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jueves, 2 de agosto de 2018

Malianos residentes em Angola votam em eleições do seu País

Malianos residentes em Angola votam em eleições do seu País
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Diferentemente do que ocorre em Angola em época de eleições, cerca de seis mil malianos residentes no território angolano foram às urnas no passado dia 30 de Julho de 2018, para eleger o presidente da República e membros do parlamento.

Esse facto, constitui razão suficiente para pensarmos que o governo maliano preocupa-se com os seus cidadãos e permite que mesmo vivendo em outros países exerçam o seu direito ao voto, ao contrário dos governantes angolanos, que de forma recorrente, negam aos seus concidadãos na Diáspora, o direito ao voto.

Ao que se sabe, o Mali é um país da África ocidental sem saída para o mar, adoptou o multipartidarismo nos anos de 1990. Com a criação de condições para que os seus cidadãos vivendo fora do país votem, Comissão Nacional Eleitoral do Mali dá uma importante lição política à CNE angolana e ao governo angolano de uma maneira geral.

A Constituição da República de Angola consagra um sistema eleitoral, através do qual são eleitos por sufrágio universal, livre, directo, secreto e igual, o presente da república e os deputados à Assembleia Nacional.

Com base neste postulado, todos os cidadãos angolanos independentemente de onde estejam teriam direito de participar na escolha dos seus mais legítimos representantes. Nas eleições realizadas até agora não foi permitido aos angolanos que vivem fora do país, por razões diversas, a possibilidade de participar.

Não se trata de falta de condições, porque estas podem ser criadas pelo governo que gere os recursos do país em nome de todos, junto das representações diplomáticas. Trata-se, a nosso ver, de falta de vontade política decorrente da desconfiança de que o voto exterior seja a desfavor do partido no poder.

Angolanos na Inglaterra e Bélgica por várias vezes manifestam junto das embaixadas de Angola a necessidade de também participarem dos pleitos eleitorais. Em alguns países, os angolanos criaram movimentos de pressão. Na Bélgica, por exemplo existe o MPDA (Movimento para paz e Desenvolvimento de Angola) e na Inglaterra a UDA (União de angolanos na Diáspora). São os dois movimentos que tem realizados em muitas ocasiões manifestações e debates sobre o referido assunto junto das referidas embaixadas respectivas.

Bem Haja o governo do Mali pelo exemplo de cidadania.

António Dembo
Luanda / Angola
www.unitaangola.org