Líder da UNITA denuncia que discurso do regime indica abandono do processo de reconciliação
- Categoria Política
- 09 maio 2014
Luanda - Discurso do Presidente Isaías Samakuva no acto de abertura da VII reunião ordinaria do comité permanente da comissão política da UNITA.
Fonte: UNITA
Caros companheiros
Membros do Comité Permanente da Comissão Política do nosso Glorioso Partido UNITA,
Prezados Compatriotas,
Quero,
antes de mais nada, apresentar os meus cumprimentos a todos os membros
do Comité Permanente presentes a esta reunião, cujo objectivo principal é
o cumprimento de uma obrigação do estatuto do nosso Partido.
Desejo a todos boa saúde e uma boa disposição.
Nesta
sétima reunião ordinária do nosso partido, vamos avaliar o grau do
cumprimento do programa do primeiro trimestre do corrente, estabelecido
pela Comissão Política do nosso Partido. Vamos também, analisar os
acontecimentos que ocorreram no país no mesmo período e que tiveram, de
uma forma ou de outra, impacto na vida do nosso Partido. Será também
oportunidade para procurarmos aprimorar formas de actuação política e
administrativa das nossas estruturas para respondermos cabalmente às
solicitações dos nossos militantes, em particular e dos angolanos em
geral.
A degradação da situação
social, com o agravamento da pobreza que as autoridades dizem estar a
combater; a debilidade do sistema de saúde, o desemprego galopante e o
correspondente e assustador crescimento dos índices de criminalidade, o
péssimo estado das estradas nas vilas e cidades e no país, são apenas
reflexos da falta de motivação de um governo que já há muito tempo se
demitiu das suas responsabilidades, o que urge analisar com
profundidade.
Ainda há poucos meses
dizia, que dentre as nova exigências dos cidadãos para com os seus
representantes e lideranças políticas, nos tempos que correm, quero
destacar as seguintes:
•Uma nova relação com o eleitor, baseada na honestidade, sinceridade e transparência;
• Um compromisso político que vincule promessas e realizações;
• O respeito às leis e à Constituição;
•O respeito escrupuloso aos direitos, liberdades e garantias individuais;
• Novas formas de participação política;
• Medidas eficientes de controlo da corrupção.
A
UNITA é cada vez mais chamada a cumprir a sua missão histórica de
responder cabal e positivamente a essas exigências dos cidadãos para que
estes a considerem apta a libertá-los do sofrimento diário. Assim, para
que possamos com o nosso dever, para além de cumprir apenas uma
obrigação estatutária, esta reunião é chamada também, mais uma vez, a
encontrar fórmulas que nos coloque efectivamente na posição de
verdadeiros salvadores dos angolanos e verdadeiros construtores de uma
nova Angola.
O discurso oficial dos
mandantes do Regime, parece indicar o abandono do processo de
reconciliação e procurar uma nova relação entre os angolanos. Ao mesmo
tempo que propala a unidade nacional, na prática semeia o ódio entre os
angolanos e busca como base na história recente do nosso do nosso País,
dividir os angolanos.
A este
respeito, também dizia muito recentemente: O Povo Angolano não pode
deixar que alguém continue a utilizar o espectro da guerra do passado
para intimidar os angolanos e criar entre estes, a ideia de um
relacionamento igual ao que existe entre inimigos. Os verdadeiros
inimigos de Angola e do seu Povo, hoje, são a falta de água potável, as
doenças sem medicamentos, a falta de emprego, a falta de esgotos, a
educação de baixa qualidade, a fome, o paludismo, a miséria, o crime, a
violência, etc.
Não nos deixemos
levar pela canção dos que não têm planos para o futuro dos angolanos e
de Angola. Pelo contrário, aproveitemos oportunidades como esta, para
traçarmos estratégias que nos levem a encontrar solução que eliminem do
nosso seio os nossos verdadeiros inimigos. Não nos dispamos perseguindo o louco que já vai despido. Despido de ideias e de vontade política para acabar com o sofrimento dos angolanos.
Declaro aberta sétima Reunião Ordinária do Comité Permanente da UNITA.
Muito obrigado.