Moradores do antigo bairro da Boavista em Luanda queixam-se da falta de tudo
Os antigos moradores da Boavista transferidos para o Zango 2
continuam à espera por melhorias de condições de habitabilidade no seu
novo bairro. Os desalojados da zona costeira queixam-se da falta de água
potável e de energia eléctrica que tem propiciado o aumento de roubos.
Angola Baía de Luanda
Angola Baía de Luanda
Há quatro meses que as mais de 300 famílias retiradas das suas casas
na zona da Boavista clamam pelo abastecimento de água potável e de
energia eléctrica no Zango 2, onde foram colocadas em casas sem portas,
sem janelas e sem tecto, praticamente apenas com paredes.
Algumas casas já tiveram acabamento com tecto, janelas e portas,
contudo os antigos moradores da Boavista continuam à espera da
canalização de água potável e energia eléctrica, bens que tinham de
sobra no antigo bairro.
Em declarações à VOA, uma moradora que pediu o anonimato disse: “Na
Boavista vivíamos bem, tínhamos água potável e luz, e nos meteram aqui
sem água, nem luz, aqui não temos nada senhor, como vê aqui está tudo
mal",
Por outro lado, na calada da noite, como não há iluminação, os amigos
do alheio aproveitam-se da situação para fazer das suas. "As botijas de
gás e os aparelhos de som são os alvos preferenciais dos bandidos",
conta outro morador que diz ter sido um retrocesso a saída do bairro da
Boavista.
Para o vice-coordenador da organização não-governamental SOS-Habitat
André Augusto pouco ou nada pode fazer por estas pessoas. "Temos tentado
sempre tratar com as instâncias do Estado sobre estas violações no
sentido de solicitar as autoridades a inverterem o quadro, mas
infelizmente continuamos a ser vistos como opositores, temos tido pouca
aceitação sobretudo dos governos provinciais que se negam em
receber-nos", lamenta aquele responsável.