.

.

martes, 31 de julio de 2018

Angolanos submetidos a trabalho escravo em Benguela

Fonte :KUP
Angolanos submetidos a trabalho escravo em Benguela
PescaBenguela.jpg
Aproximadamente 500 trabalhadores angolanos na Empresa Nguada Pescas, na Baia Farta, Província de Benguela, administrada por chineses e angolanos, estão submetidos ao trabalho escravo, vinte e quatro sobre vinte e quatro, denunciou a situação à imprensa, o Secretário provincial do Sindicato das Pescas de Derivados, Joaquim Souza.

“Os trabalhadores, trabalham vinte e quatro sobre vinte e quatro, não têm tempo de descanso. E, eles criaram um dormitório muito mal apresentado. Porque é que eu digo que é muito mal apresentado? Aquilo são beliches com tábuas, não têm colchão. Então, eles não podem se deslocar para as suas residências ou junto às suas famílias, porque trabalham vente e quatro sobre vinte e quatro, nem têm grupos de turnos constituídos”, revelou o dirigente sindical.

Para além das condições desumanas ilustradas, os trabalhadores têm uma alimentação miserável, e um salário mensal de 27 mil, que no entanto, são-lhes é descontados 7 mil Kwanzas, para despesa da alimentação.

“Aquilo é uma escravatura, praticamente, para além de terem uma dieta alimentar muito fora do ser. Eles não passam, segundo os trabalhadores, não passam a sardinha. Hora a sardinha é grelhada, hora a sardinha é frita. E, ia a haver o problema do salário que, ao fim ao cabo, eles segundo dizem, ganham 27 mil, e que no fim do mês és retirado, portanto, 7 mil que convertem para as despesas de alimentação e dormitório.
Ora, pagam pela sardinha e o arroz”

O sindicalista criticou a falta de atenção demonstrada pela ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros aos trabalhadores angolanos no acto da inauguração, sem no entanto, preocupar-se com as preocupações do efectivo da empresa.

“O que quer dizer que, a gente as vezes até, o que mais nos surpreende, vale dizer que, a ministra quando foi inaugurar a empresa, os trabalhadores foram postos de fora. Eles disseram-nos que depois da inauguração, só quando foram, portanto, autorizados a entrar para o recinto da empresa. Ora, não há lógica. Olha, tem sido hábito dos nossos governantes que, quando valorizam tantos eventos como estes de inaugurações nem um contacto; não lançam assim, alguma palavra; incentivar os trabalhadores, que é preciso muita produtividade, que as condições sociais são garantidas”.

Para Joaquim Souza, Aquilo entrou-se para empresa, descartou-se aquele pano da placa, vai-se para o recinto do comes e bebe, cocktail, passou, sai a comitiva, vai embora e os trabalhadores ficam a olhar. Olha, até que, eles disseram que, nem se quer um sumo lhe foi dado; um sumo, uma sandes; não.

O sindicalista criticou as más condições em que são submetidos os funcionários nacionais ao contraste dos expatriados, ao que justificou.“Eu não sei como é que, os nossos governantes conseguem meter, essas pessoas. Porque, o angolano na sua própria terra, ainda sofre, que, pronto, não sei se se compara tanto com a época colonial, não sei; não sei, porque não é admissível numa altura destas, um angolano, portanto, de ter de a ser admitido a comer aquilo que o patrão entende que tem que comer, tem que estar a dormir numa cama sem colchão, e terem que ser forçosamente a trabalho”.
www.unitaangola.org