Antigo Governador sob investigação por crime de Peculato

Antigo Governador sob investigação por crime de Peculato

O Secretário-Geral do MPLA, Álvaro de Boavida Neto, está implicado num crime de peculato e violação das normais orçamentais, enquanto Governador da província do Bié. De acordo com o site de noticias “Club K”, a Procuradoria Geral da República, no Bié, está desde o ano passado a investigar as suspeitas, mas admite dificuldades em notificar o visado para prestar informações sobre o período em que geriu esta província, por causa da sua condição de Secretário-Geral do MPLA. Entretanto, desde que o visado ascendeu a Secretário Geral do MPLA, o sub-procurador-geral da República, João Carlos Pedro revela-se com dificuldades em notificar o visado para prestar informações sobre o período em que geriu esta província. De entre varias irregularidades, a Procuradoria da República, segundo apurou o Club-K, esta a investigar pagamentos de obras no município do Camacupa cuja os trabalhos de construção nunca se realizaram. Nos trabalhos de investigação foram também descobertas obras suspeitas que resultaram na notificação dos empreiteiros e estes por sua vez terão feito revelações, dando conta da existência de facturas sobrefacturadas, em conivência com as entidades contratantes. As referidas investigações terão já resultado na detenção da Administradora do Camacupa, Alcida de Jesus Camateli, tida como aliada do ex-governador Álvaro Manuel de Boavida Neto. Foi também detido o ex-director do Gabinete Provincial da Educação no Bié, Basílio Caetano, a quem recaem acusações de crime de peculato. Álvaro Manuel de Boavida Neto nunca foi formalmente ouvido ou declarado declarante. As dificuldades com que o procurador revela em o notificar prende-se pelo facto de ele agora estar protegido pelas imunidades parlamentares depois de ter tomado posse como deputado a 12 de Outubro de 2018. Por outro lado, desde que foi nomeado Secretario Geral do MPLA, tem viajado com frequência havendo registos de movimentações destinadas a influenciar o poder judicial. Apesar de já não ser o governador, Álvaro Manuel de Boavida Neto mantém uma rede de influencia junto do governo provincial tal como também junto ao poder judicial visto que ao tempo em que geria a província do Bié costumava convidar magistrados para visitar a sua fazenda (comer carne grelhada) aos finais de semanas. Presentemente, seu principal braço directo na província, é um “testa de ferro”, Aviz Agostinho Vieira, que ai esta colocado administrador municipal do Cuito. À Aviz Vieira são atribuídas manifestações de desafogo financeiro desproporcional ao seu ordenado de administrador. Uma outra “testa de ferro” do ex-governador Boavida Neto é a directora do Hospital Provincial do Bié, Mariana Fernandes, que também acumula o cargo de responsável da sua clínica privada “Raiar da Vida”, nesta localidade. No inicio de 2018, Boavida Neto deu uma entrevista a Rádio MFM em que disse ter como provar os fundos para construção da sua clinica privada . “não foi feito de noite, foi feita de dia, nunca escondemos que aquilo é meu, temos comprovativos como a gente pagou, temos os bancos aí, onde a gente tirou dinheiro para pagar as coisas”, desabafou. Na mesma senda, na véspera da quadra festiva de 2018, concedeu uma entrevista ao Semanário Expansão tendo manifestado que era contra as investigações de caso de corrupção que tem estado acontecer em Angola. “eu não estou de acordo, não acho justo que prendam pessoas por causa de factos que ocorreram em 2010, 2012.” O Jurista, Pedro Kaparacata diz que a passividade da PGR em não investigar denúncias de desvios de fundos públicos, resulta do facto dos magistrados terem quase todos beneficiados dessas práticas que, num dado momento, lesaram o Estado em milhões de dólares. O site de noticias “Maka angola” do Jornalista, Rafael Marques, denuncia que o deputado do MPLA e antigo governador do Cuando-Cubango, Higino Carneiro, continua a enriquecer-se com dinheiro público, através de fundos destinados à construção de um hospital, escolas e habitações para funcionários do Estado, desviados enquanto governador da província.

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