O Presidente da bancada parlamentar da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, reafirmou recentemente, que a crise financeira e económica que o país vive não é resultado da baixa do preço do petróleo no mercado internacional, assegurando ser consequência da má gestão dos recursos.
O responsável falava numa entrevista concedida à Rádio Despertar Comercial, tendo apontado aos desvios contínuos, a falta de fiscalização do governo, e os negócios promovidos entre o mesmo grupo de pessoas, como causa directa da crise, e apelou aos consensos nacionais para que se ponha fim o problema.
"Para mim o problema não é o petróleo, sempre disse e vou continuar a dizer. Os problemas acrescidos da crise económica que temos resultam da má governação. Os desvios que não param, de um estado que não fiscaliza, dos negócios consigo próprios. Significa, o Presidente faz negócios, os ministros fazem negócios, os governadores assinam contratos com os seus próprios interesses, por causa disso que não há fiscalização. Olha, não há nenhum país do mundo, nenhuma empresa que resista a uma situação deste género, sem gestão é um caos. Portanto, nós temos muito trabalho para frente. Temos um mundo mais difícil, temos uma África com muitos problemas. E, no nosso país continuam tanto arrogantes a pensar que ainda estamos no período de vacas gordas, e eu penso que nós temos que começar a criar consensos nacionais".
O responsável defende a implementação das autarquias locais, que segundo assegurou poderão pôr termo as ordens superiores, possibilitando a população escolher os seus dirigentes e sancionar os maus gestores, o que de acordo com o número um da bancada parlamentar da UNITA, vai aumentar a responsabilidade e responsabilização de governação dos políticos e partidos políticos.
"As autarquias são fundamentais. Porque as autarquias exaltam o indivíduo. As autarquias não vão poder obedecer as ordens superiores, porque não são as ordens superiores que fazem a cadeia de comando nas autarquias. Quem tem o poder são as populações, é a população que vota o seu gestor local. Portanto, não funcionam os partidos que indicam. Se as populações não lhe derem o aval não passam aqueles nomes. Portanto, os próprios partidos vão ser submetido a um outro esforço de competência. Aqui está a responsabilidade, e, aí vão vingar só os bons programas, os bons dirigentes, os líderes com sensibilidade, os outros não vão passar. E, eu não acredito que o povo volte a dar o voto a quem governou mal, mas de certeza que vai premiar quem governou bem.
Portanto, as autarquias são o excepcional reconhecimento de quem tem efectivamente capacidade e competência, mas também são reconhecimento dos direitos individuais, porque na autarquia o indivíduo tem poder, porque mesmo os partidos que não ganham têm representantes. Portanto, repare que o meu amigo acorda numa determinada localidade, mas o seu administrador acorda na mesma localidade, ele é que é o responsável pelo buraco, a polícia da localidade, já não é mais do chefe de lá de cima, da província que manda, é local".
Adalberto da Costa Júnior esclareceu que não há desenvolvimento sem responsabilização, e reforça neste contexto a ideia da implementação do poder local no país.
"Portanto, não há desenvolvimento sem responsabilização. Porquê? Porque as pessoas cometem não pagam e só pagam os pobres, só pagam os desconhecidos, porque os senhores não vão aos tribunais. O senhor vê os grandes roubos, não estão presos os seus autores, mas o homem que roubou pequenino dinheiro está na cadeia, se for preciso com muitos anos de condenação". | |