm de ser denunciados perante a opinião pública nacional e internacional para quebrarmos o espírito de impunidade e arrogância do Partido no poder.
Os acontecimentos do Monte Sumi nos dias 16 de Abril e seguintes contra a seita religiosa “Igreja Adventista do Sétimo Dia – a Luz do Mundo assassinados pelas forças de defesa angolanas (Polícia e Forças Armadas), perseguidos até hoje com um número assustador de pessoas mortas, por um lado registou-se a morte de 9 polícias o que deploramos profundamente, mas por outro a retaliação saldou-se em centenas e centenas de pessoas mortas entre as quais mulheres, velhos e crianças assassinadas a sangue frio. Quem foi o arquitecto desta operação macabra quando celebrávamos os 13 anos de Paz? O mês de Abril ficou manchado. Há que apurar as responsabilidades. Por isso vamos apoiar a proposta das Nações unidas sobre a necessidade de uma comissão de inquérito independente para se descobrir a veracidade dos factos. O sangue vertido pelas crianças inocentes, as mulheres e os velhos do Monte Sumi que nem sequer mereceram uma sepultura condigna antes pelo contrário foram queimados e atirados na vala comum não pode ser derramado em vão em pleno século XXI.
Minhas Senhoras e Meus Senhores:
Ao celebrarmos os 43 anos da fundação da Liga da Mulher angolana, LIMA recordemos as palavras do Presidente Samakuva, citamos: ”A Mulher da LIMA trabalhou na conquista da cidadania, na construção da Nação, e ma fundação do Estado. A Mulher da LIMA começou a vida social como combatente, fundadora da nacionalidade angolana, fim de citação.
O contributo da mulher no desenvolvimento exige empoderamento e a 25ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana que teve lugar na África do Sul este mês abordou profundamente esta problemática, pois o empoderamento da mulher não deve ser pela sua boa aparência física mas sim por aquilo que ela pode dar ao País fruto da sua participação. As mulheres devem ter poder a todos os níveis para melhor contribuírem para a sociedade sob o ponto de vista económico, social, político, cultural. Em Angola não obstante alguns passos dados no sentido da promoção da mulher constatamos que ela ainda está na periferia dos lugares de tomada de decisão. Por isso as Mulheres têm um grande desafio para alcançarem a Igualdade de direitos e de oportunidades.
Para terminar exorto as Mulheres Angolanas a estarmos unidas e lutarmos pela a garantia da Paz, da Justiça Social, da Democracia e da reconciliação Nacional.
LIMA PÁTRIA
LIMA UNIDADE
Moxico, aos 20 de Junho de 2015
Miraldina Olga Marcos Jamba
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Presidente Nacional da LIMA