Por ocasião da data do nascimento do Presidente-fundador da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, o Secretariado Executivo do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, em nome de todos os militantes, rende a sua mais singela homenagem ao homem que marcou e continua a marcar a História de Angola.
Se estivesse em vida, neste dia 3 de Agosto de 2016, o Dr. Jonas Malheiro Savimbi completaria 82 anos de idade. Contudo, no dia 22 de Fevereiro de 2002, ele foi morto em combate, nas matas do Lukusse, Província do Moxico.
Jonas Malheiro Savimbi teve a ousadia de enfrentar uma superpotência, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), e os seus aliados, e lutou contra uma das máquinas propagandísticas mais eficazes do continente africano e do Mundo.
Foi acusado de dividir Angola em duas. Grande falácia, pois os que conviveram com ele durante vários anos nunca o ouviram defender tal aberração!
Acusaram-no de ser o maior inimigo da África. Quanta difamação! Logo ele, que, em 1963, esteve envolvido na criação da OUA, tendo mesmo coordenado um Comité de Libertação onde tiveram assento personalidades como Keneth Kaunda, Joshua Nkomo e Luís Cabral! É uma monstruosidade rotular o Dr. Jonas Savimbi de “inimigo da África”, logo ele que apoiou a SWAPO, disponibilizando o território controlado pela UNITA para que os guerrilheiros de Sam Nunjoma pudessem levar a cabo as suas acções de libertação da Namíbia!
Pragmático, para não se deixar matar aceitou receber a ajuda da África do Sul, tendo sido então acusado de defender a implantação do apartheid em Angola! Quanta mentira, pois ele nunca aceitou sequer que os sul-africanos mandassem nas Terras Livres de Angola!
Implantar o apartheid em Angola? Como é que se poderia fazer uma coisa dessas? A verdade é que foi ele que, quer em público, quer em privado, pediu ao poder branco sul-africano que libertasse Nelson Mandela, o que foi, mais tarde, reconhecido pelo próprio Madiba, tendo mesmo estabelecido boas relações com o Dr. Jonas Savimbi!
Ao longo de mais de 40 anos de actividade política activa, Jonas Malheiro Savimbi tinha características que lhe eram peculiares. Sentia-se bem na pele de um combatente da liberdade, dando claramente a ideia de que tinha nascido para a luta que visava a libertação dos mais fracos e desfavorecidos.
Aqueles que conviveram com ele, sabem que o Dr. Savimbi manifestava uma elevada energia que contagiava todas as pessoas que o rodeavam. A partir do seu posto de comando, dirigia, com paixão, as mais aguerridas batalhas militares.
Percebeu cedo o drama da hipoteca das independências africanas, e decidiu que não tinha de ser fantoche de ninguém. Por isso, concebeu o sonho da independência total para Angola, inscrevendo essa expressão no Partido que criou: União Nacional para a Independência Total de Angola.
No seu tempo, era comum os dirigentes serem fantoches de países estrangeiros, mas ele jurou a si próprio não desempenhar esse papel desprezível e morreu sem nunca ter sido fantoche de quem quer que fosse.
Ao contrário do que acontecia com os outros Movimentos de libertação africanos, entendeu que era necessário combater a partir do interior do país porque – dizia – “os dirigentes deviam ter contacto directo com as massas e com os soldados, de modo a poderem identificar-se com eles”.
Mas… sedear-se no interior do país quando não havia garantias dadas de apoio? Como fazer isso? Para o Dr. Savimbi, a fórmula era simples e lógica: “contar essencialmente com as nossas próprias forças, porque os factores internos é que determinam os factores externos!”
Na maior parte da sua luta política, militar e diplomática, o Dr. Jonas Malheiro Savimbi, fez o papel de David contra vários Golias. Mesmo assim, com ele vivo, dentro e fora de Angola, amedrontou os seus inimigos, tirando-lhes frequentemente o sono.
O Presidente-Fundador tinha o carisma de um grande líder cuja presença electrizava os seus interlocutores e cuja palavra hipnotizava as assembleias que o escutavam. Ele sabia fazer da palavra uma verdadeira força mobilizadora das massas.
Mesmo em meio de tanta manipulação informativa, o Dr. Jonas Savimbi sabia balancear o discurso calmo com o discurso aguerrido, demonstrando ser o melhor advogado da causa dos angolanos que tão eficientemente encarnou.
Diplomata refinado, era sempre buscado pelos grandes do Mundo, que queriam ouvir o seu ponto de vista sobre os mais diversos problemas de Angola, de África e do Mundo.
Povo Angolano:
14 anos após a sua morte, é fácil constatar que as ideias de Jonas Malheiro Savimbi prevalecem. Ele morreu, mas a sua obra ficou e continua mais viva do que nunca.
Isso está patente nas conversas do dia-a-dia. Em todos os sectores da sociedade fala-se dele com muita insistência, como se ainda estivesse fisicamente no nosso meio.
Não fora assim, a sua máxima segundo a qual “primeiro o Angolano, segundo o Angolano, terceiro o Angolano, o Angolano, sempre!” não seria tão frequentemente repetida pelos cidadãos de todas as idades, de todas as regiões, de todas as cores partidárias.
Quando a corrupção mancha demasiados líderes africanos, vivos e mortos; quando no nosso país a lista de dirigentes suspeitos de envolvimento em actos grosseiros de corrupção, Jonas Savimbi destaca-se por ter sido um líder que nunca se deixou corromper. Os seus detractores internos e externos não conseguiram encontrar o menor indício de corrupção, simplesmente porque ele nunca se deixou corromper.
Apesar dos elevados meios financeiros que chegou a administrar, o Presidente-Fundador da UNITA morreu sem deixar nenhuma conta bancária onde quer que fosse. O Dr. Savimbi morreu sem deixar nenhum palácio, nenhuma casa, em nenhuma cidade do Mundo.
Com a sua morte, os seus inimigos vaticinaram o fim da organização que ele tinha criado. Mas, para espanto de muita gente, a UNITA não acabou. Pelo contrário, reergueu-se das cinzas e agiganta-se a cada ano que passa.
Viva a África
Viva Angola
Viva a UNITA
Viva a memória do Presidente-Fundador Dr. Jonas Malheiro Savimbi.
Luanda, 3 de Agosto de 2016
O Secretariado Executivo do Comité Permanente da UNITA | |