JES prepara queda de Dino Matross
- 22 junho 2014
Lisboa - José Eduardo dos Santos é dado como
estando a preparar a saída prematura de Julião Paulo “Dino Matross”, do
cargo de secretário-geral do MPLA, fora de um congresso ordinário.
Fonte: Club-k.net
Em
circunstâncias normais, o SG do partido cessaria as funções, a margem
de um congresso ordinário que se deveria realizar este ano (mas que
ficou para 2017), ou por demissão ou outras incompatibilidades mas correspondendo a vontade do próprio.
O
congresso a ser realizado, este ano, deverá ser extraordinário sem que
haja alteração nos órgãos de direcção do partido, segundo anuncio do
líder José Eduardo dos Santos.
O
plano de JES para afastar Dino Matross das funções de SG do MPLA, é
acompanhado da pretensa intenção de nomea-lo governador de uma província
na qual subsaisse, a província de Luanda.
Com
a referida nomeação, Dino Matross deixaria o cargo partidário por
excesso de carga laboral, mas, por outro lado, viria as suas
competências governamentais a serem expostas para de seguida serem tambem aproveitadas para a sua queda final.
Em meados do ano passado, Dino Matross foi alvo de uma cabala partidária em jornais privados que o expuseram como
tendo no passado recebido suborno para projeção de quadro nas
conferências, ou congressos, anteriores do MPLA. A cabala foi conotada
como sendo do interesse de Manuel Vicente por ter sido estampada numa
publicação que se associa ao antigo patrão da Sonangol.
Dino
Matross é tido como o dirigente de alto escalão do MPLA que não estaria
a comprometer-se com as vontades do líder do partido quanto ao tema
“sucessão presidencial”. Identificam-lhe mais como torcedor da projeção
de Fernando Dias dos Santos “Nandó” como herdeiro presidencial do que a
de Manuel Vicente.
No último
congresso, de 2012, atribuíram-lhe culpas por pouco fazer para entrada
de José Filomeno dos Santos “Zenu” para o Comité Central do partido. A
figura na qual JES se inclina para futuro SG do MPLA é António Paulo
Kassoma.
Afastamentos de quadros da linha dura
A
saída de Dino Matross é vista como uma estratégia do presidente em
afastar-se da chamada "velha guarda" do partido, mas também de vozes que
se revelaram duvidosas quanto as suas vontades. Muitos deles estão a
ser acomodados como governadores provinciais.
A saber:
-
Norberto dos Santos "Kwata Kanawa", o então Secretário para informação
do BP que teria se oposto a constituição atípica foi apeado do cargo e
nomeado ministro dos Assuntos Parlamentares e agora como governador
provincial de Malange.
-
Rui Falcão, o quadro do Bureau Político que mais critica as praticas
de corrupção no regime, foi afastado do cargo partidário e nomeado
governador provincial no Namibe
-
Kundy Paihama, que apresenta uma lealdade dúbia (em pública diz-se
cumpridor das ordens de JES) foi nomeado governador provincial do
Huambo.
JES,
por outro lado, reconciliou-se com João Lourenço na qual nomeou
Ministro da Defesa, a terceira figura da hierarquia do executivo.
Colocou como porta-voz do MPLA, Mário António que é um quadro próximo a
João Lourenço.
De
acordo com conhecimento, JES tenciona apresentar no futuro, o ex-
patrão da Sonangol, Manuel Vicente como candidato presidencial (o que
corresponde a sua escolha pessoal) e João Lourenço como vice-Presidente
da República, para corresponder a escolha do partido.