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jueves, 23 de julio de 2015

Jornalistas impedidos

Jornalistas impedidos de visitar jovens activistas detidos 
Uma comitiva de jornalistas angolanos que tentou visitar a semana passada os jovens do Movimento Revolucionário, detidos em cadeias separadas, há mais de um mês, por suspeita de golpe de estado, pelas autoridades policiais do estado angolano, não conseguiu contactar com os mesmos.

A secretária cessante do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Luisa Rogério lamentou o facto de terem apenas mantido contacto visual com os activistas, e não terem podido estabelecer interacção com eles.

"Foi uma comitiva de três jornalistas, em representação do MISANAGOLA, do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, visitar os jovens detidos na cadeia de Kambombeia, localizada nas imediações de Kalomboloka. Nós fomos emprestar a nossa solidariedade em primeiro lugar, uma vez que o grupo tem jornalistas, e saímos lá desapontados, porque, infelizmente não conseguimos falar com os jovens, não conseguimos falar com nenhum deles, embora tenhamos estabelecido contacto visual, a distância".

Luisa Rogério, avançou que as visitas estão restritas somente a familiares directos, facto que para a defensora dos direitos dos jornalistas, viola o artigo 67 da constituição da República de Angola.

"Foi-nos dito que as visitas estão restritas a familiares de primeiro grau e que nenhum outro elemento tinha acesso aos jovens, razão pela qual, como disse saímos de lá desapontados, embora tivéssemos os visto à distância e pelo contacto que nós mantivemos com os familiares, também com representantes de organizações da sociedade civil que lá estavam. Isto está na Constituição qualquer um pode consultar. Essa atitude viola o artigo 67 da constituição da República de Angola", disse Luisa Rogério, que considerou a visita aos jovens como um dever moral que lhes incumbe, enquanto jornalistas.

"Nós ficamos à espera de melhores informações, de melhores esclarecimentos, porque na verdade, independentemente, da acusação que pende sobre os jovens, é nosso dever moral, enquanto membro de organizações representativas da classe de jornalista e da sociedade civil do modo geral", defendeu.

A sindicalista confirmou, por outro lado, que a saúde psicológica dos jovens não é boa, lamentou a situação a que os jovens revolucionários estão voltados. A defensora dos direitos dos jornalistas angolanos espera que a justiça seja feita.

"Pelos relatos que tivemos dos familiares eles estão psicologicamente muito abalados. E o facto de não terem visitas ou terem visitas restritivas, também deve condicionar muito o seu estado psíquico-moral dos detidos. Enfim, é uma situação lamentável que nós também não compreendemos e só esperamos que a justiça faça o seu trabalho, para que o tão rápido quanto possível se clarifique a situação e se faça justiça", concluiu Luisa Rogério.