Angola: Falta de enfermeiros contribui para o agravamento do sector da saúde
- Categoria Sociedade
- 26 maio 2014
Luanda
- O Sindicato dos Técnicos de Enfermagem está preocupado com a carência
de profissionais formados no ramo e com o não cumprimento dos
regulamentos que orientam a sua carreira profissional.
Fonte: VOA
O
sindicalista Afonso Kileba salienta que os técnicos de enfermagem têm
dificuldades em aplicar e cumprir o Decreto presidencial 254 sobre a
perscrição médica que está reservada,segundo o diploma, apenas aos
profissionais com grau académico de Licenciado.
O enfermeiro fala em violação forçada do diploma por falta de um número suficiente de médicos para atender a demanda.
“Só
o caso Luanda ainda não há cobertura de médicos em todos os hospitais,
centros e postos de saúde. Logo estamos a transpor este diploma e não
esta ser cumprido na integra”.
O
défice de presença de médicos em alguns pontos geográficos, centros e
postos de saúde deve-se à falta de quadros e a falta de centros de
formação profissionalizante;
O
secretário-geral adjunto do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de
Luanda recorda que as preocupações da classe constantes no caderno
reivindicativo apresentado ao Ministério da Saúde em 2012 continuam na
ordem do dia, pelo que até a presente data nada foi feito.
Afonso Kileba explica que a classe dos enfermeiros está descontente com a situação.
O
Sindicalista denuncia falta de condições de trabalho em algumas
unidades sanitárias de Luanda onde há défice de tudo, desde a falta de
luvas, seringas e outros materiais gastáveis.
A
situação segundo Kileba obriga os pacientes a adquirirem materiais
gastáveis nas farmácias privadas fora das unidades hospitalares, o que
no seu entender contraria o discurso oficial de gratuitidade da saúde no
país.
“Nos hospitais de Luanda, caso
concreto centros de saúde, nenhuma seringa tem, nem luvas tem. Todos os
materiais gastáveis não existem os pacientes são obrigados a ir aos
mercados ou nas farmácias privadas para obtenção dos materiais para
levar a té no hospital, se a saúde é grátis”, frisou.
Contudo,
o MPLA partido que governa o país, não está satisfeito com a situação
sanitária do território angolano e diz estar a par das falhas do sector
que afectam a população.
Norberto
Garcia o porta-voz do Comité provincial de Luanda sublinha que o seu
partido não governa às cegas pelo que “tenta no melhor possível
apresentar soluções” para os problemas da população.
“Nós
não estamos satisfeitos com a forma de atendimentos nos hospitais,
ainda temos de melhorar. Nós temos profissionais nos hospitais que não
atendem bem os cidadãos, nós precisamos melhorar”, salientou.
O
Secretário para Informação do Comité provincial do MPLA na capital
angolana reconhece que a forma como o cidadão é tratado nas unidades
sanitárias não é das melhores.
“Reconhecemos
que estas falhas têm de ser resolvidas, mas o que é mais importante é a
vontade política destas falhas serem resolvidas”.
Entretanto,
Afonso Kileba admite por sua vez que muitos dos seus colegas não têm
sido bons profissionais no exercício da sua actividade.
Para
corrigir as falhas dos enfermeiros, o Sindicato dos Técnicos de
Enfermagem recorre ao estatuído por lei, que entre outras prevê censura,
punições e multas.
Norberto Garcia, o
porta-voz do Comité Provincial de Luanda do MPLA apela à requalificação
nos sectores vitais do país convista a um melhor enquadramento da nação
no plano da competetividade internacional.
“Precisamos
de nos requalificar cada vez mais, no sector da educação, no sector da
qualificação profissional porque é assim que nós vamos entrar nos
patamares da competetividade internacional”.
O
secretário geral adjunto do Sindicato dos Técnios de Enfermagem chama
atenção à quem de direito a propósito da fuga de quadros no sector de
enfermagem, por isso advoga um melhor acompanhamento da carreira.
O
Sindicalista advinha, portanto, dias díficeis para o país no que toca a
formação de quadros qualificados em enfermagem, dentro dos próximos dez
anos.
“Aqueles que têm” uma visão
mais ampla, que deram conta que esta classe está a ser mutilada em
função da má gestão, das más orientações que existem no sector, estão a
fugir fazendo outros cursos outras profissionais, outras licenciaturas
deixando este sector vazio, explicou.