Sábado, 11 de Março de 2017, entra para o calendário político da UNITA, como aquele dia, em que os angolanos de variados níveis e camadas sociais responderam prontamente ao apelo do líder da UNITA e afluíram ao Comício no Campo Olímpico de Viana.
Na verdade, o espaço que até bem pouco tempo estava remetido ao esquecimento e se tinha tornado num destino de resíduos diversos, notabilizou-se, acolhendo o acto de massas da UNITA, que assinalou a passagem do 51º aniversário da sua fundação e que coincidiu com o encerramento das actividades alusivas ao Cinquentenário do Galo Negro, que vinham decorrendo desde Março de 2016.
Por vota das 12 horas, o Campo Olímpico transbordava de gente de todas as idades, mas especialmente jovens, que enquanto aguardavam a chegada do líder da UNITA, se divertiam com atractivos musicas de vários artistas de Viana, que se dignaram brindaram com a sua presença, a actividade dos maninhos.
As autoridades policiais estiveram a cumprir o seu papel, assegurando que tudo decorresse na normalidade. A organização montou um posto de socorro no local que prestou assistência às pessoas que necessitaram, bem como garantiu distribuição de água potável.
Vendedores ambulantes de diversos produtos, também acorreram ao local, que se apresentou como uma boa oportunidade para facturar. Esse facto foi confirmado à reportagem de Unitaangola, pela senhora Antónia que, até 12 horas, tinha acabado de despachar a sua kitanda de bolinhos, assim como a jovem Milena que vendia refrigerantes e água.
A multidão explodiu em festa quando chegou ao local, o Presidente da UNITA, Isaías Samakuva que foi recebido com estrondosa ovação, por entre vivas e palavras de ordem circunstanciais.
Transcorridos os números do programa, chegou o momento mais esperado, da mensagem do líder e candidato, Isaías Henrique Ngola Samakuva.
“Há 51 anos, um pequeno grupo de homens revolucionários, oriundos de várias partes de Angola, encabeçados pelo Dr. Jonas Malheiro Savimbi aprovaram, em Muangai, os princípios que se constituíram em fundamento principal para organização do movimento para fazer triunfar em Angola os ideais republicanos da liberdade, da democracia da soberania, da justiça e da solidariedade”, começou por dizer o Presidente Isaías Samakuva, sublinhando que dado o contexto em que se encontrava o nacionalismo angolano, a organização que os jovens criaram a 13 de Março de 1966, chamou-se União Nacional para a independência Total de Angola.
“A UNITA é a união dos povos, de aspirações e de culturas, é uma frente unida em torno de alguns objectivos”, explicou.
“Conquistar para todos os angolanos os direitos, liberdade e garantias fundamentais reconhecidos pelas nações unidas, tornar Angola uma pátria livre e independente, estabelecer em Angola, uma verdadeira democracia participativa assegurada pelo voto do povo, através de vários partidos políticos, defender e garantir a igualdade de oportunidade a todos os angolanos na pátria do seu nascimento e na busca de soluções econômicas priorizar o campo para beneficiar a cidade, são os princípios e objectivos que estiveram na base da criação da UNITA e que ainda hoje continuam a ser seguidos pelos militantes da UNITA e que constituem a linha principal que indica o caminho e o objectivo que nós queremos atingir”, afirmou o Presidente Isaías Samakuva.
Narrando os momentos mais marcantes da história da UNITA, naquela ocasião que o Partido completava 51 anos, o seu líder desmentiu a propaganda veiculada pelo regime sobre a morte da UNITA.
“A UNITA começou apenas com 12 pessoas, mas hoje somos milhões. (...) Nós achamos que a UNITA está a crescer. A UNITA desenvolveu-se como uma organização com identidade própria. A UNITA chegou a constituir um dos melhores exércitos convencionais da África Austral, organizou uma economia de resistência e comunicações e um sistema de abastecimento alimentar que servia directa ou indirectamente, uma população activa de mais de três milhões de pessoas. A UNITA tinha sob seu controlo mais de 60% do território do país e da economia que aí se desenvolvia, controlava o comércio externo, as fronteiras e geria os recursos humanos e materiais sob sua jurisdição. A UNITA estabeleceu relações diplomáticas com vários países. E toda essa estrutura foi concebida e desenvolvida para defender uma causa: a liberdade dos angolanos, a nacionalidade angolana e dignidade africana”, defendeu Isaías Samakuva.
A ocasião serviu para homenagear o Presidente Fundador da UNITA, Dr. Jonas Malheiro Savimbi, reconhecido como “homem com visão, que impulsionou o nosso partido, foi uma guerrilheiro revolucionário, um patriota convicto, um panafricanista de dimensão continental, um político visionário, um combatente tenaz, homem culto, angolano de gema”.
Segundo Isaías Samakuva, Jonas Malheiro Savimbi foi o filho querido e inesquecível do povo angolano.
O líder da UNITA recordou aos presentes, especialmente a juventude, que os princípios republicanos defendidos pela UNITA e que acabaram por serem adoptados em Angola, nunca tinham sido aceites pelo MPLA.
“O MPLA opôs-se sempre aos princípios que a UNITA defendeu e proclamou. O MPLA proclamou os ideais do marxismo leninismo e de ditadura do proletariado e conquistou o poder pela força das armas, em 1975, impondo ao país, um regime ditatorial. Foi essa imposição que causou a guerra em Angola. Não é verdade quando alguém diz que foi a UNITA que começou a guerra. Não é verdade!”, afirmou, responsabilizando o MPLA pelo início do conflito armado ao recusar a democracia e a economia do mercado livre.
Para o líder da UNITA, foi a resistência da UNITA que obrigou o MPLA a aceitar os acordos de paz, a democracia multipartidária, a religião e todos outros valores aos quais era contrário.
“ A Paz é o resultado de se reconhecer que os outros são iguais a nós e têm os mesmos direitos que nós. A paz resulta da prática da justiça e da democracia. É a democracia que traz a paz e não é a paz que produz a democracia”, defendeu Isaías Samakuva, para quem são arquitectos da paz todos os que lutam pela justiça e pela democracia.
Ao longos dos seus 51 anos, a UNITA foi autora de factos importantes escritos com letras ouro, nas páginas gloriosas da história de Angola.
“Nós da UNITA fizemos a história de Angola nos últimos 51 anos. Trouxemos a democracia em Angola e a liberdade para os angolanos. Trouxemos a liberdade econômica, a liberdade política e a liberdade religiosa”, reivindicou Isaías Samakuva, acusando o MPLA de perseguir igrejas, apropria-se do patrimônio da igrejas e de transformar estas em quartéis. |
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