Depois de terem suspenso a greve do dia 13 de Novembro deste ano, na esperança de verem resolvidas as suas reivindicações pelo governo de Luanda num curto período, os técnicos de enfermagem decidiram esta quinta-feira, 30 de Novembro de 2017, pôr fim às consultas em todas Unidades Hospitalares da Província, na sequência da falta de atendimento às suas reclamações.
Afonso Kileba Secretário-geral adjunto dos enfermeiros realça que, são vários assuntos que levam os homens da saúde à suspensão das consultas. Uma das questões é o não pagamento dos subsídios aos enfermeiros para suprir a escassez de médicos que existe no sector, conforme o exposto na carta negocial entre os profissionais de enfermagem e o governo de Luanda, datado de Janeiro de 2012.
“Temos um processo reivindicativo que já dura seis anos. Foi negociado no dia 9 de Janeiro de 2012, na qual onde se faz menção de vários assuntos ligadas à área da enfermagem. No que tange o pagamento de subsídio de retroactivo da nova Carta de Enfermagem que é o decreto 54, no que tange o pagamento de subsídio de consulta, aqueles serviços que os enfermeiros fazem para além das suas responsabilidades; para além das suas responsabilidades são deslocadas e, fazer as consultas são responsabilidades dos médicos E, por necessidade imperiosa da própria instituição, então os enfermeiros têm feito cobro a esse serviço”.
Outra temática que obrigou os técnicos de enfermagem a revindicação prende-se com a promoção da carreira, a reformulação das funções destes profissionais, negociados há seis anos.
“Mas esse processo negociado no dia 9 de Janeiro, foi negociado de que, aqueles profissionais que funcionam, que trabalham em centros, hospitais e postos onde não existe médicos, para colmatar essa dificuldade deviam-lhe ser pago ou adicionar para além do seu salário base. E, foi isso que aconteceu. Assinamos, dentre outros assuntos, tanto na promoção da carreira, a revogação do próprio decreto que, é nesse caso a reformulação da carreira e, são assuntos que foram negociados já há seis, mas até a data presente o governo não coloca a aquilo que são os anseios dos profissionais ora negociados nesse dia, que é dia 9 de Janeiro no Comité Provincial do Partido MPLA”.
Segundo o responsável, “O que nós pretendemos nessa altura é que, é suspender todas as consultas que esses profissionais têm vida a fazer, uma vez que o governo não quer honrar os seus compromissos ora assinados. A partir de amanhã às 07h00 todos os centros, hospitais e postos de saúde onde esses profissionais trabalham não deverá haver consultas, mas sim aquele serviço ligado à enfermagem, nesse caso avaliar os sinais vitais e mandar o doente ao médico, o médico depois medicar e orientar o enfermeiro para poder não cumprir outros procedimentos ligadas à área de enfermagem. Agora, prescrever medicamentos, isso não vai acontecer nas nossas unidades sanitárias a partir de amanhã as 07h00 e em todos os centros e hospitais aquele em que eles funcionam”.
Para paralisação dos Profissionais neste primeiro das reclamações fez-se sentir aos pacientes que acorreram a vários centros de saúde, causando grandes constrangimentos aos solicitantes médicos. | |