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jueves, 14 de febrero de 2019

Líder da UNITA defende Justiça feita com rigor nos casos de Corrupção no País

Líder da UNITA defende Justiça feita com rigor nos casos de Corrupção no País
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A posição é do Presidente da UNITA, Isaías Samakuva, que foi o convidado do espaço “Visão Global” desta quarta-feira, 13 de Fevereiro de 2019, na Rádio Mais, onde o dirigente máximo da UNITA falou de vários temas ligados à vida interna do seu partido, da situação actual do país, e da consolidação da democracia em Angola, bem como o processo de combate a corrupção em curso no país.

De acordo com o líder da UNITA não foi o Presidente da República, que iniciou a luta contra a corrupção em Angola.

“Eu devo dizer antes de mais que, tem-se dito ultimamente que o Presidente João Lourenço encetou o combate à corrupção, ele é que iniciou e tal, eu devo dizer que, não é verdade, porque a UNITA não só, durante esse período e nos últimos 15 anos tem sido num discurso permanente de combate à corrupção; mas, permanentemente, não só nas intervenções públicas que fazemos, mas também nas intervenções que se fazem em sede da Assembleia Nacional”, defendeu Isaías Samakuva, sublinhando a necessidade de a justiça ser feita com rigor e sem revanchismo.

Interrogado sobre o estado da democracia do partido que dirige, o responsável da UNITA afirmou que, “A democracia é um processo, que começa pelo facto de aceitar que, a democracia é o melhor sistema que nós podemos ter. Não é perfeito, mas eu acredito que, é o melhor sistema que nós temos. A UNITA aceitou desde o princípio, ao contrário do que se tem sido dito por aí. Ainda há poucos dias, eu consegui ter a primeira carta constitucional da UNITA, e fala da democracia várias vezes”, respondeu no aspecto sobre a existência de défice democrático ou não no seio do partido.

Segundo o político, a UNITA tem dados passos gigantesco, quanto à democracia interna

“Eu penso que a UNITA tem dado passos gigantescos, no sentido de democratização do partido, e é mesmo por ali que nós começamos, achamos que, para nós podermos falar da democracia, nós próprios temos de exercer e impor um sistema democrático no nosso partido. É normal que haja vozes discordantes”.

Questionado se tem delfins no partido, que possam o substituir na liderança da UNITA, o presidente da UNITA disse que, já ouviu falar disso, e realça que não tem delfim a quem deixar o cargo.

“Os meus delfins são os membros do partido, os membros do partido que trabalham, que se submetem à disciplina do partido, que convivem bem com outros; os membros do partido que, de facto, têm a capacidade de se submeter a voto dos membros, e que são eleitos; esses são os meus delfins”.

“Não estou a fazer preparação nenhuma. Numa democracia, num partido democrático, num sistema democrático, eu não posso dizer se quer que o fulano, o Sicrano vão se candidatar”.

Mais uma vez veio à baila a sua saída da liderança da UNITA, em 2019.

“Eu já falei sobejas vezes sobre isso, penso que já disse o suficiente sobre o assunto”.

Questionado se por algum interesse supremo da nação deixaria a UNITA para ir ao MPLA, Isaías Samakuva respondeu que, “nunca há-de ser interesse supremo da nação ir para o MPLA e aproveitou o ensejo para apelar aos compatriotas do MPLA a deixar que uma outra força assuma os destinos do país.

“Eu aproveito mais uma oportunidade, eu apelo aos meus compatriotas, aos meus irmãos no MPLA, que por tudo que o MPLA fez, nos últimos 40 e tais anos para o país, eu penso que, seria interesse supremo, não é só do país, da nação; mas também do MPLA, deixar ainda a liderança do país para uma outra formação política”.

Em relação a situação da democracia no país, o líder da UNITA disse que, “Se de um lado e formalmente a constituição, portanto, estabelece, reconhece Angola como um país democrático, na prática e no dia-a-dia há comportamentos que muitas vezes nos conduzem ainda à época de partido único”, e do ponto de vista político criticou a falta da transmissão em directo dos debates na Assembleia Nacional, e realçou.

“Até na própria Assembleia nós vemos como os debates são conduzidos; o próprio comportamento na Assembleia, que na minha maneira de ver acaba por esconder o que se faz na Assembleia, àqueles que os elegeram como deputados, de tal formas que as transmissões directas dos debates na Assembleia, do que se faz na Assembleia, não está sendo possível”.

Sobre as exéquias do líder fundador da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, prevista para este ano, o Presidente da UNITA mostrou que a parte mais complexa é a realização do DNA.

“Esse é que é um processo complicado, é um processo complicado, porque houve várias histórias à volta do corpo do doutor Jonas Malheiro Savimbi, e naturalmente, não só nós como a família precisava de ter a certeza que, vai ter um corpo do Dr. Jonas Malheiro Savimbi, e isto, actualmente só se faz com exame de teste do ADN ou do DNA como se diz. Ora, mas nós verificamos, ao contrário do que nos diziam que, a Universidade Agostinho Neto poderia fazê-lo, nós verificamos que este não é um exame fácil, sobretudo para os restos mortais que já jazem há mais de 15 anos”.

Sobre o debate da autarquização do país o Presidente da UNITA disse que o seu partido aprovou numa reunião da direcção, a Carta da UNITA para a Autonomia local, que será submetida ao debate no parlamento angolano para integrarem o pacote legislativo em discussão.

“Neste documento contém aspectos que terão de ser submetidos, como proposta da UNITA, para fazerem parte do processo do pacote legislativo que vai reger a implementação das autarquias”.
www.unitaangola.org