O Presidente do Conselho de Administração da Rádio Despertar, Adalberto da Costa Júnior, garantiu este sábado, 26 de Dezembro de 2015, subir a antena da Rádio Despertar, com vista a viabilização do sinal da estação.
O responsável que falava por ocasião do 90 aniversário da estação emissora, comemorado naquele dia, manifestou tal posição quando respondia as inquietações dos cidadãos em relação a má qualidade do sinal radiofónico que chega aos ouvintes da rádio na província de Luanda, justificando fazê-lo através do processo de jurisprudência.
O responsável mostrou-se indiferente quanto às leis injustas que prejudicam alguns meios de comunicação social em benefícios de outros.
"Vocês concordam com a existência de leis injustas? Mas na verdade, é que apesar da existência desta lei, há uma rádio que abriu, há uns 6 anos atrás, em Luanda mas esta rádio hoje existe em Benguela, na Huíla, no Huambo, e no Uíge. Então, companheiros, compatriotas, pode haver duas leis para o mesmo país? Há uma lei para Despertar que diz que não se poder ouvir fora dos limites de Luanda, mas há uma lei para outra rádio que se ouve nas outras províncias. Está bem? É exactamente isto que nós agora vamos fazer", afirmou Adalberto Costa Júnior.
O PCA da Rádio Despertar assegurou que vai recorrer a jurisprudência para fazer valer a sua posição, acrescentando que, o governo angolano deve aprender a conviver na diferença.
"Em direito há um termo que se chama jurisprudência? Vocês sabem o que significa jurisprudência? Jurisprudência é algo que diz: que quando se pratica que a lei não prevê, e é permitido, os outros também podem fazer igual. Portanto, vamos fazer aqui um pouco do historial. Nós estamos todos a fazer um percurso de um país de uma nova era.
Este nosso país, esta nossa Angola, está fazer uma aprendizagem de viver em democracia, aprendermos a viver com outros que pensam diferente de nós. O nosso governo também deve aprender a conviver com quem pensa diferente do partido que o suporta".
Adalberto da Costa Júnior reiterou que a sua direcção vai aumentar a qualidade do sinal do órgão de comunicação que dirige, em nome do interesse dos cidadãos, em obediência as normas do país, e apontou, por outro lado, o surgimento em Luanda de rádio ligado a pessoas próximas ao governo, emitindo em mais de uma província do país.
"A direcção da Despertar vai com certeza absoluta, de acordo com o interesse da cidadania, de acordo com aquilo que é prática, e as autoridades permitem, nós vamos subir as antenas da rádio. Vamos subir, porque nós não aceitamos que haja angolanos de primeira e angolanos de segunda. Nós somos todos angolanos. O pior é que há órgãos de comunicação social, cuja titularidade, pertencem a pessoas próximas do poder, e estes órgãos podem emitir em Luanda, no Huambo, no Lubango, no Bié, no Uíge. Eu recordo aqui uma posição de menos de trinta dias que foi tomada pela CEAST - Conferência Episcopal de Angola e São Tomé fizeram uma declaração, onde consideram injustas e inaceitável a posição do governo angolano, de limitar a Rádio Eclésia, tal como a despertar, a Rádio Eclésia, também está limitada na emissão", acrescentou.
De acordo com o responsável, os angolanos da província de Luanda, têm os mesmos direitos, em relação aos residentes noutras províncias do país. | |