Ex-Embaixador angolano abandonado em Portugal
Washington
- Um antigo embaixador angolano é dado como estando a viver em
condições de abandono/desemprego em terras Lusas desde que foi
afastado das funções de diplomata a cerca de dois anos atrás. Sobrevive
de ajuda dos amigos. Trata-se
de José Jaime Furtado, ex- chefe da missão diplomática angolana nos
Estados Unidos do México, indicado pela UNITA no âmbito do Governo de
Unidade e Reconciliação Nacional (GURN).
Fonte: Club-k.net
Por não abandonar a UNITA
Jaime
Furtado, foi ao tempo do conflito armado representante da UNITA no
Reino dos Marrocos tendo depois, em tempos de paz, servido a
diplomacia estatal pelas razões já referidas. Sempre teve residência em
Portugal, uma vez que naquela altura, os quadros/dirigentes do “Galo
Negro”, eram tidos como inimigos do Estado.
Nas movimentações diplomáticas,
ocorridas há dois anos atrás, vários diplomatas provenientes da UNITA,
(Jaime Isaías Vilingue, João Vahekeny e Liseth Nawanga Satumbo Pena)
conservaram os seus postos de trabalhos e/ou foram indicados pelo
Presidente José Eduardo dos Santos para estarem a frente de outras
missões diplomáticas.
Jaime Furtado é dos “ex-embaixadores da
UNITA” que foi posto de parte e sem direito a salário ou reforma. A
nível do regime angolano alega-se que a não recuperação do mesmo deve-se
ao facto de até agora não ter dado sinais de rotura com a UNITA, apesar
de não fazer mais parte dos órgãos directores do maior partido da
oposição. Também há versões de que foi prejudicado porque enquanto
embaixador havia reclamações segundo as quais hostilizava os
funcionários diplomáticos sob sua alçada, em função de um suposto “mau
feitio” nas relações interpessoais.
Conforme pratica, do regime, a maioria
dos ex- quadros da UNITA, são apenas enquadrados ou recuperados para
cargos públicos quando estes aceitam fazer um pronunciamento de
renuncia ao maior partido da oposição ou declarações enaltecendo a
figura do Presidente José Eduardo dos Santos.
A situação de abandono que se verifica
em Jaime Furtado é segundo conclusões reflexo das debilidades dos
acordos de paz firmados entre o Governo e a UNITA. Em outros país, para
além da integração dos militares da “outra parte”, para um exercito
nacional, o processo é alargado para outros sectores. Ou seja faz-se a
integração de uma sociedade para outra.
No caso de Angola, cabia a UNITA, diante
dos acordos propor ao governo, a integração dos seus quadros da saúde,
professores e os ex- diplomatas que passariam a fazer do MIREX, e
sujeitos a reforma estatal quando as circunstâncias o permitissem.
Há casos de antigos professores que
deram aulas na Jamba e continuam a exercer a actividade de docência na
função publica, na qual o Ministério da Educação não reconhece ou da
reconhecimento aos anos de professorado que o profissional exerceu nos
territórios então controlados pela UNITA. É apensas contabilizado o
período em que regressaram das matas e nestas circunstâncias não são
remunerados pelos anos de carreia de docentes.