João Lourenço garante bolsas de Estudo para frequência ao ensino Superior
O Presidente da República de Angola garantiu em Saurimo, durante o acto de abertura do ano académico 2018, a atribuição de bolsas de estudo como medida para garantir a frequência ao ensino superior.
O Governo angolano, segundo João Lourenço, controla neste momento um total de 3.325 estudantes beneficiários de bolsas, dos quais 4.625 no exterior do país. “Face à situação social da maioria dos nossos estudantes, o desafio será aumentar o número de bolsas, para o que teremos de dispor para o efeito de novas fontes de financiamento”.
Na sua intervenção, o Presidente defendeu também a necessidade de melhor aposta na qualificação do corpo docente, assinalando que o programa do executivo “contempla várias ações a serem implementadas pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação nesse domínio”.
Na ocasião, João Lourenço assegurou igualmente que o executivo angolano vai dotar o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação de um “mecanismo de financiamento, a ser instituído em breve, para que as instituições e atores singulares possam se candidatar à execução de projetos.
“A falta desse mecanismo tem sido um dos maiores constrangimentos à prática da investigação científica em Angola”, fundamentou.
A maior capacidade de oferta formativa, para o ano académico 2018, encontra-se localizada na região académica I, que corresponde as províncias de Luanda e Bengo, com um total de 82.385 vagas, segundo informou o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola.
Em 2017, Angola contou com 24 universidades públicas e 41 instituições privadas, que disponibilizaram 111.086 vagas para o ensino superior.
Segundo apontou o governante, o país conta este ano com mais 20.000 vagas para o ensino superior, em comparação com ano anterior, num total de 134.418 vagas disponibilizadas para o presente ano académico a nível de Angola, tendo frisado que as instituições públicas do ensino superior disponibilizaram apenas 21% dessas vagas, apontando défice de infraestruturas.
“Estamos claramente perante uma situação de grande procura, bem superior à capacidade de oferta em infraestruturas de ensino, bem como de um défice gritante de docentes qualificados para lecionar neste nível de ensino. Neste domínio, apesar do investimento, temos ainda de crescer em número e qualidade e para tal temos de empreender um grande esforço”, sustentou.
Segundo João Lourenço, apesar do crescimento do número de estudantes universitários no país ser já bastante significativo, Angola ainda está “aquém” dos valores recomendados pela União Africana, que pretende que os países africanos atinjam 50%, em 2063.
“Ainda temos pela frente um grande desafio, porque a taxa de jovens com idade para frequentar o ensino superior continua muito aquém dos valores recomendados pela União Africana”, realçou.